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A “CORTE REAL” NA STANAVFORLANT
A “CORTE REAL” NA STANAVFORLANT
a continuidade do artigo publicado
na edição de Fevereiro de 2002 rela-
Ntivo à participação das fragatas
classe “Vasco da Gama” como navios-chefe
da Força Naval Permanente do Atlântico
(STANAVFORLANT-SNFL), prossegue-se
o tema com o relato do período em que
aquela função coube ao NRP “Corte-Real”.
Procedendo um intenso período de 6
semanas de treino em Inglaterra, o já bem
conhecido Operational Sea Training (OST),
a “Corte-Real” largou de Lisboa a 27 de
Julho de 2001 rumo à base naval holandesa
de Den Helder a fim de render a sua con-
génere “Álvares Cabral”. A 04AGO, após
quatro dias de múltiplas reuniões e contac-
tos informais entre as guarnições dos dois
navios destinadas a assegurar uma comple-
ta e eficaz passagem de testemunho, foi O NRP “Corte-Real” no “International Festival of the Seas” em Portsmouth.
arvorado na “Corte-Real” o distintivo do
comandante da força, o Comodoro Melo procedimentos NATO e os próprios da programa pontificavam pela dimensão e
Gomes. A largada da “Álvares Cabral” SNFL. Estes objectivos são, aliás, duas das actualidade dos seus cenários, uma série
neste dia foi devidamente assinalada com os mais importantes tarefas permanentes desta de assistência humanitária a uma popu-
força, constituin- lação vítima de uma catástrofe natural, e
do o garante de uma outra recriando uma situação de con-
um elevado nível flito em que a SNFL teria de cruzar águas
de padronização costeiras polvilhadas de pequenas ilhas,
nos planos materi- com elevada densidade de tráfego maríti-
al e doutrinário, mo e sob a ameaça de ataque por lanchas
desiderato tido rápidas lançadoras de mísseis. A propósi-
por imprescíndi- to destas séries, importa salientar o
vel à eficácia das empenho que a marinha anfitriã pôs na
forças navais. sua preparação, consubstanciado na pre-
A visita a Go- sença de mais de uma centena de figu-
teborg coincidiu rantes no primeiro caso e, no último, no
com o ultimo fim pormenor da alteração por pintura dos
de semana das fes- números de costado das suas lanchas por
tas da cidade, cir- forma a confundir o panorama de superfí-
Apresentação de cumprimentos do COMSTANAVFORLANT ao “Mayor” de Goteborg. cunstância que cie da força. Ambos os exercícios corres-
contribuiu sobre- ponderam plenamente às expectativas,
apitos da sereia, num gesto simbólico de maneira para dar visibilidade à força na sua deles resultando um elevado número de
homenagem aos militares da sua guarnição, igualmente permanente missão diplomá- ensinamentos.
em cujos rostos era facilmente perceptível tica, bem como
uma incontida alegria pelo regresso a casa permitiu às guarni-
mas também um justificado orgulho pelo ções partilhar agra-
sentimento do dever cumprido. dáveis momentos
Com a Força renovada, três das outras de convívio com
seis unidades haviam igualmente rendido, e uma população
já com a “Corte-Real” empossada como que as acolheu
navio-chefe e como responsável pela con- com simpatia, em
dução da chamada luta de superfície, largá- ambiente de gran-
mos de Den Helder a 06AGO; importava de exteriorização
então promover a integração dos navios de alegria, mas
recém chegados. Nesse sentido, durante o também de eleva-
trânsito para o porto seguinte, Goteborg, do comportamen-
Suécia, aproveitando as excelentes capa- to cívico.
cidades de simulação existentes, foi cumpri- Seguiu-se a
do um diversificado programa de exercícios participação num
inter-força objectivado para o desenvolvi- exercício dinamar-
mento da interoperacionalidade dos meios e quês denominado Transferência de sólidos pelo método “Heavy jack stay” (pela primeira vez efectuado por
para a familiarização das guarnições com os DANEX, em cujo navios da Marinha Portuguesa).
6 ABRIL 2002 • REVISTA DA ARMADA