Page 2 - Revista da Armada
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MARINHA REABRE MUSEU MARÍTIMO



            m 27 de julho a Marinha reabriu o Museu Marítimo Almirante
         ERamalho Ortigão, em Faro, após três anos de encerramento
          em virtude de um incêndio que levou também ao fecho da Biblio-
          teca Infante D. Henrique.
           Importante  polo  museográfico  do  Museu  de  Marinha,  este
          Museu Marítimo é o museu mais antigo do Algarve. Foi criado
          em  1889,  com  o  nome  Museu  Industrial  Marítimo  da  Escola
          Pedro  Nunes  e,  em  1916,  foi  entregue  à  Marinha  (à  extinta
          Escola  de  Alunos  Marinheiros  do  Sul,  que  estava  instalada  no
          antigo  paço  episcopal).  Em  1946  foi  rebatizado  como  Museu
          Marítimo Ramalho Ortigão, em memória do oficial que o instalou
          na Zona Marítima do Sul em 1931, no edifício do Largo da Sé, em
          Faro. O núcleo em torno do qual se formou foi uma interessante
          coleção de modelos de redes, armações, aparelhos e barcos de
          pesca organizados pelo Eng.º Hidrógrafo da Marinha Baldaque
          da Silva. Estas coleções estiveram expostas por duas vezes em
          Espanha e até em Paris, durante a Exposição Universal de 1900.
          Em 1964 foi oficialmente reinstalado nas instalações do Departa-
          mento Marítimo do Sul e Capitania do Porto de Faro, sendo seu
          Diretor o chefe do Departamento Marítimo do Sul.
           Das valiosas pinturas que contém, uma das mais emblemáticas
          é o tríptico “Copejo do Atum”, da autoria de Carlos Porfírio, um
          pintor Algarvio que também cuidou da decoração do Museu no
          atual espaço onde se encontra. Igualmente valiosos são os óleos
          de  João  Vaz,  João  de  Almeida,  César  Formili,  D.  Maria  Justina
          Tibúrcio, Samora Barros e Mestre Lyster Franco.
           O Museu Marítimo Almirante Ramalho Ortigão compreende 3
          salas: a sala Lyster Franco, em homenagem ao excelente pintor
          e ex-diretor da escola industrial e comercial de Tomaz Cabreira,
          de Faro, que tanto trabalho obsequiosamente despendeu com a   Na reabertura, o VALM Mourão Ezequiel, representando a Mari-
          restauração de inúmeros quadros do Museu e a oferta de várias   nha, e o Dr. Rogério Bacalhau, Presidente da Câmara Municipal
          telas da sua autoria; a sala Manuel Bívar, em homenagem ao dis-  de  Faro,  assinaram  um  protocolo  de  colaboração,  que  visa  o
          tinto engenheiro agrónomo farense, a cuja curiosidade e amor   desenvolvimento de atividades de cooperação entre o Museu de
          às coisas de marinha se deve a construção, por ele próprio rea-  Marinha e o Museu Municipal de Faro, para a preservação e divul-
          lizada,  dos  interessantes  modelos  depositados  no  Museu  por   gação do património museológico e cultural do Museu Marítimo
          seus filhos; e a sala Baldaque da Silva, em homenagem ao dis-  Almirante Ramalho Ortigão. Estiveram ainda presentes represen-
          tinto oficial de Marinha, organizador das coleções dos modelos   tantes de diversas entidades oficiais que visam apoiar este pro-
          de redes e barcos que serviram de base à formação do antigo   jeto, bem como, entre outros convidados, distintos familiares do
          Museu Industrial Marítimo.                          Almirante Ramalho Ortigão.
           São muitos os jovens do Algarve que, em idade escolar, ao longo   Para  a  reabertura  o  Museu  de  Marinha  beneficiou  diversas
          de várias gerações, tiveram o primeiro contacto com a Marinha   peças e substituiu a legendagem do espólio, ficando o Museu
          e com as coisas do mar e da pesca através da visita que fizeram   Marítimo Almirante Ramalho Ortigão aberto ao público às 3 ,
                                                                                                              as
          a este Museu. O Museu é ainda procurado por inúmeros turis-  5  e 6  feiras à tarde. Às 4  feiras aceita, por marcação prévia,
                                                               as
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          tas e visitantes e é numerosa a correspondência de estrangeiros   visitas de grupos, nomeadamente escolas.
          com o Museu de Marinha, demonstrando interesse por este polo
          museográfico.                                                               Colaboração do MUSEU DE MARINHA
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