Page 133 - Revista da Armada
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Sul, além de 17 navios de guerra na-  uma nota alegre, das muitas que se   e, com espanto de todos os presen-
       cionais.                           passaram nestes navios.            tes, os que estavam no gasolina e
           Entre Novembro de 1961 e  Fe-      Naquela revolta do ~~Bartolomeu  os mirones no cais. rasgou-o em pe-
       vereiro  de  1964,  permaneceu  em   Dias))  referida atrás, passou-se um   daços que raivosamente atirou pa-
       missão de soberania em Moçambi-    episódio digno de registo, pelo in-  ra a água, dizendo em voz alta ... um
       que,  comissão  que  repetiu,  entre   sólito e pelo que representa de ex-  palavrão!
       Julho desse ano e Janeiro de 1967.   cesso  de  zelo  pelo  material  da   De  facto  nilo  era para  menosl
           Terminou a  sua vida activa em   fazenda nacional.                Sabem o  que era o  papel?
        14  de  Fevereiro,  passando  a       Foi o  seguinte:                  O vale de um megafone que al-
        chamar-se navio-depósito C!S.Crist6-  Quando o  comandante do  na-   guém tinha ido pedir aos Serviços
        vão» e mais tarde foi vendido para   vio, num ambiente de grande ten-  Marítimos para o  comandante po-
        a  sucata.                        são,  embarcou  na  caldeirinha  do   der falar para o  navio quando nos
           Triste fim, também, para um na-  Arsenal, no gasolina de bordo, com   aproximassemos dele!
        vio que tão altivamente desúaldou   os oficiais do navio, dos quais eu fa-
        a bandeira verde-rubra por muitos   zia parte, sabendo-se que o patrão
        mares, que fez 15 viagens de instru-  tinha sido avisado  para não levar
        ção de guardas-marinhas e cadetes   oficiais porque seria metido no fun-
        da  Escola  Naval  (uma  delas  de   do a  tiro, apareceu a  correr, vindo
        circum-navegação e  outra de péri-  dos Serviços Marítimos, um oficial
        plo  de  Âfrica),  dezenas de comis-  do serviço geral, gritando para o ga-
        sões de soberania no  ex-mtramar   solina  esperar,  ao  mesmo  tempo
        português, centenas de exercfcios ...   que  agitava  na  mão  um  papel
           Aqueles  portugueses que, por   branco.
        ignorância, julgam que os navios de   Julgando  tratar-se  de  alguma
        guerra não servem para nada e que   mensagem do navio que alterasse
        o seu pessoal passa uma vida rega-  ou confirmasse  a  ordem  dada ao
        lada, ponham aqui os olhos e vejam   patrilo,  o  comandante esperou.  O
        quanto estão enganados e como as   homem chegou esbaforido e depo-
        suas opiniões são injustas! A vida   sitou o  papel nas milos do coman-
        na Marinha é  aliciante, é  verdade,   dante. Este, um homem correctís-
        mas muito dura também ...         simo, a quem nunca ninguém tinha
                                                                                                    M . do Vale.
           E  terminamos este artigo com   visto um assomo de ira, leu o papel                          c/olm.







                    Poema do  1m





                                          P«ma, meu  canto                   Ntlc faças teu ninho
                                          Poema  d 'encanto                  Na  vil  cerraçlJo
                                          Que digo t:  redigo                Só  há solidlJo
                                          Que  vive comigo                   Por esse caminho
                                          Poema  inocente                    Poema,  meu canto
                                          Poema  imprudente                  Poema d 'espanto
                                          Poema jasmim                       TiJo  bre\'t: cerzido
                                          Tu  vais de jornada                Poema  sentido
                                          Tu  vais de fugida                 Nascido por ti
                                          Nos longes da  vida                Nascido por mim
                                          Que outra morada                   Poema tnQtim
                                          Procuras assim?                    NlJo  \w por aI
                                                                            Nas velas do nada
                                          P«ma,  meu canto
                                                                            No fim  dessa estrada
                                           P«ma qlabranJo
                                                                             Es16  o teu fim
                                          Semente de  luz
                                          Ntlc \utas o pus
                                          Da minha  incenQ.a
                                          PlMma  purez.a                                 A.  Santos  COf!ntro.
                                          P«ma d 'arminho                                        "'P.-t~. SE


                                                                                                          23
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