Page 367 - Revista da Armada
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EDITORIAL




                                             MENSAGEM




           do Chefe do Estado-Maior da Armada












                mundo vem assistindo a pro-                                        manutenção e a  logística dos meios
                fundas  mudanças nos  mais                                         atribuídos, abriu as suas  portas aos
         O diversos domínios. O que                                                militares do sexo feminino,  procurou
         ainda  há  bem  poucos anos poderia                                       a  redimensionação  adequada  às
         pertencer à esfera das utopias, nome-                                     necessidades nacionais, providenciou
         adamente nos aspectos científico e                                        a fonnação actualizada do seu pess0-
         tecnológico,  tornou-se  uma realida·                                     al, não deixando de alertar nomeada·
         de.  Uma  nova ordem de desafios,                                         mente para as necessidades de novos
         mais  complexa  e  mais  exigente,                                        meios navais e para o  reconhecimen-
         domina o nosso quotidiano.                                                to da especificidade daqueles que a
           A afirmação da identidade e credi-                                      servem no mar.
         bilidade nacionais não está à margem                                        Aprofundou a sua vertente cultu-
         dessa  evolução e a Marinha, na  sua                                      ral, um património que extravasa os
         área de responsabilidade,  não deixou                                     seus portões e pertence à  nossa pró-
         de estar atenta às novas  realidades,                                     pria  História,  ao assegur,,!r  a  recu-
         procurando conciliá-Ias com um  pas-                                      peração da última  nau da lndia e ao
         sado e  uma  tradição, que são um                                         manter um elevado g rau  de dina-
         justo motivo de orgulho nacional.                                         mismo  nos  seus organismos cultu-
           Por isso, tem vindo a adaptar-se às                                     rais.
         exigências dos novos cenários, procu-                                       Procurou  ainda,  laboriosamente,
         rando articular necessidades e recur-                                     encontrar o justo equilíbrio entre os
         sos, por forma  a  que o desempenho                                       interesses das pessoas e das institui-
         das  missões que lhe são atribuídas                                       ções, garantindo, através de  tantos,
         seja  eficiente e convergente com as                                      tão dedicados e anónimos  profissio--
         linhas de acção superiormente defini·                                     nais, as condições para que as missõ-
         das.                                                                      es fossem  cumpridas, com a eficiên-
           Durante o ano de 1992,  apesar de                                       cia  e  a  naturalidade próprias da
         inúmeras dificuldades e  insuficiênci·                                    nossa maneira de ser.
         as que, com  o  profissionalismo e                                          Discretos e disciplinados, diligen-
         dedicação de muitos,  foi  possível                                       tes e empenhados, os  nossos milita-
         minimizar, a  Marinha, servindo os                                        res,  militarizados e  civis,  garanti-
         Portugueses, marcou  presença onde                                        ram, com o seu esforço e a sua inteli-
         foi  necessário, contribuindo para                                        gência.  que a  Marinha se afirmasse,
         acrescentar prestígio e  credibilidade                                    uma  vez  mais,  como uma corpora-
         ao nosso pais junto da comunidade internacional.      ção prestigiosa e sempre renovada, em que a  Nação se revê.
           Cumpriu  missões de paz no  Adriático e  no Atlântico Sul,   E sâo esses  milhares de homens e mulheres, que de alguma
         por vezes em circunstâncias delicadas; participou nos exercíci·   forma servem a  Marinha, que, neste Natal, saúdo através da
         os internacionais programados no âmbito das alianças; visitou   Revista  da Armada, também ela em evidente processo de
         as nossas comunidades de emigrantes; lembrou ao  mundo O   renovação.
         pioneirismo português nos descobrimentos e  no enconlTo de   O Natal é um reencontro familiar, um momento de reflexão
         civilizações; avançou com projectos de cooperação técnico--  ~ um período de apaziguamento entre os homens e as nações.
         miJitar com os  PALOP;  usou a sua capacidade tecnológica   E a época em que, num dclo anual dominado pela intensidade
         única  para esclarecer em definitivo situações que espeadati·   e conflitualidade do quotidiano, emergem os valores da soli-
         vamente apaixonaram a opinião pública; efectuou a fiscaliza·   dariedade e da paz.  E um  momento de esperança, que todos
         ção da maior zona económica exclusiva  da CE;  assegurou a   sonhamos prolongar no espaço e no tempo.
         eficácia da salvaguarda da  vida  humana  nas  nossas águas   Neste Natal de 1992, fonnulo os votos de &m Natal a todos
         atravês de inúmeras intervenções, aproveitando paralelamen-  quantos servem a  Marinha,  lembrando muito especialmente
         te os recursos e meios disponíveis, para garantir, com indiscu-  aqueles que, por razões de serviço, estejam ausentes do convi-
         tível mérito, O cumprimento da lei  nos espaços maritimos sob   vio das suas familias, e exprimo a  minha  convicção de que
         jurisdição nacional.                                  continuaremos,  no futuro,  a encontrar O rumo certo,  nas tor-
           Para  tal, assegurou os níveis de operacionalidade e  pronti-  mentas ou na bonança, que foi, é, e será sempre, O de bem ser-
         dão indispensáveis ao cumprimento das missões,  garantiu a   vir a Pátria Portuguesa.                  1.
                                                                                       REVISTA OA AItMAOA. DEZEMBRO 92  5
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