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ESQUADRILHA DE SUBMARINOS AGRACIADA
COM A ORDEM MILITAR DE CRISTO
No passado dia 25 de outubro, a Esqua-
drilha de Submarinos (ES) foi palco de Comissão de honra e convidados, entre os quais ca, o ALM CEMA impôs a insígnia de Membro
uma série de eventos cerimoniais pre- vários almirantes da Marinha, entidades civis e Honorário da Ordem Militar de Cristo ao Estan-
sididos pelo Almirante Chefe do Estado-Maior entidades internacionais. darte Nacional da Esquadrilha de Submarinos.
da Armada, no âmbito das comemorações do
centenário dos submarinos em Portugal. Depois de lido um resumo da argumentação A cerimónia militar de condecoração da ES
de base para concessão da condecoração e lido culminou com uma alocução pelo ALM CEMA
Com a chegada do ALM CEMA à ES, proce- o alvará de concessão do Presidente da Repúbli- e deu-se por terminada com a retirada do Estan-
deu-se à cerimónia de descerramento da placa darte Nacional da ES.
comemorativa do centenário dos submarinos
em Portugal, na sala museu. Para além das si- Seguidamente ocorreu a cerimónia de lança-
lhuetas dos submarinos das cinco Esquadrilhas, mento do álbum de memórias “Submarinos em
a placa conta com a seguinte inscrição: “A 15 Portugal”, elaborado e patrocinado pela Comis-
DE ABRIL DE 1913, A BORDO DO SUBMER- são Cultural de Marinha, o qual foi apresentado
SÍVEL ESPADARTE ATRACADO EM LASPEZIA, pelo Diretor do Museu de Marinha.
FOI IÇADA PELA PRIMEIRA VEZ A BANDEIRA
NACIONAL, MOMENTO QUE MARCOU O Esta cerimónia concluiu com a oferta de um
INICIO DA NAVEGAÇÃO SUBMARINA EM exemplar ao ALM CEMA pelo diretor da Comis-
PORTUGAL”. são Cultural de Marinha.
Seguiu-se um pequeno ato protocolar na sala Com autorização do ALM CEMA, deu-se por
VALM Conde Baguinho, em que, na presença concluído o programa cerimonial, após o que foi
do VALM COMNAV, do CALM FLOTNAV e servido um espumante de honra no mesmo local
dos membros da Comissão de Honra das cele- e oferecido um exemplar do álbum de memórias
brações do centenário dos submarinos em Por- “Submarinos em Portugal” a todos os convidados.
tugal, o Comandante da ES ofereceu ao ALM
CEMA a medalha em bronze comemorativa do No culminar de um ano de celebrações, passa-
centenário. da esta efeméride de reconhecimento nacional
e institucional da ES pelos serviços prestados ao
Pelas 11h30m iniciou-se, no hangar do mergu- País, ficou nas pessoas que nela servem, sejam
lho, a cerimónia militar de condecoração da Es- submarinistas, mergulhadores ou de outras clas-
quadrilha de Submarinos com a Ordem Militar ses/especializações, o sentimento de tudo terem
de Cristo – Membro Honorário, na presença de feito para dignificar e honrar a memória de todos
pelotão constituído por militares das guarnições quantos serviram próximo dos submarinos ao
da ES e unidades atribuídas, dos membros da longo de um século.
Colaboração da ESQUADRILHA
DE SUBMARINOS
Em 15 de abril de 1913 o submersível Espa- gueses, constituíram um instrumento ímpar ao dições de vida a bordo, moldada num espíritoFoto 1SAR A Ferreira Dias
darte arvorou pela primeira vez a bandeira na- dispor das lideranças políticas para fazer vingar de corpo próprio de quem atua em ambientes
cional, durante a cerimónia oficial de entrega a liberdade de ação nacional, permitindo-lhes extremos e valorizada por um elevadíssimo
em La Spezia, iniciando-se assim uma nova era esgrimir um poder de dissuasão credível e uma nível técnico, irregateável dedicação e indis-
na Marinha Portuguesa, a da navegação sub- capacidade de projeção de força reconhecida, farçável orgulho na sua condição marinheira e
marina, sinal inequívoco da vontade de con- que muito contribuiu para a manutenção da in- submarinista.
tinuar a afirmar Portugal como tegridade territorial, para o reforço de Portugal
nação marítima. no quadro das suas alianças e, consequente- Fazendo jus ao seu lema “Zelo,
mente, para a independência nacional. Aptidão, Honradez”, a Esquadri-
A entrada ao serviço deste lha de Submarinos e todos os que
tipo de unidades navais, com Tais créditos só foram possíveis de alcançar nela serviram ao longo de um sé-
características de operação e porque a vertente material teve permanente- culo, contribuíram para manter
necessidades logísticas muito mente a seu lado um escol de pessoas de ele- viva a chama que há mais de
particulares, constituiu um desa- vada têmpera, forjada na austeridade das con- quinhentos anos guiou os portu-
fio de monta, levado de vencida gueses para o mar, constituindo
por uma notável capacidade de um exemplo e uma referência
adaptação organizativa, estrutu- em que a nação se revê e con-
ral e formativa, só tornada possí- fia, e que lhe permite alimentar a
vel pelo contagiante entusiasmo, certeza de que, com gente assim,
extremada dedicação e esforça- o nosso mar continuará a ser um
do empenho de uma geração de elemento fundamental à identi-
marinheiros que marcou uma dade e ao porvir de Portugal.
época e deixou raízes sólidas Pelo que foi dito, em reconhecimento dos
capazes de sustentar o futuro. altos serviços que ao longo de um século de
existência foram prestados ao País em defesa
Passaram-se cem anos, atravessados por perí- da sua soberania, Sua Excelência o Presidente
odos de elevada conflitualidade militar, designa- da República quis dar público reconhecimento
damente as duas guerras mundiais, os conflitos com a concessão da Ordem Militar de Cristo à
nacionais em África e a chamada Guerra Fria, ao Esquadrilha de Submarinos.
longo dos quais, inicialmente os submersíveis, e
posteriormente os modernos submarinos portu-
REVISTA DA ARMADA • DEZEMBRO 2013 5