Page 129 - Revista da Armada
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u> e {(Bartolomeu Dias»









             Embarcar num destes maravi-     6 meses, entrou em 368 portos na·   Principais eventos em cada navio.
          lhosos navios, em relação aos anti-  cionais  e  estrangeiros,  navegou   No «Afonso,,:
          gos  que ainda tínhamos,  era,  mal   26.530 horas e  teve 33 comandan·   Em 8 de Setembro de 1936, com
          comparado,  o  mesmo  que  estar   tes e  encarregados do comando.   outros  navios, tomou  parte numa
          hospedado num hotel  de luxo ou       O ((Bartolomeu», também na gi-  revolta  para  derrubar  o  governo
          numa pensão de 3.al               ria, durou 31 anos e 9 meses, entrou   constituído, em ligação com a Fren-
                                            em 434 portos, navegou 34.379 ho-  te Popular Portuguesa, cujo núcleo
                         *                  ras e teve 41 comandantes e encaro   na Marinha era a OrganizaçAo Re-
          Tempo de vida que tiveram.        regados do comando.                volucionária da Armada.
             O llAfonsoll,  como era conheci-                                     Sobre o assunto  diz  o  coman-
          do na gíria naval, durou 26 anos e                                   dante  Sousa  Mendes  na  obra
                                                           *
                                                                               citada:
                                                                                  Quando o «Afonso de Albuquer-
                                                                               que» largou da bóia em situação ile-
                                                                               gal,  metralhadoras  instaladas  no
                                                                               Terreiro do Paço e noutros locais da
                                                                               margem norte começaram a lazer
                                                                               fogo,  varrendo o convés e supers-
                                                                               truturas do navio.
                                                                                  Ao tentar sair a barra, por altu-
                                                                               ras da Torre de Belém. foj alvejado
                                                                               por granadas das baterias do Alto
                                                                               do Duque e de Almada. Uma delas
                                                                               atingiu os alojamentos dos ofjciais
                                                                               e provocou in~dio a bordQ. Havia
                                                                              já alguns mortos e numerosos feri-
                                                                               dos entre os elementos da guarni·
                                                                               ção.
                                                                                  Com água aberta. o navio come·
                                                                               çou a afocinhar e adornou a EB. Al·
                                                                               gumas praças atiraram-s8 Li  ~gua e
                                                                               outras  içaram  uma  bandeira
                                                                               branca.
                                                                                  Depois de rebocado 8  encalha-
                                                                               do na  Praia de Pedrouços,  entrou
                                                                              no dia 9 na doca seca para fabricas .
 •                                                                             (para mais pormenores ver Revista
                                                                               da Armada n. as 34, 35 e  36, rubri-
                                                                              ca kConversa entre Marinheiros»).
                                                                                  Além do que ficou  dito,  acres·
                                                                              centaremos  que  o  navio  soúeu
                                                                              grandes estragos e que nenhum ofi·
                                                                              cial tomou parte na revolta. Daqui
                                                                              o insucesso dos intentos das praças
                                                                              que dirigiram as operações.
                                                                                  Entre 11 de Jullio e 30 de Agos-
                                                                              to de 1938, fez parte da escolta ao
                                                                              paquete uAngolallque transportava
                                                                              o Presidente da República, general
                                                                              Óscar Carmona, em visita oficial a
          O cA/on$o de Albuquerque., em 8SET36, vando-se alguns pormanorM do. dano. C8usadOlS   S.  Tomé e  Príncipe e  Angola, com
          durante a revolta  dos navios.                                      escala por Dacar.

                                                                                                            19
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