Page 220 - Revista da Armada
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Fotografias Antigas, Inéditas ou Curiosas
Este belo cartaz elucida perfeitamente o engenho e a disposição dos muitos que, durante a guerra do Ultramar, serviram
ou acompanharam a Marinha no Lago Niassa, em Moçambique.
Apesar das muitas amarguras decorrentes dos sacrifícios exigidos pelo isolamento das longas comissões e pela condição
da guerra, também o bem humorado ambiente da família naval em Metangula, aqui e deste modo evidenciado, contribuía
para a elevação do moral do pessoal, sempre apoiado na nossa tradicional amizade e camaradagem, requisitos indispen-
sáveis para suportar dias tão difíceis.
Estas ironias e outras evasivas do género foram certamente importantes. Tudo servia para ajudar a minorar as inúmeras
privações a que os marinheiros eram sujeitos, mas que, como militares, dedicadamente cumpriam o seu dever.
Em 1968, a Sra. Dona Rosa (Sra. Dona Rosita como ficou nas nossas memórias) esteve em Metangula em visita a seu
marido, o saudoso Comandante Chuquere Gonçalves da Cunha e, para contribuir para o bom humor com que, nessa
longínqua Base Naval, na margem do Lago Niassa, se procurava superar as dificuldades do dia a dia, pintou, e lá dei-
xou, o quadro que ficou bem conhecido por todos os que por lá passaram.
Esse quadro que constitui uma espécie de ex-libris informal de Metangula, Comando da Defesa Marítima dos Portos do Lago
Niassa, foi trazido para Portugal, quando da independência de Moçambique, pelo Dr João Malheiro, então 2TEN RN, que o
apresentou, com grande satisfação de todos os presentes, por ocasião de um almoço de “Gente de Metangula” em 25/5/2003.
Mais de 35 anos passados foi com o maior gosto que os então 2TEN RN MN Migães de Campos e o 1TEN Espadinha
Galo foram em 22/3/2004 com saudade, oferecer à Sra. Dona Rosita, uma reprodução reduzida desse quadro que, durante
anos, acompanhou quem esteve em Metangula.