Page 222 - Revista da Armada
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EDITORIAL
Trinta anos da
Trinta anos da
Revista da Armada
Revista da Armada
ão se pode abordar o 30º aniversário da Revista da A Revista foi acompanhando esta evolução, foi-se adaptando,
Armada sem evocar o despacho ministerial nº 55 de 30 de modernizou-se, absorveu as novas tecnologias e tentou tornar-se
NAbril de 1971 onde esse homem notável que foi o cada vez mais apelativa, mas os novos tempos não são fáceis e as
Almirante Manuel Pereira Crespo definia o que pretendia. sucessivas e rápidas transformações da sociedade vão dando à
• Iniciar em meados desse ano a publicação de um jornal – “Re- informação uma importância cada vez maior.
vista da Armada” “que possa ser lido com agrado pelos nossos A Revista ciente desta realidade tem feito um esforço no sentido
oficiais, sargentos e praças”. de veicular essa informação em tempo oportuno, para aproveita-
• “Esse jornal poderá contribuir para fortalecer o espírito de corpo mento interno e externo e para que a opinião pública compreenda
que sempre caracterizou a nossa Marinha e ao qual estão ligadas as melhor a realidade militar naval.
virtudes e as tradições na- Também em artigos teó-
vais”. ricos e com carácter peda-
• E designa para Director o gógico tem-se abordado
Comodoro Malheiro do matéria, algo especializada,
Vale e para o Corpo Redac- que se torna necessário
torial os Comandantes difundir e sempre que pos-
Sousa Machado, Soares sível aumentado a vertente
Cabeçadas (Capelão), Oli- cultural, componente fun-
veira Lemos, Chúquere damental de uma Marinha
Gonçalves da Cunha, que tem acompanhado o
Smith Elpídio e Caeiro País desde a fundação.
Junça . Ao mesmo tempo não
Foi assim que arrancou a podemos deixar de manter
Revista da Armada que de informados aqueles que
acordo com o referido des- pela idade ou qualquer
pacho fazia sair em Julho outro motivo foram dei-
de 1971 o seu primeiro nú- xando as fileiras e desejam
mero, no qual o Almirante manter a sua ligação à Ma-
Malheiro do Vale começa a rinha que tanto amam.
definir melhor a ideia da Pode-se assim afirmar,
Revista, a qual “se destina espe- com alguma ponta de
cialmente aos marinheiros, se vaidade, que a Revista da
bem que interesse também a Armada com as suas cróni-
todos os que servem na Ar- cas, ensaios, reportagens,
mada – oficiais, sargentos e entrevistas, notícias, con-
funcionários civis”. E con- tos, efemérides, fotografias,
cretizando melhor, afirma, passatempos, caricaturas e
que “deveria cimentar os tudo o mais, constitui hoje
laços de amizade e camarada- com os seus 344 números
gem entre todos os escalões da nossa hierarquia, conversar aberta- uma referência incontornável na História recente da Marinha.
mente sobre todos os nossos problemas, incentivar o amor pela A concluir uma palavra de agradecimento a todos aqueles que
profissão, glorificando os nossos heróis e feitos passados e pre- graciosamente têm colaborado para o êxito da “Nossa Revista” e
sentes e ainda que, os que actualmente servem a Armada, se votos para que, como preconizou há 30 anos o Almirante Manuel
orgulhem do seu passado e com os olhos no futuro trabalhem Pereira Crespo, continue a contribuir para o fortalecimento do
para a engrandecer”, insiste ainda que “a Revista serviria para “Espírito de Corpo” que sempre tem caracterizado a nossa
instruir, esclarecer, informar e finalmente proporcionar um pouco Marinha.
de distracção aos que tiverem a paciência de a ler”.
Passadas estas três décadas, julgo que a Revista da Armada tem
cumprido exemplarmente esta linha de orientação.
É bem verdade, que neste período de tempo mudou muita
coisa, processou-se uma renovação nas mentalidades, fruto não só
dos novos tempos, mas também de uma nova formação, desi- Luís Augusto Roque Martins
gnadamente a nível das praças. CALM EMQ
4 JULHO 2001 • REVISTA DA ARMADA