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A Mudança na Ordem
                            A Mudança na Ordem

           do Dia da Formação na Marinha
            do Dia da Formação na Marinha


                  Reestruturação do Sistema de Formação da Marinha - RSFM


              Em 1997, ano em que
              um Seminário realiza-
         C do em Maio constituiu
         a sua génese, é tomada a de-
         cisão de fazer a Reestru-
         turação do Sistema de For-
         mação da Marinha (RSFM)
         que é regulamentada e ac-
         cionada por despacho do
         Almirante CEMA nº 23/98 de
         27 de Abril.
           Uma tal reestruturação,
         projectando um balanço
         sobre 12 anos de adopção do
         modelo de abordagem sisté-
         mica (ASF), cria novos desa-
         fios e oportunidades que
         poderão constituir um poten-
         cial de inovação e de desen-
         volvimento para o ensino e
         formação profissional na Ma-  Formação em lingua Inglesa.
         rinha.
           Na Marinha, a formação profissional é tão antiga quanto  a) Prevê:
         ela, pois desde sempre assumiu um papel insubstituível na  -  Formação inicial e complementar (de qualificação e
         preparação do pessoal para o desempenho das suas funções e  especialização) visando a carreira e o desempenho, através de
         tarefas e consequentemente no cumprimento das suas mis-  cursos de formação e promoção com duração apropriada
         sões. Se até meados dos anos 70 a sua natureza era de carac-  (PAIM I) (1);
         terísticas mistas (académica e técnico-profissional), a partir  - Formação contínua visando o desempenho, através de cur-
         dessa altura, passou a ser essencialmente técnico-profissional,  sos de aperfeiçoamento e actualização (PAIM II);
         quando o sistema educativo foi capaz de providenciar à
         Marinha o pessoal necessário com os devidos requisitos  b) Está estruturada em níveis semelhantes ao adoptado na
         académicos.                                          Comunidade Europeia, correspondendo cada um deles a uma
           Mas, se o sistema educativo é hoje capaz de assegurar à  categoria profissional (grumetes; marinheiros; sargentos; sargen-
         Marinha o pessoal necessário com os devidos requisitos  tos superiores), para cujo ingresso são necessários os correspon-
         académicos, o mesmo não sucede obviamente no que respeita  dentes cursos (PAIM I), de formação inicial e complementar
         aos requisitos técnico-profissionais estritamente militares, nem  (CFG; CFM; CFS; CPSC) (2), os quais constituiem em si mesmos,
         tão pouco aos requisitos técnico-profissionais comuns ao mer-  os requisitos técnicos-profissionais exigidos para essas catego-
         cado de emprego.                                     rias, em complemento dos requisitos académicos (mínimos de
           Assim sendo, a Marinha continuará, por tradição e necessi-  escolaridade).
         dade, a apostar neste tipo de formação, inclusivé na comum
         ao mercado de emprego, na medida em que não se vislumbra  c) Assenta na análise  de perfis profissionais e diagnóstico de ne-
         que, tão cedo, o sistema de formação nacional (relativo a esta  cessidades através de análises de trabalho (dos cargos/fun-
         última área), venha a atingir idênticas capacidades do sistema  ções/tarefas) a partir dos quais são definidos os perfis de for-
         educativo, para efeitos de recrutamento.             mação;

            O SFM tem que fazer reverter a opinião dos decisores, dos  d) É planeada, executada e avaliada, segundo critérios de quali-
          custos para a qualidade e a inovação, cumprindo a sua  dade através da metodologia da ASF (3) (em vigor há cerca de
          função prioritária em fazer interagir a cooperação tecnológi-  uma dúzia de anos) e na participação dos utilizadores (clientes).
          ca, a capacidade de I&D, o investimento financeiro, o mar-
          keting (interno e externo), por forma a criar relações de fer-  Mesmo não se dispondo de indicadores precisos e quan-
          tilização cruzada.                                  tificáveis, ninguém duvidará que o Sistema de Formação da
                                                              Marinha contém:
           Com a adesão de Portugal à Comunidade Europeia, a adopção
         dos respectivos critérios de formação provocou uma grande  • Acções de formação de elevado nível e com resultados impor-
         mudança no sistema de formação profissional nacional.   tantes para a instituição.
           Na Marinha porém, tais critérios, independentemente de acer-
         tos de forma que são necessários efectuar, permitiram confirmar  • Acções de formação redundantes.
         a validade dos princípios e práticas da sua formação fundamen-  • Acções de formação deficiente ou insuficientemente desenvol-
         talmente porque:                                     vidas ou implementadas.

         8 JANEIRO 99 • REVISTA DA ARMADA
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