Page 10 - Revista da Armada
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As Forças formaram pouco depois das 10h00, integrando o bloco de
                                                                  estandartes nacionais e fi cando prontas para a chegada dos diversos
                                                                  convidados: ofi ciais generais dos três ramos das Forças Armadas, os
                                                                  anƟ gos Chefes do Estado-Maior da Armada e outras enƟ dades civis e
                                                                  militares. Perto das 10h55 chegou o Almirante Mendes Calado, que
                                                                  aguardou a vinda do Ministro da Defesa Nacional, acompanhado da
                                                                  Secretária de Estado da Defesa Nacional e do Presidente da Câmara
                                                                  de Coimbra, Dr. Manuel Machado.
                                                                    A cerimónia começou às 11h00 com as honras prestadas ao Doutor
                                                                  Gomes Cravinho, que passou revista às Forças em Parada e ocupou o
                                                                  seu lugar na tribuna, presidindo ao evento.
                                                                    Seguiram-se a imposição de condecorações militares, premiando
                                                                  aqueles cuja excelência de desempenho mereceu especial destaque,
                                                                  e que a Marinha ou a República entendeu disƟ nguir. Foram condeco-
                                                                  rados 15 militares, militarizados e civis, havendo a destacar os cinco
                                                                  militares que, em nome do Presidente da República, foram conde-
                                                                  corados com a Ordem Militar de Avis. Saliento ainda a atribuição da
                                                                  Cruz Naval de 1ª classe ao Dr. Alberto Rodrigues Coelho, Director-Ge-
                                                                  ral de Recursos da Defesa Nacional.
                                                                    Terminadas as condecorações, chegou um dos momentos que
                                                                  maior signifi cado assume em cerimónias militares, quando se presta
                                                                  homenagem aos mortos. Os militares falecidos em combate mere-
                                                                  ceram sempre uma especial veneração pelos seus camaradas, recor-
                                                                  dando-os na certeza de que o seu sacriİ cio não foi em vão. Contudo,
                                                                  no momento presente a Marinha presta homenagem a todos os seus
                                                                  mortos, militares, militarizados e civis que nela serviram. Quando o
                                                                  clarim toca o “silêncio”, segue-se a conƟ nência aos nossos mortos
                                                                  e vêm-nos à ideia todos aqueles que connosco serviram lealmente
                                                                  a Marinha, afastados defi niƟ vamente do nosso convívio. O capelão
                                                                  Ilídio Silva fez a evocação dos militares, militarizados e civis falecidos
                                                                  e, após um minuto de silêncio, toca a “alvorada”. Estava terminada a
                                                                  emoƟ va homenagem e o Chefe do Estado-Maior da Armada e Auto-
                                                                  ridade MaríƟ ma Nacional iria proferir a sua alocução.
                                                                    As suas primeiras palavras foram de agradecimento ao Doutor
                                                                  Gomes Cravinho, por ter aceitado presidir à cerimónia, que muito
                                                                  honra a Marinha com a disƟ nção que lhe confere. E estendeu os seus
                                                                  agradecimentos ao Presidente da Câmara de Coimbra, pelo acolhi-
                                                                  mento que os conimbricenses deram à sua Marinha, na primeira vez
                                                                  que as celebrações deste dia saíram da zona ribeirinha e foram para
                                                                  o interior do país, de onde vieram muitos e notáveis marinheiros. E
                                                                  destacou em especial a importância que a cidade sempre teve para o
                                                                  país e para a sua vocação maríƟ ma, nomeadamente com a sua Uni-
                                                                  versidade. Agradeceu ainda a presença de todos os restantes con-
                                                                  vidados, dirigindo-se, de novo, ao Ministro da Defesa, para lhe dar
                                                                  conta da forma como a Marinha Portuguesa cumprira zelosamente a
                                                                  sua missão, dentro dos princípios que ele próprio estabelecera para
                                                                  o seu mandato como CEMA.
                                                                    “Foram salvas 320 vidas, correspondendo a uma taxa de efi cácia
                                                                  (...) próxima dos 99%”, salientou o Almirante Calado, referindo como
                                                                  estes valores consƟ tuem uma referência internacional. E destacou a
                                                                  colaboração operacional com a Força Aérea e a Autoridade MaríƟ ma
                                                                  Nacional, bem como as acções coordenadas com a Polícia Judiciária,
                                                                  no combate ao narcotráfi co e à criminalidade no mar. ConƟ nuando
                                                                  o seu discurso, referiu as missões de cooperação internacional da
                                                                  Marinha, nomeadamente com a República de S. Tomé e Príncipe e no
                                                                  apoio humanitário a Moçambique, por ocasião das recentes cheias. E
                                                                  destacou a preocupação cultural da Marinha, empenhada nas come-
                                                                  morações do quinto centenário da viagem de Fernão de Magalhães
                                                                  e no cinquentenário da Academia de Marinha: organismo diferencia-
             Foto SAJ ETC Silva Parracho                          dor que consolida e desenvolve uma cultura maríƟ ma.
                                                                    Salientou a aprovação recente, pela Assembleia da República,
                                                                  da Lei de Programação Militar, que consagra os projectos de reno-
                                                                  vação da Marinha, com a construção, aquisição ou modernização
                                                                  de meios navais essenciais, realçando, contudo, que a sua efi cácia


              10   JUNHO 2019
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