Page 303 - Revista da Armada
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como principal  inspirador e   estrutura  da obra, que exigiu
                     o COORDENADOR                             entusiasta  o  Comandante   grande labor e  muita  ponde-
                                                               Fernando de Barros,  que  não   ração.
                                                               e ra  nem  historiador,  nem   De seguida, o  CALM  Ro-
         o coordenador da equipa que vai elaborar o primeiro volu·
         me  da  História  dOi  Marinha Portuguesa é o  prof. doutor   membro da  Academia, sendo   gério  d 'OIiveira  falou  do
                                                               "ati um oficial de cuta txctut,,'-  financiamento do projecto,
         Humberto Carlos Saquem Moreno.
                                                               cidade que  ctrtamUllt muitos   salientando que ele "rtqlltr
             aturai de  Lis~ é licenciado em Ciências Históricas e
         Filosóficas peja  Faculdade de Letras de  Lisboa, diplomado   conheceram,  mas que era  um   substanciais palrocíllios".
         em  Ciênci;as  Pedagógius e doutor em História da  Idade   homtm  muito  inttligente  t   Hâ  5 anos,  quando se da-
                                                               cullo, e de illexudfvt/ detJlO(ão  à   vam os primeiros passos  na
         M~~i.J pel ..  Universidilde  de  Lisboa,  com  a classificação
         maxlDU.                                               Marinha,  cujos  problemas  tle   formulação do  projecto. ele
           Desempenhou funções  docentes  na Universidade de   vivia  intenSllmelltt. O assunto   tinha  um  inequívoco apoio
         Lourenço Marques e na Faculdade de Letras do Porto, onde   da  História da  Mari"ha  tra  um   do CEMA e da Comissão dos
         atingiu a categoria de professor catedrático em 1979.   deles. Ttvt o cotldão de  me pres-  Descobrimentos.
                                                               siollar persistel/temel/te, pressifo   Hoje, devido às graves e
           Desempenhou diversas  funções ligadas à sua especial ida·
         de,  nomeadamente director do  Centro de  Hjslória da   que  I/alura/mel/te  seI/lia  de   bem  conhecidas restrições
         Universidade do  Porto.  Director do  Arquivo Distrital  do   outras  origel/s.  A meu  pedido   orçamentais que pesam sobre
         Porto.  presidente  da  Sociedade Portuguesa de Estudos   preparou, com  o rigor e cuidlldo   a  Marinha, a  Academia espe-
         Medievais e director ~o Arquivo Nacional  da Torre do   qlle l!te  eram  peculiares,  1/111   ra que a Comissão dos Desco-
         Tombo, entre outras. E membro de diversas academias e   lIIemoral/(/o  com as suas  ideias   brimentos  honre a  sua  pro-
         sociedades históricas,  nadonais e estrangeiras, incluindo a   sobre o que dl!Via  ser  ti  His/6ria   messa.
         Academia Portuguesa de História, a Sociedade Espanhola de   da  Marinha. 01/  por olllro lado,   A  terminar, dirigiu-se ao
         Estudos  Medi evais,  a  Associação  dos  Historiadores   excedeI/do o objectivo do  pedido,   prof. doutor Saquero Moreno
         Europeus e a Academia de Marinha.                     em VtZ  de  Ulft  memoraI/do,  for-  e aos seus colaboradores, aos
           Ao  longo da  sua  carreira académica  o  prof. doutor   mlllOIl  rima  proposta à Mari"ha,   quais agradeceu  a  colabora-
         Baquero Moreno tem publicado inúmeros trabalhos sobre a   proposta que  I/afllralmetlte  veio   ção e  disponibilidade para a
         temática da sua especialidade.                        ter às  mil/has  milos e que  leve   concretização do  primeiro
                                                               dois  efeitos:  o de  memoraI/do   volume  d a  História  da
                                                               com  algumas  idtias  inttrtssan-  Marinha  Portuguesa, com a
        se incluem apenas a  narração   CALM  Rogério d'Oliveira,   tes  e um  pequtllo desptrtador   devoção,  a  qualidade  e  o
        dos factos, das batalhas, das   presidente da  Academia  de   para  o trabalho  qllt st impu Ilha   rigor  que os seus currículos
        navegações, das  viagens e  a   Marinha, proferiu um discur-  rea/iur. Por  isso, presto home-  garante.
        biografia  dos seus protago-  so em que salientou que a   nagem  à  ntem6ria  do  Co-
        nistas.  Ela  compreende, tam-  ideia de se elaborar a História   mallda/lte  Funal/do  de  Barros,   o prof.  doutor  Saquero
        bém, a  história  das ciências e                                                  Moreno  também  usou  da
        das  actividades que  estão                                                       palavra, salientando a sua
        ligadas à vida do mar, sem as                                                     satisfação por iniciar o esti-
        quais as  grandes  navegações                                                     mulante e arriscado desafio
        transoceãnicas que desvenda·                                                      de elaborar o  primeiro volu-
        ram  o  planeta,  não  teriam   "A  História da Marinha passa  pelo estudo aturado e critico   me da História da Marinha.
        sido  possfveis.  Entre estas,   dos  documentos.  Vamos  apoiar-nos  nessas fontes,  vamos   Referiu  que a  equipa  que
        podem citar-se a ciência  m'iu-  fazer um esforço sem esquecer, porém,  o labor que tem  sido   consigo irâ  trabalhar é consti-
        tica e a astronomia, a geogra-  realizado por tantos que têm  trabalhado tiO sentido de dar a   tuída  por  jovens  historiado-
        fia  e a cartografia, a  meteoro-  conhecer valarativamente a Hist6ria da nossa Marin/ra".   res do sexo feminino,  o que
                                       Foi desta foona. que o prof. doutor Saquero Moreno acentuou
        logia  e  a  oceanografia,  a                                                     representa  uma afirmação do
                                     a necessidade de um contacto directo com as fontes. que são sem-
        arquitectura  e a  construção                                                     interesse da gente jovem pelo
        naval, a  marinharia  e a  a rle   pre escassas, mas também  a necessidade de iIIvaJiar e coordenar   estudo e  pela  cultura,  acres-
        da guerra no mar, a pesca e o   tanto trabalho de investigação histórica que ao longo dos anos   centando que ""do  se  pode
        comércio marítimo, entre tan-  tem sido produzido pela o6c:ialidade da  Marinha. Aatdib.mos,   fazer  His/6ria sem  ler um  COl/'
        tas outras.                  contudo, que apesar das vicissitudes que têm illbalado o patrimó-  lacto directo com as {ontf5".
                                     nio documental da Marinha. nomeadamente os incêndios que   Referiu ainda, que "a  His-
          No imperativo nacional  de   em 1916 e 1%9 deflagraram nas insLtlillçoo do Arsena] de
        investigar,  inventariar, elabo-                                                  t6ria  da  Marinha  passa  pelo
                                     MMinN, será  ainda possível  iii  consulta de muitills fontes docu-  tS/lldo aturado e aflico dos
        rar,  escrever  e  publicar  a   mentais e muitos estudos de interesse históriro. iO menos como
        História  da  Marinha  Por-  fontes  indirectas, designa.damente na Academi.a de Millrinha.   documentos"  e  que  iria  ser
        tuguesa, a  Academia de Ma-  Biblioteca Centra] de Marinha, Arquivo de M.arinha ou no   feito  um esforço nesse senti-
        rinha  lomou  a  iniciativa  e,  no   Museu de Marinha.                           do, "sem  esqrlectr o labor  q/le
        dia 5  de Julho de  1994, em                                                      tem  sido  realizado  por  ta//tos
        reunião da sua Assembleia de                                                      quI'  têm  trabalhado  1/0 seI/tido
        Académicos, aprovou as bases   da  Marinha  no  âmbito  da   que lido  ttvt a felicidade  de  pre-  de  dar  a collhtctr valoraliva-
        fundamentais do ambicioso e   Academia de Marinha  tinha   smciar tste acto  que, leI/Iro  a   mente  a  Hist6ria  da  I/ossa
        desejado projecto.         já alguns anos.             cerleza, IIle  daria  ellorme orgll-  Marinha,  que  SI'  illsere  IIum
         No dia 27 de Julho foi  cele-  De  facto,  desde  que  a   lira e satisfação".   cOI/texto  in/t!TI/Ociolltll,  /lias  que
        brado  o  primeiro  de  uma   Academia  adquiriu  alguma   Depois,  o  presidente  da   i  motivo de  honra  e orglllllo
        série de contratos  para  a elí!-  capacidade e  dimensão, co-  Academia  referiu-se ao pro-  para  Portllgal",  lembrando
        boração do  primeiro  volume,   meçou  a germinar entre vári-  jecto como  um  trabalho  de   que "i "ecessário qlle as illStfill-
        respeitante a  "Homens,  Dou-  os dos  seus  membros a  ideia   longo  prazo,  agradecendo a   cios oficiais, a todos os lIíveis, se
        trinas  e  Organização"  da   da  concretizaçâo desse  tão   todos os que contriburram ou   comprometam  com  esle  llro,
       época 1139-1414, cujo coorde-  interessante projecto.   participaram  na sua  formula·   ieeto".           J,
        nador  é  o  prof.  doutor   Porém,  de  acordo  com  as   ção,  em  especial  aos  mem-
        Humberto Baquero Moreno.   palavras do CALM  Rogério   bros da Comissão Científica,
         Nessa  oportunidade,  o   d'Oliveira,  essa  ideia  teve   pela  tarefa  de  produzir  a
                                                                                  REVISTA OAAIlMAOA  • SCTEM8iO/()I.JJ\.U()9 ..  13
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