Page 23 - Revista da Armada
P. 23
REVISTA DA ARMADA | 507
entre longitude e variação da declinação
magnética. Embora baseada num pres-
suposto errado, esta proposta teve como
consequência uma recolha sistemática de
dados sobre declinação magnética. Estes
dados foram fundamentais para um co-
nhecimento mais rigoroso do magnetis-
mo terrestre. O mapa que anteriormente
foi mencionado era uma das peças exibi-
das na exposição, pois resulta dessa reco-
lha de informação sobre magnetismo.
Rebekah Higgitt visitou a exposição no
Museu de Marinha. Teceu rasgados elo-
gios sobre a mesma, referindo que a visita
que fez lhe mostrou que afinal a questão
da longitude não era um problema exclu-
sivamente britânico. Poder-se-ia pensar
que se tratava de palavras de circunstân-
cia, como forma de agradecimento pela
forma hospitaleira como foi recebida.
Mas neste caso não foram simples pala-
vras simpáticas para quem a tratou com
simpatia. Rebekah Higgitt escreve em di-
versos blogues dedicados aos assuntos
que mais a têm apaixonado. Uma das suas
publicações foi dedicada à sua visita a Lis-
boa, descrevendo com algum detalhe a
exposição patente no Museu de Marinha
e realçando a importância da maritimida-
de para Portugal:
I have just returned from a visit to Lis-
bon, where I had been invited to speak
about the Longitude Act and project at the
Seminário Nacional de Historia da Mate-
mática. An added bonus of the visit was
that an exhibition marking the tercente-
nary of the first Longitude Act had just
opened at the Museu da Marinha.
It was a small display on the first floor
that succeeding in getting across many of
the key points about the Act, the various exemplo da exposição do Museu de Mari- wed me how easy it was to present a his-
contenders for rewards and the Portu- nha para demonstrar que não têm razão tory of navigation, even of longitude, that
guese context. aqueles que usam a ideia de uma superio- largely side-lined Britain.
[...] ridade britânica para justificar uma postu- Texto completo no blogue do The
I got a good sense of the importance ra euro-cética: Guardian: http://www.theguardian.com/
of Portugal’s maritime past to the nation Abilafia’s article is a classic example of science/the-h-word/2015/may/15/histo-
during my visit to Lisbon. The conference an old-fashioned “Whiggish” narrative. It rians-for-britain-beware-eurosceptic-ver-
was held at the Escola Naval where naval claims a uniquely moderate and progres- sions-of-history-and-science
history and, by extension, the histories of sive advance toward the development of Este episódio mostra que um evento
navigation, mathematics and astronomy, British institutions, traced continuously simples, realizado com recursos escassos,
were very evident. While Greenwich and from Magna Carta and isolated from the pode ter um grande alcance, projetando
other maritime location in Britain tend rages and radicalism of the Continent. internacionalmente a Marinha e Portugal.
to celebrate the 18th-century Navy abo- [...] Basta que se conjuguem esforços de vá-
ve all, many sites in Lisbon have (mostly Despite being aware of much of this, rias instituições, neste caso Escola Naval,
20th-century) paintings, mosaics and sta- and the international correspondence Museu de Marinha e Seminário Nacional
tues to the heroic navigators of the 15th within the archives of the Board of Lon- de História da Matemática. Chama-se a
and 16th centuries. Texto completo em: gitude, I have recently had some salutary isto trabalhar em rede.
http://www.rmg.co.uk/discover/behind- reminders of the extent to which scholars
-the-scenes/blog/longitude-lisbon too get into their silos. A trip to the Museu Costa Canas
Além da publicação anterior, ela usou o da Marinha in Lisbon, for instance, sho- CMG
MAIO 2016 23