Page 105 - Revista da Armada
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H vo Systema Métrico Decimal, da autoria de ... _." .. It,..utt>.u .... o.:»
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Joaquim Henriques Fradesso da Silveira, pUblicado em I ...... ~ •• .w!. ULooM. O,9h:.
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1856. Este volume. apesar da sua modesta aparência. U" 19 ........ ooo-mlu
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teve, no seu tempo, uma excepcional importância, pela
seguinte razão que importa destacar: permitiu a divul-
gação de um sistema que Iria conseguir o entendimen-
existentes, nAo s6 entre parsas, como dentro das fron- ª:L.,··.·~~.~· :r§.· .. ·~::::: ~'g
to, no campo dos pesos e medidas, o que, anterior-
mente, era bem dlHcU, devido à variedade de padrOes
teiras de cada um deles. 1.,Ior>! I"t 1-'-) .•••••..•••••••• ! .... ~I..; •••.•.••• _ 0.'J18
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t: evidente que ,desde há muito,havia a perfeita cons- J 'Lu ~~~ beli .. ) ................ ~ oto:.... .......... ..... O.,,~;.
ciência da necessidade de normalizar as unidades de .u .... o(~e ..... • .... l··········,··. fI-ra, ................ Il.Z~'J5
medida, mas, cada um dos persas. naturalmente, pen- 0....: .................. , ......... S o",''" ....... . ........ , O.~
sava que a solução mais adequada era a utilização, a ni"'.,..... .........:l ~lot.......... ...... ..003~
nlvel universal, dos seus próprios padrOes. Especialmen- ~:~.~~:. ::: .. :'::::.' :'.::::.~~ .~,.~ .. ~ :~:::::: .::::::: :::;:98
te a Inglaterra, que enriqueceu comercializando os inú-
meros produtos que fabricava, nAo parecia muito Na tsb6la das Medidas de Peso, os valores da coluna da dirflita estilo
interessada em prescindir dos seus sistemas de medi- aJtpf8SSO$ fim quilogramas.
da. A libra peso e a jarda tinham o seu prestigio asse- Por curlo5kJede, feprodUZem-se. do livro de Ffad8sco da SilVeIra,
tabelas de COf7V8fsAo das antigas medidas lineares" de (J6SO (estas
gurado. AlIás, esta última unidade resultava de uma referidas a quilogramas). o que mostra, nIo.sd a variedade de un1dar:J6s
medição real, pois derivava do comprimento que ia des- qU8, na 4poc •• eram USAdq (a. poss/wIImfHlt8. nem todas) como •
de a ponta do nariz do rei Henrique I, à extremidade do tlcotnnt. relet;*J entnt ela. No que respeita I MQua a milha madtima
seu polegar. os seus VIItlres ~ 00s valores reais que a. f9SP9G'1ivament8.
5556 e 1852 m8tfos.
Em ponugal, nAo julgamos que tenha havido qual-
quer ambição universalista, mas, fronteiras dentro,
percebeu-se, ao longo dos séculos, que era necessário o sistema, porém, só se tornou, efectivamente, obriga-
acabar com os diferentes valores que cada uma das uni- tório em França a panir de Janeiro de 1840.
dades tinha de região para região. Há noticia de que, Antes desta data, já alguns palses tinham introduzi-
nas cortes de Lisboa de 1352, a população se queixava do o sistema métrico, como a Bélgica e os Parses Bai-
da confusão e variedade de medidas existentes, facto xos em 1816 e o Luxemburgo em 1820. Portugal foi
que prejudicava, entre outras actividades, a liquidação talvez o primeiro pafs a compreender as enormes van-
de rendas. tagens do sistema decimal proposto pelos franceses,
Nos reinados de O. João II, o .Manuel e o.Sebastião, mas escolheu uma solução bizarra. Efectivamente, lo-
fazem-se tentativas no sentido de alterar esta incómo- go em 1812, na Academia Real das Ciências, constituiu-
da situação, mas sem resultados significativos. -se uma comissão, da qual resultou uma memória da
A solução para o prOblema velo de França, quando autoria de Mendo Trigoso. Nela se diz que a-delicade-
em 1790, logo após a Revolução, foi aprovado na As- za dos tempos e o brio nacional, que com razão tem hor-
sembleia Constituinte, um proiec!o de unificação. O êxito ror a tudo que traz o nome francês, se opõem à adopção
do sistema deveu-se a: do metro, ou por paridade de razão, a qualquer medida
cuja unidade seja outra parte decimal do quarto do me-
1. Uso de um segmento do meridiano terrestre c0-
ridiano, pois este faria o mesmo que faz o metro,
mo unidade fundamental, o que lhe dava uma dimen-
slo universal. podendo-se ainda neste caso recorrer a uma medida
2. As unidades da mesma espécie estarem ralacio- portuguesa que é o palmo craveiro-.
nadas por um sistema decimal, o que facilitava extraor- Esta posição resultava, evidentemente, do facto da
dinariamente as operaç08s em relação a sistemas França se encontrar em armas com quase todas as na-
duodecimals, normalmente usados. ~s da Europa. Todavia, em Dezembro de 1814, o prln-
O metro foi a designação escolhida para a nova uni- Clps regente, concorda com a proposta da comissão que
dade de comprimento. O seu valor foi estabelecido co- estabelecia as seguintes unidades de medida, para uso
no nosso pais:
mo a décima milionésima pane do quarto do meridiano
terrestre. Não sendo prático determinar tão grande dis- Lineares: a mio travessa, (ldm) definida como a
tAncia, optou-se por fazer a medição entre Dunquerque centésima milionésima parte do quarto do meridiano ter.
e Barcelona e, dai, deduzir o valor do metro (1). Uma (estre, tendo como múltiplos a vara (1 m) e a milha
lei de 1799 oficializou os padr08s - fabricados em plati- (1km).Os submÚltiplos eram o dtkimo e o cent~simo da
mão travessa.
na irldiada- do metro e do quilograma que dele derivou.
Capacidade: a canada (1 litro) sendo os múhiplos o
(1) A c:omphJxa fi apaixonante história dBsta m9didtJ 4 contada por alqueire (10 I),a tanga (100 I), o tonel (1000 I) e os sutr
06nis GU9d/. am A Meridiana. Usboa, 1988. múltiplos, o dtkimo e o cent~slmo da canada.
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