Page 227 - Revista da Armada
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Os Fuzileiros na Operação da NATO
Os Fuzileiros na Operação da NATO
de Apoio à Paz na Bósnia-Herzegovina
de Apoio à Paz na Bósnia-Herzegovina
O Sistema de Informações da Reserva Operacional da SFOR
(Conclusão)
"Actualmente o conceito de
segurança tem de ser encarado
de uma forma mais global do
que nos tempos em que havia
uma ameaça claramente defini-
da. Hoje a ameaça exprime-se
em termos de riscos múltiplos e
mais difíceis de identificar"
Manfred Worner
EXPERIÊNCIAS E ENSINAMENTOS
Recolha e obtenção de informação no
aprontamento
A recolha e obtenção de informação foi Fig. 1 – Características da área de operações.
garantida junto de várias entidades da
estrutura do Exército, através de conheci- Análise da informação obtida de operações sobre o cumprimento da mis-
mentos pessoais e revelaram-se importantes Relativamente às características da área de são (Fig 1);
para o desempenho da MISSÃO, nomeada- operações as informações existentes eram • Quanto à capacidade militar das
mente – estudos tácticos, “briefings”, guia suficientes, o mesmo não aconteceu quanto Entidades (verificou-se que embora tenham
prático da BiH e chave de interpretação ao conhecimento das entidades, da situação meios e capacidade para desencadear
regional, cartas do Teatro de Operações em política e social. acções ofensivas, não existia qualquer
papel e formato digital. intenção de o fazerem; os riscos advinham
Não tendo sido realizado, considerava-se Programa “Arcview” e PC portáteis de acções armadas de indivíduos ou
fundamental, nesta fase da missão, efectuar Adquiridos, ainda antes do aprontamen- pequenos grupos descontrolados ou de
um reconhecimento ao Teatro de Operações to, verificou-se na prática que quer o equipa- acções de protesto da população civil con-
(na área de Informações), pois não estavam mento quer o programa foram, sem dúvida, duzidas sob orientação de autoridades
disponíveis os elementos necessários à avali- uma mais valia nesta fase de empenhamen- locais);
ação da situação, pelo facto de a OPRES ter to operacional dos Fuzileiros.
como área de intervenção todo o Teatro de Aquele programa é fundamental para a
Operações; aliás reconhecendo a sua impor- leitura e tratamento de carta digitais. No
tância a Força que substituiu o AgrConj entanto é importante dar alguma formação
ALFA, efectuou esse reconhecimento. Para nesta área. No nosso caso foi possível algu-
além disso, a unidade teve alguma dificul- ma aprendizagem na utilização do progra-
dade em receber os Relatórios Periódicos de ma, através de contactos informais com o
Informação que permitissem o acompanha- Instituto Geográfico do Exército (IGEO).
mento e avaliação da situação.
Avaliação da ameaça e riscos
Centro de Dados Operacionais – CENDOP A ameaça geral à SFOR é avaliada como
É um órgão na dependência do Comando BAIXA, tendo-se assistido nos últimos dois
Naval (CN) e integrado no Centro de anos a um progresso significativo na imple-
Guerra Electrónica (CENGE), cujas com- mentação dos aspectos militares dos Acordos Fig. 2 – Situação de minas.
petências estão definidas superiormente (1) de DAYTON (General Framework Peace
e que entre outras deve “... Assegurar o apoio Agreament-GFAP). • O risco provocado pelas minas (manti-
e base de dados de imagem para navios, Confirmaram-se entretanto os riscos iden- nha-se como risco real à Força e à criação de
helicópteros e unidades de Fuzileiros ...” tificados na análise da Situação de Informações um ambiente favorável à estabilidade social,
Assim, ao ser atribuída uma missão e (2), que foi elaborada com base na avaliação dificultando o regresso dos refugiados/des-
sendo constituída uma Força de Fuzileiros, o da ameaça e riscos, efectuada pelo escalão locados às suas regiões de origem (Fig 2);
CN terá condições para disponibilizar tem- superior, designadamente: • A espionagem (continuava a ser uma
pestivamente a informação adequada. • A influência das características da área das principais preocupações da SFOR, ✎
REVISTA DA ARMADA • JULHO 2001 9