Page 79 - Revista da Armada
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Treino e Avaliação das Unidades Navais de Superfície
          Treino e Avaliação das Unidades Navais de Superfície

                        - Melhorar o presente, preparando o futuro -


         INTRODUÇÃO                           Na divisão de competências e destinatários  Comando Operacional, e consomem menos
                                            da nova versão do treino, ficou a Flotilha en-  recursos (principalmente financeiros) nesta
           O aumento ao efectivo das fragatas classe  carregada de dar treino avançado, enquanto o  vertente do seu aprontamento.
         “Vasco da Gama” marcou um ponto de vi-  treino básico ficava nas esquadrilhas; contudo, o   Por outro lado, o conceito de T&A integrado
         ragem significativo em muitas áreas da Ma-  conceito de treino avançado abarcava apenas as  é finalmente incorporado com a implementa-
         rinha e, muito em particular, na área do                                ção do conceito de Treino Operacional; o
         Treino e Avaliação (T &A).                                              PLTEAM  assume nas funções nacionais o
           Com efeito, em bom tempo a decisão de                                 núcleo da EAFLOT (Equipa de T&A da Flo-
         submeter os navios ao BOST (1) na Ingla-                                tilha), que é aumentado pela colaboração de
         terra produziu frutos, resultantes da con-                              especialistas de reconhecido mérito, experiên-
         frontação das guarnições dos navios (e da                               cia e perfil em várias áreas, para as quais a
         Marinha em geral) com métodos de T&A                                    Flotilha não tem valências intrínsecas.
         até então desconhecidos.                                                  Com o cimentar do treino das FFGH, acen-
           O impacte inicial deste treino, não poderia                           tuou-se assim naturalmente o fosso já enor-
         levar a conclusões mais evidentes: o treino                             me nos padrões de desempenho em relação
         proporcionado nacionalmente aos nossos                                  ao outros navios, com bastante mais anos de
         navios não era objectivo (dirigido especifi-                             serviço, com maiores dificuldades de pessoal
         camente para os padrões de prontidão ope-                               e de material, e por isso mesmo, paradoxal-
         racionais), não era suficientemente exigente,                            mente, com maior necessidade de treino.
         não cobria áreas fundamentais da explora-                                 Em 2001, é decidido passar, a título provi-
         ção do navio (como a organização geral e a                              sório, todo o treino dos navios da EEO para
         segurança para navegar) nem dispunha de                                 a Flotilha, medida que se estende em 2003
         uma componente fundamental para a evo-                                  aos navios da Esquadrilha de Navios Patru-
         lução dos desempenhos: a avaliação.                                     lha, consumando-se assim a centralização
           A Marinha soube reconhecer as lacunas                                 do T & A dos navios de superfície.
         do treino nacional e, através das equipas de                              As primeiras acções de treino operacio-
         ligação (PLTEAM (2)) ao FOST (3), foi im-                               nal aos navios que não as fragatas “Vasco
         portando e adaptando muitos dos conceitos                               da Gama” provaram, mercê da atitude em-
         básicos que eram essenciais para ultrapassar                            penhada das guarnições e dos resultados
         com sucesso as exigentes avaliações a que os   FFGH, FF’s e Bérrio , unidades que contribuíam   alcançados, que a idade não justifica navios
         navios eram sujeitos.              para a POTG (4), e era maioritariamente virado  com organização frágil, sem procedimentos de
                                            para as operações de uma força naval.   segurança interiorizados e sem um nível acei-
         A EVOLUÇÃO DO TREINO                 O ano de 1999 marca um ponto de viragem  tável de desempenho para as missões que lhe
         E AVALIAÇÃO                        significativo. Dá-se a fusão dos treinos básico  poderão ser cometidas.
                                            e avançado, deles nascendo o Treino Operacio-
           Porém, no âmbito do T&A nacional, pou-  nal, e a Flotilha chama a si esta modalidade de  TREINAR O QUÊ E PARA QUÊ??
         co havia mudado. O modelo vigente, de dar  treino das FFGH, com base no núcleo perma-
         treino básico aos navios, apoiado pelo PTP –  nente que consistia o PLTEAM.   O T&A ministrado a um dado navio, não
         maioritariamente treino no CITAN, na área   O período de treino nacional destas unida-  é decidido de modo discricionário, sendo de-
         das operações – conheceu apenas um acrésci-  des reduz-se assim de vários meses (conside-  duzido dos padrões de prontidão (5) estabe-
         mo novo, em 1996; o treino avançado, destina-  rando o intervalo entre eles) para 7 semanas.   lecidos superiormente para a respectiva clas-
         do a qualificar os navios para operar em força   Os navios, embora sujeitos a uma carga de  se de navios.
         naval (enquanto o treino básico lhes permitiria  treino muito superior, por ser mais concentra-  Em 2002 estabeleceu-se relação directa en-
         operarem independentemente no mar).  do, ficam mais rapidamente à disposição do  tre esses padrões de prontidão e o pacote de























         Combate a um incêndio.                              Transferência de pessoal.
                                                                                       REVISTA DA ARMADA U MARÇO 2004  5
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