Page 355 - Revista da Armada
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SIMULACRO
        DE ACIDENTE NO TEJO

        Realizou-se  recentemente  um  simulacro de
        acidente envolvendo cacilhciros da Transtejo,
        com  o objectivo de testar o  plano de emer·
        gência global elaborado por aquela empresa.
          Nesse exercício  participaram 30 alunos
        que estavam a frequentar um curso básico na
        Escola de Limitação de Avarias, devidamente
        enquadrados  por instrutores.
          Tal exercício pretendeu evidenciar as con-
        sequências do abalroamento de um cacilheiro
        trans(Xlrtando 300 passageiros, por um arras-
        tão,  num  dia  de  intenso  nevoeiro  e  testar
        assim  a  articulação  enlre  as  necessárias
        entidades,
           Além  dos  alunos,  estiveram envolvidos
        nas operações de salvamento meios da Trans-
        tejo.  Cruz  Vennelha  Portuguesa,  Instituto
        Nacional de Emergência Médica e Polícia de
        Segurança  Pública,  sob  a  coordenação  da
        Capitania  do  Porto  de  Lisboa,  bem  como
        meios  da  comunicação  social.
           Na sequência dos vários acidentes ultima-
        mente ocorridos em diversos países, a segu-
        rança fluvial  é cada vez mais um assunto da
        ordem  do  dia,  assumindo  naturalmente  a
        segurança 00 rio Tejo uma particular atenção.
          (rokIboraçao do top. -1m Ral41 Valenll' , director
        da ELA, da GrupoN." 2de Escolas da AnnadaJ.



        HISTÓRIAS DE MARINHEIROS


        101-Boas maneiras






                                                                                   hamavam-lhe Manuel Moleiro -
                                                                                   moleiro  de  alcunha,  que  ficara
                                                                             Cde tempos já vividos.  Viera de
                                                                             uma a1deiasita do Minho,  meio perdida
                                                                             entre montanhas, junto de um curso de
                                                                             água correndo cheio no  fundo do vale.
                                                                                Um avô distante ali erguera pequeno
                                                                             açude, a disciplinar águas irrequietas que
                                                                             desciam de cima. Com elas, já obedien-
                                                                             tes, fazia mover o moinho de milho que
                                                                             servia o povo da freguesia.  A profissão
                                                                             passara de pais a filhos, por ar fora.  Mas
                                                                             O Manuel,  último da geração,  não gos-
                                                                             tava do ofício.  Sonhava com horizontes
                                                                             mais  largos.
                                                                                Ainda moço já ajudava o pai nas fai-
                                                                             nas  do moinho  e  no  amanho  da  terra,
                                                                             dando,  quando  livre,  a  sua  joma  para
                                                                             fora.
                                                                                Nas feiras semanais da vila mais che-
                                                                             gada ia vender o que crescia da produção
                                                                             própria e comprar o que não havia em
                                                                             casa. Vivo, ladino, logo ganhou desem-
                                                                             baraço  nas  lides  do  negócio.  Vendia o
                                                                             mais caro que podia e comprava tão bai-.
                                                                             xo quanto possível. A coisa constou. E,

                                                                                                          29
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