Page 96 - Revista da Armada
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A caldeira do breu







                  mestre aposentado do Quadro do Pessoal Civil
                  da Marinha Luis A.  Marques, a prestar serviço
                  no
            O  Museu  de  Marinha  há  muitos  anos,  é  um
           Interessado  e  curioso  Investigador. Já  conhecido  dos
           nossos leitores através da colaboração que tem presta-
           do a esta revista.
               Estando em projecto abrir uma sala de Construção
           Naval naquele museu, e porque já ali existe um mode-
           lo, registado com o nome de forno do breu (foto  1), foi
           encarregado de desenhar, para ser construido o respec-
           tivo mOdelo, o curioso edlfrclo que albergava o dito for-
           no, constituindo também  a sua chaminé, o que 56 foi
           possfvel através de  minuciosos exames de fotografias
           da Colecção Seixas ali  existente.
              Concluiu que esse conjunto, a que se chamava a cal-
           deira do breu, existia já em  1789 e figura na reprodu·
           ção de uma pintura do artista A. J . Noe! (n 1752 m 1834)
                                                               o fomo do breu
           que tem por motivo principal os lançamentos à água de
           uma nau e uma fragata, realizados naquela data.     tal como as cerejas, vêm umas atrás das outras, surgiu
              Concretizada  a ideia, ficará o  museu  enriquecido   a foto 2, cuja ficha de arquivo lhe atribui a data de 1858,
           com o modelo do pequeno e singular ediffcio pombali·   na qual podemos ver, além da caldeira do breu (a), um
           no que muitas gerações viram no Arsenal, e que desa·   guindaste de rodas feito  em madeira (b),  a ossada (c)
           pareceu para sempre com o infeliz traçado e construção   e o cadaste duplo (d) da fragata -O. Pedro V. , manda·
           da Avenida da Ribeira das Naus. Aliás, não foi só isso   da construir em 1866, o edlflcio da Intendência da Mari·
           que desapareceu. Foi também o dique, foram as carrel·   nha, seu  mastro de sinais e cais privativo (9) onde se
           ras de  construção, foi  a caldeirinha,  etc.,  etc.   encontra atracada a Saveira  Dourada (f)  e perto dela
               E, como nestes trabalhos de investigação as coisas,   uma falúa do Arsenal (g) e, no extremo direito, ou seja,











































           VIsta parcial do Arsenal de Marinha (lado Oeste)
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