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Participação
                                             Participação

               do N.R.P. “Albacora” no OST 1/99
               do N.R.P. “Albacora” no OST 1/99



               inda o ano de 1999 dava os primeiros passos e os actuais
               Comandantes dos submarinos “Albacora” e “Barracuda”
         Atinham acabado de ser empossados, quando o Flag
         Officer Sea Training (FOST) contactou o Comando Naval no sen-
         tido de ser avaliada a possibilidade de garantir a colaboração
         inopinada de um submarino português no OST 1/99, a acrescen-
         tar à participação já programada para o OST 2/99 a ter lugar no
         próximo mês de Julho, face à extrema dificuldade na obtenção da
         colaboração de submarinos dos restantes países NATO, incluin-
         do os que tinham navios de superfície em avaliação.
           A participação solicitada era para o período de 1 a 19 de
         Fevereiro, implicando logo à partida algumas alterações de
         fundo no Planeamento Operacional aprovado, um re-arranjo
         algo complexo das acções de reparação incluídas nos Períodos
         de Indisponibilidade (PI) dos submarinos, assim como uma  tas para o PI. Também o PI do “Barracuda” teve que ser sujeito
         reconfiguração, redifinição e replaneamento das acções de  a re-arranjos e a replaneamento, implicando acrescido esforço
         manutenção periódicas incluídas nos respectivos PI’s, por  pessoal para garantir a respectiva execução em tempo opor-
         forma a permitir a participação do “Albacora” no Instrex 1/99 e  tuno, obrigando em alguns casos ao envolvimento do pessoal
         no OST 1/99, assim como a participação do “Barracuda” no  de bordo, da ES e da própria IRS, em equipas conjuntas de
         Contex 99.                                           manutenção ao nível do 3º escalão.
           Definido que foi pelo Comandante Naval o elevado interesse  Conseguida que foi a reformulação do Planeamento Operacio-
         em garantir a colaboração solicitada pelo FOST, atendendo à  nal dos submarinos para 99, o N.R.P. “Albacora” largou da
         credibilidade capitalizada e à demonstração da elevada flexibi-  B.N.L. no dia 25 de Janeiro com destino a Plymouth – Reino
         lidade das estruturas operacional e                                         Unido onde atracou a 29 de
         de manutenção nacionais, o Co-                                              Janeiro, para mais uma colabo-
         mando da Esquadrilha de Sub-                                                ração com o FOST a iniciar logo no
         marinos envidou todos os esforços                                           dia 1 de Fevereiro.
         próprios e de coordenação com os                                              A participação dos submarinos
         submarinos e com a estrutura da                                             portugueses nos OST, constituem
         Inspecção de Reparação de Sub-                                              contrapartida ao treino e avaliação
         marinos – Arsenal do Alfeite (IRS),                                         das fragatas da classe “Vasco da
         no sentido de alcançar o desiderato                                         Gama” naquela prestigiada institui-
         proposto.                                                                   ção de certificação a nível NATO.
           Tal objectivo só foi possível                                               Esta participação é concebida de
         alcançar, graças a um elevado e                                             forma a testar o desempenho dos
         acrescido esforço do pessoal de                                             navios em avaliação, implicando
         bordo não só ao nível da manuten-                                           uma ligação estreita com o “staff”
         ção do 1º escalão, como também ao                                           do FOST no sentido de serem
         nível da preparação operacional do                                          definidos os objectivos, a comple-
         submarino para uma missão complexa, prolongada e a ocorrer  xidade e as intenções para cada uma das fases do treino e da
         a muito curto prazo. Fundamental foi também a coordenação  avaliação. Estas definições incluem o posicionamento do sub-
         perfeita entre os serviços da estrutura em terra da Esquadrilha  marino, o tipo de postura táctica a adoptar em função do nível
         de Submarinos, os serviços técnicos de bordo e a IRS, no senti-  de desempenho de cada uma das unidades de superfície em
         do de ultrapassar em tempo recorde um conjunto muito signi-  avaliação, assim como a definição dos alvos prioritários a atacar
         ficativo de acções de reparação necessárias, assim como a exe-  de acordo com o tipo de exercício em curso.
         cução de um elevado número de acções de manutenção previs-  Estas solicitações do FOST não invalidam contudo a liber-
                                                                       dade de adopção de outras soluções tácticas por
                                                                       parte do Comandante do submarino, nomeada-
                                                                       mente em função dos cenários tácticos prevale-
                                                                       centes, constituindo na sua globalidade, uma extra-
                                                                       ordinária oportunidade de treino para toda a equipa
                                                                       operacional do submarino.
                                                                        De referir que a área de operações é caracterizada
                                                                       por uma grande densidade de navegação pesqueira,
                                                                       fundos baixos, correntes fortes e muitos “wrecks”,
                                                                       tudo factores de relevante importância para o
                                                                       planeamento e condução das operações submarinas.
                                                                         A esta já conhecida e tradicional complexidade da
                                                                       área de operações, há a acrescentar não só uma
                                                                       extremamente restritiva política de segurança e de res-
                                                                       guardo aos pesqueiros, como também a prevalência
                                                                       de condições batitermográficas normalmente desfa- ✎
                                                                                         REVISTA DA ARMADA • ABRIL 99  29
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