Page 103 - Revista da Armada
P. 103
Um navio-escola modelar
mais recente navio de trei-
no de mar. construido pro-
O positadamente para cruzei-
ros oceânicos com jovens de ambos
os sexos, com idades dos 14 aos 24
anos, estave em Lisboa na viagem •
inaugural, atracado perto do centro
de operações da APORVELA, du- "
rante alguns dias no fim do passa-
do mês de Novembro.
O IfEendracht» é o segundo na-
vio de treino de mar com o masmo
nome, que a Associação Holande- •
sa de Treino de Vela (STAN) utiliza
com os mesmos objectivos das ou-
tras (tSail Training Associations»,
que existem em vários países, seno
do em Portugal a Associação Portu·
guesa de Treino de Vela (APOR-
VELA).
Tendo em conta o crescente in-
teresse dos jovens na Holanda e na
Bélgica por esta actividade, o novo
navio é bastante maior do que o an-
terior, com 25 metros maís no com-
primento e o dobro da área das
velas.
O navio foi financiado pela Fun-
dação Het Zeeland Zeeschip e na
sua construção utilizaram-se os en-
sinamentos havidos em muitos
anos de operações do antigo IIEen-
drachh que durante alguns anos
fez base durante o Inverno em Vi-
lamoura, tendo alguns cruzeiros si-
do organizados com a participação
da APORVELA.
O novo navio, construído em
aço, tem de comprimento 55 m. me.-
didos no convés e uma boca de 12 bretudo nas atracaçOes, tem na via foram postas à prova num tem-
m. (igual à da uSagresn), 5 m . de ca- proa um motor de propulsão que poral à salda da Mancha, na viagem
lado e um deslocamento de 600 to- acciona um hélice num tubo. para Lisboa. Durante três dias e
neladas. Com três mastros de 43 m. A cerimónia do assentamento sem recorrer à capa, aguentou mui-
e um qurupés, arma em lugre na da quilha, em 1519/88, foi presidida to bem o temporal.
nomenclatura portuguesa, que pelo príncipe Bernard e o navio foi A APORVELA mantém estrei-
equivale à escuna na nomenclatu- dado como pronto para comissão tas relações com a ST AN e durante
ra inglesa. A tripulação é de 11 pes- em 29/8(89 pela rainha Beatriz, de- a estadia do navio foi uma espécie
soas, sendo 3 ou 4 mulheres. pOis das experiências feitas no mar de anfitrião, promovendo uma con-
Com desenhos de Vries Leu- com sucesso. ferência de imprensa seguida de vi-
tschr, que desenhara o anterior Com ventos de força 5 (cerca de sita 80 navio. para dar a conhecer
ltEendracht.», o navio foi construJdo 35 KmIh) consegue atingir 15 nós a última palavra em navios de trei-
nos Estaleiros Damen Shipyard, (27 kmIh) e com motor Caterpillar no de mar da juventude, e em que
perto de Roterdão, os mastros no de 550 H.P. chega aos 10 nós (18 condições se processa. O (cEen-
Royal Huisman Shipyard e as velas km/h), resultados que se conside- drachtn é um bom exemplO de coo
na prestigiada firma inglesa Hood. ram muito bons. mo um grande país de marinheiros.
Para facilitar as manobras, so- As qualidades náuticas do na· como a Holanda. mantém vivas as
29