Page 35 - Revista da Armada
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QUARTO DE FOLGA
JOGUEMOS O BRIDGE HUMOR
JOGUEMOS O BRIDGE
O bridge é considerado por muitos como o xadrez
das cartas, porquanto é um “jogo do espírito” exigin-
do muita concentração, imaginação e técnica, que o
tornam um excelente exercício mental e um óptimo
desporto intelectual, mesmo jogado para mero con-
vívio social.
Nesta perspectiva, vamos passar a apresentar
alguns problemas, especialmente de carteio, para
treino e exercício dos que jogam, constituindo ao
mesmo tempo um passatempo para os que não co-
nhecem o jogo em profundidade, pois terão certa-
mente a curiosidade de também tentar resolver os
problemas propostos.
BRIDGE
(Problema Nº 1)
Norte (N): Sul (S):
♠ – RV ♠ – 8
♥ – D876 ♥ – ARV1092
♦ – V3 ♦ – AR85
♣ – AD1073 ♣ – V2
S joga 6 ♥ (tem de fazer 12 vazas com o trunfo ♥) tendo N - Eu, agora, só jogo Bridge e bebo Whisky de 20 anos.
aberto em 1 ♣ e ♠ (Este) intervido em 1 ♦. Saída natural de W
(Oeste) a ♦ 9.
(Solução nesta página)
EXPOSIÇÃO NO CLUBE MILITAR NAVAL
SOLUÇÃO O Comandante Manuel Melo e
PROBLEMA Nº 1 Cunha, de há muito bem conheci-
do pela sua expressão artística,
O problema é simples e serve apenas para ilustrar que nos planos de jogo vem-nos mostrar agora no Clube
o carteador deve tentar sempre minimizar a dependência da sorte da colo- Militar Naval um conjunto de
cação das cartas para cumprir o seu contrato. Neste caso dispõe de uma desenhos, dois deles aguarelados,
informação que lhe permite colocar cartas chaves em ♠ (A e D de ♠, D e 10 e um óleo trabalhado à espátula. –
de ♦ e ♣R) e assim deverá jogar ♦V que E cobre com a D e faz de A; dá 2 Conjunto que dá para se conside-
voltas de trunfo, que terão de estar 2-1, terminando em N; joga ♦ fazendo a rar exposição individual, mas curto
passagem ao 10, no ♦R balda ♠V e corta o outro ♦ eliminando o naipe; joga para revelar o valor do artista. Foi,
♠R que E fará e terá que se virar para ♣ ou corta e balda, permitindo anular o parece, o espaço que o Clube
♣ perdente. Militar Naval tinha na altura dis-
Temos, portanto, um problema de carteio que tecnicamente se designa por ponível.
“eliminação e colocação em mão” e repare na eventual tentação da pas- Há trinta anos, contas redondas,
sagem ao ♣R, o que poderia ser uma hipótese se não houvesse qualquer que vi, pela primeira vez, na sua cação a que a técnica da espátula
informação. casa de Luanda, uma boa porção obriga, por si própria, a larguesa de
de desenhos do camarada Melo e movimentos, e espontaneidade ,
Cunha, dos quais retive a memória não logra, tanto quanto o desenho,
BRIDGE de um objectivismo natural, liber- a mensagem que chega até nós.
to, mas bem delineado, com as No desenho, sim. Nos seus
(Problema Nº 2)
simplificações que a criação artísti- onze desenhos, de Castelo de Vide
ca requer e autoriza, para ser arte e Marvão, Melo e Cunha faz Arte.
Norte (N): Sul (S): no papel, novo objecto que se Cria Arte transmite-nos Arte, que
♠ – A432 ♠ – RV1098765 contempla com emoção. pode, ainda adquirir mais força, se
♥ – A65432 ♥ – R Ainda são assim as criações do aprofundar a busca de variações
de tonalidade e de distância.
♦ – A54 ♦ – V763 Comandante Melo e Cunha. Ao A Revista da Armada cumpri-
sair do desenho, parece que o
impacte artístico esmorece. Os menta o Comandante Melo e Cu-
S joga 6 E após ♠ ter aberto em 1 ♦ mostrando ter 4 ou + ♦ . seus desenhos aguarelados pos- nha por esta mostra que o Clube
Saída de W a ♦ 2 e E tem 3 ♥ de DV. Analise como pode ga- suem muito menos força que os Militar Naval proporcionou.
nhar este contrato. desenhos apenas a traço. O seu
(Solução no próximo número)
óleo espatulado, quanto a nós, não Sousa Machado
Nunes Marques obstante o trabalho de simplifi- CMG REF
CALM AN
REVISTA DA ARMADA • JANEIRO 99 33