Page 205 - Revista da Armada
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MarcaçãoJl, a RTP transmitiu um serão de vaâedades
realizado nas Escolas da Armada, no Alfeite, e onde
o conjunto teve actuar;ão de relevo. Oportunamente,
«Os NáuticoslI preencherão o conhecido programa
televisivo «TV Clubell. Embora as suas característi-
cas o aproximem mais da música «poPII, este agrupa-
mento interpreta também como naturalmente se
compreende em face do seu vasto auditório, outros
géneros musicais. Por iniciativa do capelão Delmar,
os actuais elementos do conjunto iniciaram lenta-
mente os primeiros passos para uma realidade que se
viria a manifestar altamente positiva.
Na realidade, o conjunto em referência teve o meu
acompanhamento e impulso desde o primeiro minu-
to. O seu berço foi o Grupo n.02 de Escolas da Arma- CroZ., a caminho da
Angola. NB foro. v~m 'se IBmbémoflnrlocomandBntfl Melo Crisri·
da. Os seus elementos, jovens marinheiros, eram
no fi o cBpelilo DelmBr BBrreiros.
José Joaquim Araújo Pereira, Carlos Portugal Deoda-
to Santos. Rui Manuel Diogo de Almeida, Ernesto legendas nas esferográficas "Siga a Marinha!! ou
Dabó, José Manuel das Neves Ricardo, Pedro Soares «Sirva Portugal na Marinha!! era feita pelos NOS Náu-
de Jesus Serigado e Francisco Avelino Ribeiro Júnior. ticos!! ao som mavioso das guitarras e a voz t.imbrAda
Fez digressões à Guiné e a Cabo Verde de 30 de dos marinheiros.
Março a 10 de Maio de 1971 eaAngolaeMoçambique Recordo-me que em Luanda, no melhor cinema da,
de 9 de Junho a 27 de Agosto do mesmo ano. Na Gui- cidade, o Avis, após a actuação de diversos grupos lo-
né actuou nas instalações da Defesa Maritima, no cais. já que de um Festival de Música se tratava; en-
Hospital Militar de Bissau, na Base Aérea de Bissa- traram em acção NOS Náuticos)). Só sei dizer que a as-
lanca e ainda em Farim e Bolama. Em Cabo Verde deu sistência, centenas e cen.tenas de jovens, aplaudiu
dois espectáculos no cinema Miramar do Mindelo. freneticamente os briosos rapazes da Armada e can-
Em Angola exibiu-se nas Instalações Navais da Ilha tou com entusiasmo a canção Os marinheiros aventu-
do Cabo, na Base Aérea n.09, no Hospital Militar, no reiros são sempre os primeiros na terra ou no mar ...
Regimento de Infantaria 20, na Reclusão Militar, no
cinema Avis. na igreja de Jesus e também na Pedra
do Feitiço, em Santo António do Zaire e em Cabinda.
Em Moçambique fez duas gravações para a Rádio e Há dias, em plena baixa lisboeta, encontrei um
actuou nos Estúdios do Rádio Clube de Moçambique, dos elementos de NOS Náuticos)). Quase lhe brilha-
no Aquartelamento da Machava, e ainda em Tete, ram as lágrimas nos olhos quando ele me balbuciou :
Vila Cabral, Metangula e Porto Amélia. Sabe, senhor capelão, quase não há dia nenhum que
A imprensa referiu-se largamente às suas exibi- não me lembre daquele glorioso conjunto.
ções e deu-lhe títulos de caixa alta, dos quais destaco Esse elemento deixou a Armada há doze anos.
alguns: No Festival do Avis «Os NáuticoslI aplaudi- Mas. uma coisa é certa, cem anos que ele viva não irá
dos de pé pela assisténcia jovem, do jornal «Província esquecer a Armada. E mais, aos seus ouvidos soarão
de Angola" (8-7-71); Explosão musical em ritmo de sempre os bons acordes de "OS Náuticos!!.
juventude, do jornal «Diário de Luanda" (8-7-71); O Essa certeza é o bastante para que eu próprio ja-
Conjunto Musical da Armada .Os Náuticos» obteve mais esqueça esse .conjunto, o qual, se ainda existis-
grande sucesso no Ultramar, do jornal «Diário de No- se, teria completado quinze anos em Maio passado.
ticias» (28-8-71).
Confesso, não é apenas a emoção que me invade.
Ao dar estas referências de "OS Náuticos» é um misto
de saudade e nostalgia que fere a minha sensibilida-
de de marinheiro e fundador daquele agrupamento
musical. Tenho pena que as circunstâncias não te-
nham permitidO a continuação do conjunto. No en-
tanto, a sua existência de cerca de dois anos foi pro·
veitosa e benfazeja. Trouxe uma lufada de ar fresco,
uma explosão de juventude, uma onda de alegria
num tempo em que, por motivo das constantes co-
missões no Ultramar, se respirava, nas fileiras milita-
res, uma atmosfera relativamente pesada e sombria.
E. porque não dizê-lo, serviu também para uma Delmar Barreiros,
salutar propaganda da Marinha no meio da camada CBpelllogrBduBdoemcBp.-frag.
jovem. Aquele chamariz que hoje é feito através das _. __ ••• __ • _. _ ••• _ •••••••••••••
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