Page 271 - Revista da Armada
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e há alguns anos a esta di\t"e5aS aclividades da Armada e, na terça-feira (8JUl), e para esse preparar-se para acompanhar os
parte que as comemo- à noite, a Banda da Armada efec- dia eslava marcada a cerimónia seus parceiros internacionais nos
Drações do Dia da Nlarinha tuou um concerto na avenida militar presidida pelo Chefe do desafios que se colocam, neste
assumem um caráder especial. Alfredo da Silva, mesmo no cen- Estado N\aiO!" General das Forças final do século XX. Para a
Por alluras do dia 8 de Julho, a tro da cidade. Armadas, Almirante Fuzeta da Armada, o reapetrechamento dos
Ntarinha invade as ruas de qual. Sobretudo os dois últimos Ponte. A avenida Bento Gonçal- diversos sectores e a substituição
quer cidade. próxima ou aiastada acontecimentos (eJqX)Sição e c0n- ves, junto às piscinas e com o rio de unidades navais, com mais de
de lisOOa. e enche o ambiente certo) foram efectivamente um Tejo em plano de fundo, foi O vinte anos e que foram adquiridas
com a sua Banda. com exposi- sucesso de adesão do público local escolhido pala a iormatura. num contexto de conflitos ultra-
ções, mesmo com cerimónias barreirense que não deixou de As forças em parada, coman- marinos, não pode deixar de ser o
puramente militares mas efectl.Ja- expressar o seu agrado. Durante o dadas pelo CFR Porei" da Cunha, problema imediato que nos trans.-
das no meio das gentes, num concerto, em frente à estátua de prestaram as honras devidas às cende e que exige a atenção do
ambiente em que o formalismo próprio governo. As restrições
inerente se rodeia de curiosos. de orçamentais são óbvias, tomando-
saudosistas ou de populações -se essencial que o futuro seja
que, tão simplesmente. se agra- planeado com realismo e que o
dam com a visão das fardas bran- esforço a desenvolver seja com-
cas e para quem os marinheiros preendido e ab<açado "'" todos.
mantém um halo de simpatia ... Ê preciso reduzir OS gastos com
O Dia da o\iarinha, cada vez pessoal e isso implica uma
mais, extravasa os limites de uma racionalização dos recursos exis--
mera cerim6nia militar, tornandcr tentes com uma atitude profissio-
-se uma festa com um cunho nal de elevado nível. Os nossos
popular, uma festa onde se sai do objectivos têm de estar subordina-
Alfeite e dos gabinetes para se dos às capacidades do país mas -
mostrar e oierecer às populações e é preciso notá-lo· também não
um pouco do que nós somos. vão além do que se entende ser a
Este ano, no Barreiro, não foi protecção dos interesses nacionais
excepção. E. é claro. a festa e com eles se confundem. Por
acabou por ter Outro brilho e tudo isto - afirma o Almirante
outra adesão, na medida em que CEMA - • "Será com um querer
se tratava de COi i it"I, I()(ar os qui- t01e, jJ tantas vezes demoftSlJado,
nhentos ,mos da partida de Vasco que rodos tere-nas de enfrentar a
da Gama para a lndia, numa mudança indispensável ti cons-
cidade intimamente ligada à gesta cruçào da N1arinha do inreio do
dos Descobrimentos. No Barreiro próximo milénio".
se construíram navios, se íabricou Após a condecoração de
biscoito para as naus, se moeu a alguns militares, a cerimónia ter-
farinha para esse biscoito, lá tive- minou com o desfile das forças
ram terras suas o Gama e seus empa<ada.
descendentes, de lá saíram mari- Para muitos de nós ~ ser
nheiros e de lá veio Álvaro Velho, mais um Dia da Marinha, Ião igual
um homem que acompanhou a a tanIOS outros que já teroos vivido,
viagem de 1497 e que resgistou mas para os barreire"lSeS foi, certa--
para a eternidade os seus aspectos mente, algo de diíerente, que
mais significativos. Por isso O começou no dia 5, pela manha. e
Barreiro comemora o dia da só acabou com o encerramento da
N\arinha (que é o dia da partida exposição, no dia 13, à noite.
do Gama) com uma atenção Alfredo da Silva, juntaram·se enlidades respectivas e o Al- A nossa festa foi também uma
própria, relembrando os fados e umas largas centenas de pessoas mirante Chefe do Estado tv1aior da festa deles, com novidades de
os locais onde ainda ê possível que apreciaram cerca de duas Armada proferiu uma alocuçAo tOOa a ordem e com uma ligação
sentir a presença do rei D. hoos de mós .. de qualidade. A dirigida aos militares presentes e à inevitável ao fadO de se terem
Manuel e o ambiente da partida exposição íoi visitada por mi- Marinha, em geral. A silUaçAo completado quinhentos anoS
das MUS. lhares de pessoas que gostaram actual da Marinha, com as pers- sobre a data da partida de Vasco
As c<cOi"",."m,iOIO<ações ccmeçaram de ver como funcionavam os ve- pectivas que se desenham e com da Gama para a índia. Mas, afi-
no sábado, dia 5, com uma rea- lhos iaróis, como se limpam os os esfcwços que serão necessários nai, o Dia da Marinha é isso
lização cultural: um ciclo de c0n- oceanos em caso de derrama- para os concretizar foi, muito na- mesmo: é a comemoração da
ferências proferidas por membros mento de hidrocarlx>netos, como turalmenle, a tónica dominante partida destes marinheiros que,
da Academia de Marinha e eíec- se processa a íormação dos ofi- de todo o discurso. em J 497, revolucionaram toda a
tuadas no convento da Verde- ciais, sargentos e praças, quais são Salientou o Almirante N\atias o vida europeia ao conseguirem
rena, recentemente restaurado. as aClividades operacionais da papel fundamental deste ramo chegar à índia por via man"tima. D
No mesmo dia, pelas 18hOO o Armada e com que meios é que das Forças Armadas num país
Almirante CEMA inaugurava uma ela conta. marítimo que deseja a sua inde- }. Semedo de Matos.
exposição temática, sobre as N\as o Dia da N\arinha era só pendência e soberania, deveodo mNFZ "'
RlV'STADAAItMAOA · AGOSTO 97 17