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XX ENCONTRO NACIONAL DE COMBATENTES

10 DE JUNHO DE 2013

Realizaram-se no passado dia 10            ideologia política para celebrar Portu-   Seguiu-se a deposição de coroas de
        de junho, junto ao Monumento       gal e o de prestar homenagem, para que   flores em homenagem aos mortos, foi
        aos Combatentes do Ultramar, as    não se esqueçam, os combatentes que      cantado o Hino Nacional por todos os
 cerimónias do XX Encontro Nacional de     morreram pela Pátria”.                   presentes e ouviram-se tiros de salva
 Combatentes.                                                                       disparados pelo NRP Viana do Castelo.
                                            O programa constou de uma Missa na
  O Presidente da Comissão Executiva       Igreja dos Jerónimos, celebrada pelo      Houve ainda a passagem de aviões da
 foi este ano o Almirante Melo Gomes,      Bispo Auxiliar de Lisboa, D. Nuno Brás,  Força Aérea e largada de paraquedistas
 antigo Chefe do Estado-Maior da Arma-     por intenção de Portugal e de sufrágio   do Exército. Depois, as Associações de
 da e a oradora convidada a Drª Isabel     pelos que tombaram pela Pátria.          Combatentes presentes passaram em
 Jonet, Presidente do Banco Alimentar                                               frente às lápides com o nome dos mor-
 Contra a Fome.                             Seguiram-se as cerimónias junto ao      tos na guerra.
                                           Monumento que constaram de dis-
  Os objetivos da cerimónia foram mais     cursos do Almirante Melo Gomes e          As cerimónias terminaram com um
 uma vez os de “reunir o maior número      da Drª Isabel Jonet que a seguir se      almoço-convívio junto ao Forte do Bom
 de Portugueses de qualquer idade ou       transcrevem.                             Sucesso.

DISCURSO DO PRESIDENTE DA COMISSÃO EXECUTIVA
                 ALMIRANTE MELO GOMES

 Lutar por Portugal …..Sempre              quem deles mais tinha a obrigação de se  desaparecer, mas nunca morre, por-
                                           lembrar. Esses, que ao longo dos anos    que o seu exemplo inspira todos
 Combater por Portugal é um de-            nos trazem aqui, porque acreditamos que  os patriotas, aqueles que acreditam
ver, um desígnio, uma vontade, uma         um marinheiro, soldado ou aviador pode   que é possível um futuro melhor,
obrigação que todos, os que aqui                                                    digno de nós próprios, digno da nos-
estamos, cumprimos. Da Índia a Ti-                                                  sa História.
mor, dos rios da Guiné aos grandes
espaços de Angola e de Moçambi-                                                      Um, como todos, responderemos
que, podemos dizer, com orgulho,                                                    sempre que a isso formos chama-
que todos estivemos lá! Por convic-                                                 dos. Por isso, temos nove séculos
ção, por Portugal, e porque tinha                                                   de história e com isso ultrapassámos
que ser assim e não de outra manei-                                                 grandes dificuldades. Como ho-
ra; certamente mais cómoda. Estive-                                                 mens livres, recusámos e recusamos
mos lá, por aquilo em que acredita-                                                 servidões cobertas pelo manto da
mos, pela nossa consciência e pelos                                                 abundância fácil, das solidariedades
nossos valores.                                                                     que apenas existem como forma de
                                                                                    dominação, dos interesses furtivos
 Hoje, o combate é aqui, doutra ma-                                                 que corroem a vontade dos simples.
neira, com outras armas, mas com os                                                 Foram esses, foi o povo que, desde
mesmos princípios e valores!                                                        sempre, nas dificuldades, nas crises e
                                                                                    na dominação se ergueu insubmisso.
 Responderemos ao imperativo de
sermos portugueses e donos do nos-                                                   Estivemos todos lá; e é para todos
so destino. Responderemos a esse                                                    os que lá estiveram e para os que
chamamento e a esse imperativo,                                                     hoje cumprem o seu dever nas For-
como portugueses que se orgulham                                                    ças Nacionais Destacadas que envio
de o ser. Aqueles que não se vergam                                                 um abraço solidário, certo de que
ao fácil, não se contentam em se-                                                   aqueles que hoje honramos - os nos-
guir os outros, negam os caminhos                                                   sos camaradas mortos - não se sa-
ditos inevitáveis, e se interrogam, no                                              crificaram em vão. O seu exemplo,
presente, sobre qual é o futuro des-                                                o seu amor à terra onde nasceram,
te Portugal, deste povo que sempre                                                  se entendido, é talvez um dos últi-
honraram na paz e na guerra, na bo-                                                 mos recursos para salvar Portugal. É
nança e na tempestade.                                                              essa, e não outra, a nossa missão de
                                                                                    hoje porque “tenho orgulho em ser
 Estamos aqui, agora e sempre,                                                      Português, honro a minha palavra
porque acreditamos nos valores de                                                   e assumo a responsabilidade pelos
quem cumprindo a sua palavra, se                                                    meus actos”.
sacrificou “Defendendo Portugal até
à perda da vida para salvaguarda da                                                  Viva Portugal
sua independência”. Honramos os
que deram esse exemplo – os mais                                                                   Fernando Melo Gomes
de nove mil - que têm o seu nome inscri-                                                                                ALM
to em pedra, aqui, à nossa frente. Esses,
que muitas vezes foram esquecidos por
6 AGOSTO 2013 • REVISTA DA ARMADA
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