Page 295 - Revista da Armada
P. 295
S. Paulo. Daf resullafam as grandes amiza· Medalha Naval de Vasco da Gama. Em todos
des entre si e o comandante Sacadura Cabral. quantos da Marinha o conheceram a sua
pilOlo dos hidroaviões que reali13ram a tra- memória será venerada e respeitado como
vessia e com o almirante Sarmento Rodri- merece.
gues. então guarda-marinha da guarnição do
cruzador, amizades que se manteriam
enquanto vivos. Fez lambém a reponagem do Às famOias dos que faleceram. os nossos sen-
Périplo de África, embarcado num dos navios tidos pêsames.
que nele tomaram pane, em 1924125. Ambas
o tomaram desde logo notado e admirado pela
forma como a escreveu e viveu. Era mem-
bro da Academia de Marinha desde 1973 e
da Comissão Promotora de um monumento
a Sacadura Cabral e Gago Coutinho desde
1986. Por lUdo o que escreveu em prol da
Marinha, era agraciado. desde 1984. com a **********
Voz da Abita
CARTAS AO DIRECTOR
Dos nossos leitores e amigos menos a torneira Das palmas e do altura, chegou-se a efe um sujeito
recebemos a seguinte correspon- entusiasmo. que, debruçando-se sobre o seu
d(mcia: E, no meio de uma barulheira ouvido esquerdo, lhe disse discre-
Do "Pezlnhos_, cabo M, Lisboa, infernal, lá foram desfilando, apre- tamente:
recebemos a carta que transcreve- sentados com os mais retumbantes -Então o senhor não aplaude?!
mos na Integra: adjectivos da nossa gramática, E o outro, prontamente:
vários artistas de ambos os sexos: -Você desculpe, mas é que, por
Tenho o costume de, enquanto uns que já deviam estar reformados este preço, já tenho visto muito
me arranjo na casa de banho, de há muito, vozes estafadas e canções melhor ...
manh~, ouvir uma das mais popula- com barbas, outros ainda em boa ou *
res estaç6es de rádio nacionais. regular forma ...
Era um dia de festa, um progra- E o bom povo de Portugal, como De Arnaldo Francisco Patrocf-
ma especial e decorria no Pavilhão lhe chamava uma eminente persona- nio, 1°.- sarg. FZG, adjunto do chefe
Carlos Lopes do Parque Eduardo VII, lidade da nossa história recente, a do Serviço de Prisão, Grupo nO . 2 de
numa manhã abrasadora do passa- todos vitoriava com intermináveis Escolas da Armada, uma carta pe-
do mês de Julho. ovações, cantando até com eles, em dindo a publicação do apontamento
Porque o espectáculo era à bor- coro, quando era necessário enco- que se segue, da autoria do 1° .-mar.
la, a casa estava à cunha e, segundo brir as suas fffias ou deficiências CM Fernando Eugénio Neves dos
revelava o locutor, às 6 horas da derivadas do muito uso. Santos Neto, em regime de prisão
madrugada já a bicha era enorme. E Abençoado paIs, onde não há preventiva (é para esta carta e apon-
quando as portas se abriram a inva- um pano encharcado, uns ovos po- tamento que chamamos a atenção
são foi tal que não cabia nem mais dres, ou outras coisas apropriadas, do leitor no artigo .. A Marinha e a Dis-
um alfinete! Uma multidão ululante para atirar a certos sujeitos que nos ciplina .. que publicamos noutro local
enchera completamente o recinto ... impingem e que temos de gramar ... deste número).
O locutor, um dos mais antigos Faz-me lembrar uma cena pas- Depois de dizer que do Serviço
e festejados do país, além de ser dos sada há muitos anos num teatro de de Prisão todos evitam falar mas
que melhor fazem a festa e deitam revista no Parque Mayer. Havia que, infelizmente ele existe, e de afir-
os foguetes, irradiava alegria e então os chamados bilhetes de mar que os que ali se encontram são
dominava completamente a situa- claque, muito mais baratos que os marinheiros a expiar faltas, no caso
ção. Parece que não, mas havia até normais e que, como o seu nome vertente, não infamantes, conclui:
alguma semelhança entre o que se indica, implicavam que quem os ( ... ) Devo dizer que o esforço do
passava no Pavilhão e o meu duche/ tivesse batesse palmas a tudo, gos- preso, no sentido de trabalhar e dar
Com efeito, tal como eu regulava a tasse ou não. mostras de confiança e fealdade é
força e temperatura da água abrindo Uma noite sucedeu que um es- sempre generosamente recompen-
mais ou menos as torneiras, ele, pectador, sentado num lugar que os sado, sendo olhado como ser huma-
locutor, regulava o comportamento vendedores sabiam ser de claque, no que precisa de apoio. Existe pois
da assistência abrindo mais ou não batia palmas a nada. A certa uma tendtmcia para o ajudar e com-
5