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Audição a bordo do NRP “D. Carlos I”
Audição a bordo do NRP “D. Carlos I”
eve lugar no passado dia 27 de Fe- deu uma conferência de imprensa aos OCS, próprio dia, o navio zarpou para nova mis-
vereiro, a visita do Presidente da e conduziu, em seguida, uma audição, de são, embarcando diverso material científico
TAssembleia da República e da Co- carácter restrito, sobre o projecto da exten- e uma equipa do Instituto de Geofísica da
missão de Defesa Nacional da Assembleia são da Plataforma Continental, audição Universidade de Lisboa.
da República ao N.R.P. “D.Carlos I”,
evento que se inseriu no âmbito do Refere-se que o N.R.P. “D.Carlos I” tem
projecto da extensão da Plataforma sido o meio naval empenhado no projecto de
Continental. Fotos 1SAR FZ Pereira extensão da Plataforma, valendo-se da sua ca-
Para o efeito, o navio atracou na pacidade hidrográfica, a qual é materializada
Doca da Marinha, onde aquelas al- sobretudo pelo Sistema Sondador Multifeixe de
tas entidades embarcaram, no iní- grandes fundos – Kongsberg EM 120. Assim,
desde Janeiro de 2005, quando se deu início
cio da manhã do dia 27 de Fevereiro aos levantamentos para a Plataforma, o navio
acompanhados pelos ALM CEMA, já cobriu, com este sistema, uma área aproxi-
VALM COMNAV, VALM DG IH, mada de 540 000 km , tendo para o efeito na-
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doze deputados da Comissão de De- vegado cerca de 5500 horas. Note-se que esta
fesa Nacional, vários assessores da área perfaz aproximadamente seis vezes a do
Assembleia da República, e três res- território nacional.
A informação hidrográfica que tem sido re-
ponsáveis pela Estrutura de Missão colhida no âmbito deste projecto constitui por
Para a Extensão da Plataforma Conti- si um património valiosíssimo, dado que não
nental (EMEPC). Embarcaram igual- só vai permitir que Portugal venha a reclamar
mente representantes de diversos Ór- jurisdição sobre novos espaços, como vai pos-
gãos de Comunicação Social. sibilitar a actualização cartográfica de grande
No período da manhã, o navio parte da área oceânica de interesse nacional,
efectuou uma curta navegação no bem como a condução de inúmeros estudos
no âmbito das ciências e técnicas do mar. Por
rio Tejo, até à barra, voltando depois outro lado, os dados em si são de grande qua-
a atracar na Doca. O trânsito de re- lidade e, porque respeitam a áreas oceânicas,
gresso foi aproveitado para uma vi- cujos fundos não sofrem grande variação ao
sita guiada a bordo, finalizada por longo do tempo, serão válidos para as próxi-
uma apresentação relativa ao navio mas gerações.
Saliente-se por fim que todo este projecto,
e às missões que tem cumprido des- de importância estratégica para o país, e que
de que se tornou hidrográfico. destinada à Assembleia da República, re- poderá vir a ter reflexos significativos para o futuro
Após a atracação na Doca, foi recebido presentada pelo seu Presidente e respectiva nacional, só tem sido possível graças à Marinha Por-
a bordo o Secretário de Estado da Defesa Comissão de Defesa Nacional. Nas inter- tuguesa, e terá um novo impulso com a entrada ao
Nacional e dos Assuntos do Mar, e servido venções efectuadas, foram referidas as boas serviço dentro de pouco tempo do N.R.P. “Almiran-
um almoço a todos os presentes. perspectivas de alargamento da Plataforma te Gago Coutinho”.
Durante o período da tarde, o responsá- para além do limite da ZEE.
vel pela EMEPC, o Prof. Dr. Pinto de Abreu, Após o desembarque das comitivas, e no Z
Visita do Inspector da Marinha Real de Marrocos
Visita do Inspector da Marinha Real de Marrocos
O Fotos 1SAR FZ Pereira tificou várias hipóteses de cooperação, de-
CALM Berrada Gouzi, Inspector
signadamente no âmbito dos Fuzileiros, da
da Marinha Real de Marrocos, vi-
sitou a Marinha no período de 28
ção Naval, cujo desenvolvimento irá ser
de Fevereiro a 1 de Março. Hidrografia, da Guerra de Minas e da Avia-
A visita inscreveu-se nas relações amis- prosseguido. No que respeita à Guerra de
tosas que ligam as duas Marinhas e serviu Minas, assinala-se o interesse do Inspector
essencialmente para fazer um ponto de si- da Marinha Real de Marrocos no programa
tuação da cooperação bi-lateral e também de reapetrechamento em curso na Mari-
passar em revista alguns assuntos que nha, sem recurso a navios dedicados.
decorrem em fóruns de âmbito regional No encontro pessoal que encerrou o pro-
marítimo a que ambas as Marinhas per- grama oficial da visita, ficou patente o de-
tencem, como seja a Iniciativa 5 + 5. sejo do Almirante Gouzi em estreitar os la-
O programa da visita foi concebido ços de amizade e cooperação que ligam as
para proporcionar ao Almirante Gouzi duas Marinhas. Por fim, o Almirante Gou-
um conhecimento dos meios e missões zi convidou o Almirante CEMA a visitar
da Marinha, bem como uma visão dos Marrocos ainda durante o ano corrente.
objectivos futuros, aproveitando, também, O Almirante Melo Gomes agradeceu o
para salientar as áreas mais prováveis de honroso convite e manifestou a disponibi-
cooperação. lidade e interesse da Marinha na coopera-
Durante as visitas que efectuou ao Co- ção bi-lateral com a Marinha de Marrocos,
mando Naval, N.R.P. “Álvares Cabral”, dispondo-se a contribuir activamente para
Comando do Corpo de Fuzileiros e Insti- o fortalecimento das relações de amizade
tuto Hidrográfico, o Almirante Gouzi iden- há muito existentes. Z
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