Page 101 - Revista da Armada
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NOTíCIAS DO NRP
        .ROBERTO IVENS.

          o Serviço de Busca e Salvamento. desig.
        nado  internacionalmente  por  «Sean:h  and
        Rescuea (SAR), ~ um serviço público descrn·
        penhado por unKlades detalhadas para salvar
        pessoas em perigo. por acKlente com embar·
        cações  ou  aeronaves  00 mar.
          Para esse efeito  Ponugal tem sob  II sua
        responsabilidade duas áreas referenciadas a
        Lisboa e II Santa Maria, controladas em per-
        ~ncia pelos  respect.ivôs CentrOS Marfti-
        mos  de  Busca  e  Salvamento  (MRCC)  de
        Lisboa e Ponta Delgada, que funcionam DOS
        Comando Naval do Continente e dos Açores.
        Ao  primeiro, que  abrange II  região da Ma-
        deira, estão associadas as Estações Radiona-
        vais  Almirante  Ramos  Pereira  (Apúlia).
        Cascais, Comandante Nunes Ribeiro (Mon-
        santo), Sagres e Porto Santo. O segundo dis-
        põe da EslaçAo Radionaval  da  Horta.
           Em  cada  uma  das  áreas  referidas.  está
        atriburda ao serviço SAR uma unidade oceA-
        nica, pronta II acorrer II qualquer chamamen-
        to. estando uma outra de reserva que, por sua
        vez, se aprontará em cuno espaço de tempo,
        caso II primeira seja destacada para alguma
        acção.  Para este efeito os Comandos Navais
        nomeiam OS  navios que, em cada semana, e,s.
        tarão de serviço ou reserva SAR, iniciando
        nonnalmente a sua actividade ii sexta·feira.
           Foi para cumprir o serviço SAR, para que
        havia sido designado, que no dia  IS de I)e....
        zembrode 1989, sexta·fein, o NRP.coman-
        dante  Robeno Ivens_  se fez  ao  mar,  tendo
        logo na  noite desse dia, cerca das  18.30 ho-
        ras, sido chamado a presw assiSlencia ao peso
        queiro  _Francisco  Morais-,  que  a  1.000
        janias a sueste do cabo Espichei se enoootJ"ava
        com avaria no motor e, emborltivesse lar·
        gado o  fe"o, estava abatendo para  tem.
           O  mar de  sudoeste  e  o  vento  soprando
        muito fone,  limitavam as  possibilidades de
        apoio.  A situação foi , no entanto, controlada
        com a intervençio de duas embarcações que
        oportunamente chegaram ao  loca1,  tendo o
        pesqueiro  entrado  safo  às  21.15  horas  no   Força Aérea Portuguesa, acabaram Por aban-  Os  Irls ~.frogOl com  o  r:omandanlt  dq fIO\10,
        pono de Sesimbra.                  donar a  acção,  fundamentalmeme porque o   cop.-fro.g.  SanUU!O dt Mf!ndonço poJQIIIfXJffl o~
           Ainda durante essa  madrugada e  na ma·   estado do mar. na altura, inviabilizava qual_   IOgmfio  (COÚlbofflÇtJo  do  coffltllldo da  .Robtrfo
        nhã de sábado foi  a .Roberto Ivens. chama·   quer  auxOio.          IVf!n.I .. J.
        da para duas outras acções,  nio tendo sido   Com o passar do tempo o mar foi melho-
        no entanto necessária qualquer intervenção.   rando ligeinunente e a esperança voltou aos
           No dia 18 de Dezembro, não obstante as   tripulantes do Qcreia do Mar:o que, no final
        condições  meteorológicas  terem  aparente·   da  noite,  começaram a  acreditar que pode-
        mente melhorado na  costa oeste, foi eseuta·   riam alcançar porto seguro, tendo a embar-
        do o  pedido  de  auxílio  da  embarcação de   cação enlrado em Cádis,  sem  novidade,  na
        pesca Iuso-marroquina ..sereia do Maro, que   madrugada do dia  19 de Dezembro.
        se enconlnlva a navegar com muita dificul·   Ames,  po~m, já a  -Roberto Ivens- ha-
        dade a sul de Faro, com mar alteroso e ven-  via recebido  instruções do Comando  NavaJ
        lOS  ciclónicos.                   do Continente para se dirigir para a posição
           Recebidas instruções do Comando Naval   onde havia sido referenciado um navio que,
        do Continente, a .. Roberto Ivens. rumou pa-  segundo o  comunicado,  se  encontrava com
        ra a costa algarvia, tendo sido constatado, ao   fogo a bordo. Chegado ao local, nada foi de
        dobrar o cabo de S. Vicente, que o relato da   imediato avistado. tendo o navio iniciado um
        embarcaçio nada  tinha  de exagerado.  Esta   plano de busca da área até ao alvorecer, sem
        continuava  a  navegar correndo com o  tem·   resultado.
        po, tentando chegar a um pono qualquer, se·   Foi então que, às dez horas da manhã de
        gundo  informaram.                 terça-feira, se avistou uma balsa salva-vidas
           A o:Roberto Ivens:- conseguia agora maio-  à deriva, numa posição 63 milhas a sudoeste
        res  velocidades,  porque tamb6m ela passou   de Portimão. Com a aproximação verificou-
        a navegar. correndo com o tempo, com o mar   ·se existirem a bordo três náufragos, que pos-
        na  a1heta  de estibordo.          teriormente se constatou pertencerem ao iate
           Entretanto,  alguns  navios  na zona,  que   .. Pelican~ que havia largado do Funchal com
        inicialmente  se  propuseram  prestar  apoio,   destino a Vila Moura.  A embarcação, de 10
        bem  como  um  avião  e  um  helicóptero  da   metros de comprimento, não resistiu ao tem-

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