Page 55 - Revista da Armada
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Conversa entre Marinheiros
Conduzida pelo CALM Malheiro do Vale.
Intervenientes: ·Re~sta da Armada. (RA)
e CMG João Manuel Nobre de Carvalho,
director das Infra-estruturas Navais (NC).
RA - Senhor comandante, sabendo-se que a RA - Montantes de quanto?
Direcção das Infra-Estruturas Navais (DIN) tem por NC - No respeitante às primeiras, as necessidades
missão tratar dos assuntos relativos ao projecto, cons- acumuladas atingem um total estimado de 2 milhões de
trução, modificação, reparação, manutenção e inven- contos, a preços actuais; quanto às segundas, as neces-
tário das infra-estruturas da Marinha, entendemos que sidades para o ano corrente, 1992, estimam-se em , mi-
seria interessante, neste principio de ano, dar conhe- lhão de contos.
cimento aos nossos leitores das obras em curso ou pro- No ano transacto. 1991, a verba que foi passivei atri-
jectadas e de tudo o mais que entenda dizer sobre os buir no orçamento da Marinha para estas últimas acções
seus serviços. Pessoalmente, devo dizer-lhe que é um perfez cerca de meio milhão de contos, ou seja, metade
prazer conversar consigo, oficial distinto com quem tive das necessidades globais, tendo havido que estabelecer
contactos em várias situações, das quais destaco a prioridades para gerir as disponibilidades existentes.
nossa estadia simultânea na Guiné, durante as guerras RA - E a respeito de novas construções?
do Ultramar, onde cimentámos uma amizade que multo NC - A Marinha necessita também de investir em
prezo. novas construções e remodelação de algumas das
NC - Muito obrigado pelas suas amáveis palavras existentes, onde o esforço de manutenção seria anti-
e pela sua amizade que gostosamente retribuo. Estou económico.
ao seu dispor para responder às perguntas que me Dos importantes programas actualmente em curso
queira fazer. destacamos três:
RA - Começamos por pedir que nos diga quais as 1. o - A 2 .• fase de remodelação das infra-estruturas
inlra-estruturas a seu cargo e o que sobre elas está portuárias da Base Naval de Lisboa (BNL), envolvendo
previsto. a construção de novos cais. respectivas redes técnicas
NC - A Marinha, para a execução das suas mis- e instalações para manutenção das unidades navais.
sões, quer essencialmente militares, quer de serviço O requisito operacional desta obra é facultar cais de
público, dispõe, no Continente e nas Regiões Autóncr atracação para escoltadores, submarinos e patrulhas
mas, de cerca de 1500 infra-estruturas, abrangendo: cais nacionais e de alguns pafses NATO, que os poderão
de atracação de navios e embarcações, intalações de utilizar em caso de guerra, dispondo de adequado apoio
apoio logfstico, escolas, ediflclos destinados a sedes de loglstico. O acesso aos cais implica a dragagem do canal
comandos e controlo, estações radio navais, edificios pa- de acesso e da bacia de manobra.
ra serviços de ãmbito cultural e cientifico, capitanias dos Durante a primeira fase da obra, concluída em Abril
portos, faróis, estações salva-vidas, etc. de 90, passou a dispor-se dos novos cais', 2, 7 e 8,
Glande parte delas são de idade avançada, situam- com o comprimento total de 769 m; a segunda lase,
-se no Htoral e em locais multo expostos à acção corro- actualmente em construção, começou em Outubro de
siva do mar e do tempo. exigindo obras de conservação 90, estimando-se a sua conclusão no primeiro semestre
e restauro de montantes muito elevados, para além de de 1993.
pequenas obras anuais de conservação ou reparação, Esta 2.· fase facultará os novos cais 3, 4, 5 e 6, com
de custos também significativos. o comprimento total de 1652 m e respectivos serviços
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