Page 160 - Revista da Armada
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COOPERA ~O rECNICO-MI1IrAR
erminou em 21 de Dezembro de 1997 na cidade do dos e teve a duração de treze semanas, durante o qual fomm
Mindelo, o primeiro Curso de Formação de Fuzileiros no ministrildos os módulos de, Armamento e Tiro, Comunicações,
Tâmbito da Cooperação Técnico-Militar de Portugal com Educaçiio Física, Explosivos Minas e Armadilhas, Infantaria,
ti República de Cabo Verde. Marinharia, Meios Aquáticos, Operações Anfíbias, Operações
Este projecto, dirigido pelo CFR FZ Albano Matos Fernandes Terrestres e Primeiros Socorros.
Pereira, contou com ii participação de uma Assessoria Técnica À semelhança do modelo de Curso em vigor na Escola de
composta por um lTEN FZ, dois SAR FZ's e dois lMAR FZ's, Fuzileiros também o Curso de Fuzilciros realizado em S. Vicente com-
apoiando uma equipa de Formadores Caboverdeanos composta preendeu 12 exe!'Ócios semanais com a duração de uma tarde e noite,
por 1 oficial e 4 sargentos, que durante o ano de 1995 frequen- e ainda dois exercícios de campo de treino, aperfciçoM1cnto e ava-
taram o Curso de Fuzileiros cm Portugal na Escola de Fuzileiros, liação mm a duração re<ipectivamente de 5 dias úteis e9 dias úteis.
A criação de uma unidade de Fuzileiros em Cabo Verde é ~1 um Durante os exercícios finais foi possível constatar e avaliar que
objectivo Nacional com mais de os níveis de desempenho téçni-
7 anos, que só se viria a consu- m, táctico, e de resistência física
bstanciar após decisão expressa e psicológica, se enquadravam
do Ministro da Defesa Nacional, nos objectivos definidos no
Dr. Ulpio Napoleão Femandes plano de curso, em tudo seme-
em Julho de 1977, integrada em lhantes aos alcançados na n0S&1
Conceito Estratégico de Defesa Escola de Fuzileiros.
em que a renovação e reconver- Em simultâneo com a Te.11iza-
são das Forças Annadas Cabo- ção do curso foram construídos
verdeanas aponta para o reforço pela Assessoria Técnico-Militar
da sua componente Aero-Naval. uma pista de deslTcz.1 rompas-
Esta orientação estratégica ta por 12 obstáculos, um tanque
não é alheia à condição arqui- de testes para motores fora de
P elágica do país constituido TrâlliJ rmllOks. borda, tendo sido montadas
por dez ilhas, onde por via do uma oficina de reparação de
direito intemacional malÍtimo o Mar Territorial tem Um.1 dimen- botes pneumáticos, uma oficina de motores fora de borda, uma
S.10 muito alargada, e onde a Zona Económica Exclusiva atinge 5.11a de judo, boxe e defesa pessoal, com toclos os materiais ofereci-
uma área quase 200 vezes superior à superfície do país. dos por Portugal no âmbito da Cooperação Técnico-Militar.
Esta condição arquipelágica de Cabo Verde constitui-se simul- O curso terminou em 21 de Dezembro com a cerimónia de
taneamente como valor, e como fragilidade. De valor como ponto imposição de bóinas aos novos Fuzileiros que foi presidida pelo
geo-estratégico importante, enquanto fonte de recursos malÍtimos Ministro da Defesa Nacional de Cabo Verde, contando com a pre-
de pesca e de recursos minerais do subsolo marítimo, mas tam- sença da Ministra do Mar, do Chefe do Estado-Maior das Forças
bém como uma fragilidade do ponto de ~ ____ ~ __ ~~ ___ ~~ Armadas, do Secretário de Estado da
vista da manutenção da Soberania Cultura, Comandante da Guarda Costeira,
Nacional (devido à descontinuidade do Consul de Portugal no Mindelo, do Adido
pais), e da salvaguarda dos recursos pis- de Defesa de Portugal em Cabo Verde e de
catórios e minerais, bem como de combate diversas autoridades civis e militares de
ao tráfico e trânsito de drogas, devido à Cabo Verde e estrangeiras, atestando a
grande extensão do mar tenitorial e da Zoa,1 importância deste evento, facto que foi
Económica Exclusiva. assinalado na Imprensa Caboverdeana. Da
Neste contexto a Guarda Costeira está a cerimónia constou também um programa
ser apetrechada com novas Unidades de actividades de demonstração, com-
Navais, ao que agora se acrescenta uma CNsfiklllililnr. preendendo demonstração de actividades
Unidade de Fuzileiros com o objectivo físicas (judo, boxe, defesa pessoal, saltos
expresso de em conjunto ser possível cumprir as missões de com- acrobáticos de mini-trampolim), tiro de combate, demonstração
bate à pirataria marítima, repress.10 do narcotráfico, prevenção da de execução da pista de comb.1tc c Tatoo de botes de assalto.
pesca clandestina, operações de busca e salvamento no Espaço À tarde, depois do almoço oferecido pelo Comandante da 1·
Marítimo Tenilorial e na Zona Económica Exclusiva. Região Militar Capitão Adriano Rodrigues Pires, decorreu na
Após a decisão do Ministro da Defes.1 de Cabo Verde em finais praça central da cidade um Taloo Militar executado por um Grupo
de Julho de 1997, de se iniciar a execução do projecto de criação Aulocomandado composto pelos novos Fuzileiros, a que se seguiu
de uma Unidade de Fuzileiros, durante o mês de Agosto, consti- um desfile pela nova Companhia de FU7ileiros entusiasticamente
tui-se a equipa de Assessoria e iniciaram-se em Portugal toclos os aplaudidos pelos inllmeros populares que assistiram a estes actos.
preparativos e aquisições de material para o projecto, tendo a Este projecto de Cooperação concluiu assim a sua primeira
Assessoria chegado em 3 de Setembro a Cabo Verde. fase, seguindo-se já em Janeiro de 1998 o início do treino e ades-
De imediato se iniciaram a preparação, a construção de infra-estru- tramento operacional desta Companhia que verá os seus efec-
turas, e testes de selecção aos cerca de 120 voluntários de um conti- tivos 003 homens) preenchidos com a chegada a C1bo Verde de
gente de 400 formandos do Curso de Fonnação Básica de Praças, 4 oficiais e 6 sargentos neste momento em formação em Portugal
ficaram aptos cerca de 80 dos quais foram seleccionados (:IJ pelos na Escola de Fuzileiros e com a realização do segundo Curso de
critêrios de habilitações literárias e IÚVeÍ5 de nataç.:'io. A estes 60 for- Fuzileiros em Cabo Verde previsto para Maio de 1998. O
mandos juntaram-se após testes de selecção mais4 sargentos. Pacheco dos $nnlos
O curso iniciou-se em 22 de Setembro de 1997 com 64 forman- 1TEN FZ
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