Page 190 - Revista da Armada
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UMA VIAGEM NO rEMPO
u. "!.".'in" so"re a "Sa,res"
Quando em 1989
tomamos parte numa
regata entre Londres e
Hamburgo a bordo do
"Creoula", tivemos a
feliz oportunidade de
participar nas
comemorações dos
800 anos de ambas as
cidades, cujo historial
marítimo e mercantil
tem muitos pontos
comuns,
nomeadamente o
facto de ambas terem
pertencido à Liga
Hanseática.
o -Cr,l' Zeppelin- D·U /27 sobrevoando o N.E. "5<lgrft" n<I aproximaçJo,) IIhil de S. Vranle no di.1 13 de MoIIO de /936
Organizada pela Sail
Training Association, Estimada pela população da rara também as cores que tivera uma secção alusiva ao período
cidade, tinha·se tomado num dos anterioonente, com o casco pin-
de cerca de 40 anos em que
essa regata foi seus mais prestigiados ex-Hbris, tado de verde e oom o vermelho navegou com a bandeira por-
disputada por muitos não deixando de ser curioso escuro na zona abaixo da linha de tuguesa, primeiro como barca
veleiros de vários referir que ii sua recuperação foi água. Funcionava como museu, "Flores" e, depois, como navio·
em grande parte conseguida tinha visitas pagas e disponha de -escola "Sagres". Também foi
países. através da utilização de mão de espaços destinados a restaurantes, chamada "Santo André", um
Mas para além dos obra voluntária e graciosa, desi- ~, conferências e outros nome que, por razões senti-
gnadamente por anti~ e actuais eventos. mentais ligadas ao seu dedfnio
aspectos competitivos trabalhadores do estaleiro, bem Recentemente, soube que e posterior abate, não gostamos
da regata, do habitual como por outros habitantes da fôra inaugurada no museu de recordar.
convívio com as cid.lde. instalado a bordo do -Rickmer Recordamos antes, com uma
Além de ter recuperado o seu Rickmers com a colaboração sensação simultaneamente de
H
•
diferentes tripulações primitivo nome, o navio recupe- do nosso Museu de Marinha, tristeza e de saudade, o fado
e do contacto com de ter sido o nosso curso da
••. .fí_o.~ Escola Naval o último que nela
aquelas duas cidades (', ........ " ... ~..........",.~_r,_
fez a sua viagem de instrução
de forte tradição em 1961. Recordamos, tam-
marítima, essa viagem bém, que o curso anterior ao
nosso teve a sorte de, como
permitiu·nos rever a viagem de instrução, ler dado a
velha "Sagres". volta ao mundo, enquanto a
nossa se limitou à navegação
nas costas de Portugal conti-
oi no porto de Hamburgo nental, com uma pernada a
que, murtos anos depois de Porto Santo e Funchal...
Fnela termos navegado como
cadete da Escola NavoI. """"mos São muitas, naturalmente, as
a contactar com aquele simbólico recordações da velha barca
navio. "Sagres· que gostaríamos de
A velha NSagres- regressara à recordar. Porém, registamos
Alemanha, tinha sido recuperada apenas uma, ocorrida há pre-
nos estaleiros onde foo construí- cisamente 60 anos. Aconteceu
da em finais do século passado e com outra geração de mario
fôra rebaptizada com o seu nome nheiros, que foi a dos nossos
inicial de %ckmer Rickmers-, P;igJtl<l do DUrio NJulico do N.E. "S<lgteS" rekrtnle iJOdid IJ dt ,\filio de /936 pais.
8 JUNHO 96 • ItEVISTA DA ARM.WA