Page 258 - Revista da Armada
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A visão do
A visão do
Almirante CEMA
Almirante CEMA
política naval tem uma função crucial na dinâmica da cumprir a missão «adoptando uma atitude firme na defesa, empe-
acção operacional da Marinha, na coerência da adequa- nhada na segurança e parceira no desenvolvimento».
A ção das suas estruturas e na consistência da edificação A produção da visão do Almirante CEMA requereu da parte
dos novos meios. Assim acontece, porque se destina a focalizar do titular do cargo o exercício de uma liderança aberta e deci-
toda a instituição na concretização dos objectivos e das linhas dida, muito ligada à postura típica dos estrategistas, com ac-
de acção de comando e administração superior que o Almiran- tuações centradas nas etapas essenciais da elaboração da sua
te CEMA fixa para o seu mandato, tendo em vista os interes- visão. Assim, em primeiro lugar e no discurso de tomada de
ses e a finalidade da instituição. A política naval também visa posse, depois de identificar as exigências do ambiente de se-
cumprir um papel relevante na motivação do pessoal, essencial gurança e desenvolvimento nacional e de afirmar as suas am-
para transformar o potencial individual de cada membro da bições acerca do contributo da Marinha, o Almirante CEMA
Marinha em desempenho colectivo de elevado nível. Todavia, produziu a já referida declaração inicial de conteúdo marcada-
para que a política naval cumpra cabalmente as funções de mente valorativo. Em seguida, determinou ao Estado-Maior da
focalização e de motivação antes enunciadas, deve incorpo- Armada a realização dos trabalhos que levaram à elaboração
rar a visão do Almirante CEMA, ou seja, o guia filosófico dos da Directiva de Política Naval e que complementaram aquela
valores e propósitos que a Marinha deve privilegiar durante declaração inicial com os propósitos fundamentais da acção
o seu mandato, e da Marinha no seu
que determinam a mandato.
forma como a ins- VISÃO Nestes trabalhos
tituição contribui o Almirante CEMA
para a segurança e definiu um prazo
o desenvolvimento RELEVANTE PRONTA FLEXÍVEL COESA PRESTIGIADA confortável para a
nacional. Foi nes- sua concretização e
te contexto que, aceitou os normais
no discurso de to- avanços e recuo s
mada de posse, o VISÃO ESTRATÉGICA PELA PELA PELA PELA PELA do processo de ela-
Almirante CEMA COMPETÊNCIA CAPACIDADE CAPACIDADE SOLIDEZ DOS UTILIDADE boração da sua vi-
estabeleceu como DE ACTUAR DE INOVAR VALORES E EFICÁCIA são. O resultado fi-
base valorativa da E DE SE nal foi a obtenção
ADAPTAR
sua visão estratégi- de uma declara-
ca: «Afirmar a Mari- ção fundamental,
nha pela sua relevân- viável, focalizada,
cia, prontidão, flexibilidade, coesão e prestígio». flexível e de fácil entendimento e comunicação, sobre os pila-
Na formulação inicial desta visão, o Almirante CEMA res- res em que deve assentar o contributo da Marinha para a se-
peitou dois requisitos fundamentais. Em primeiro lugar, preo- gurança e desenvolvimento nacional: «Afirmar a Marinha pela
cupou-se por garantir o alinhamento da base valorativa da sua relevância, prontidão, flexibilidade, coesão e prestígio, adoptan-
sua visão para a Marinha, com as preocupações de seguran- do uma atitude firme na defesa, empenhada na segurança e parceria
ça e desenvolvimento dos portugueses. Na promoção deste no desenvolvimento».
alinhamento tem-se mostrado indispensável o permanente O comprometimento dos membros da Marinha com a visão
esclarecimento de todos os cidadãos, acerca do contributo do Almirante CEMA, qualquer que ela seja, nunca é uma tarefa
da Marinha para o quadro futuro de segurança e desenvolvi- fácil. Porém, afigura-se essencial para que todos se empenhem
mento nacional que se pretende alcançar . Em segundo lugar, devotadamente no cumprimento da missão institucional. Para
o Almirante CEMA também cuidou que a base valorativa da isso, o enunciado da visão, embora intangível, é conciso e re-
sua visão para a Marinha oferecesse clareza e orientação para levante. Também é divulgado de forma penetrante em todos
a tomada das decisões e para a realização das acções necessá- os veículos de comunicação da Marinha. Para além disso, é
rias ao cumprimento da missão institucional. Estes aspectos permanentemente sujeito a um programa de interacção, que
revelaram-se essenciais para o estabelecimento de uma pla- procura esclarecer eventuais inconsistências, e discutir e reco-
taforma comum de esforço e de coordenação dos comandos, lher novos contributos para a sua eventual reformulação.
forças e unidades da Marinha, que tem inspirado os efectivos A actual visão do Almirante CEMA está carregada de
a trabalhar em direcção a um conjunto integrado de objectivos emoção. Contudo, não se trata de uma vulgar declaração de
e linhas de acção, proporcionando-lhes valor e motivação para orientação para o futuro! É, antes de mais, uma afirmação
concentrarem a sua energia e os seus recursos intelectuais na convicta e determinada do comandante da Marinha, acer-
concretização da política naval. ca do que valoriza e de quais os propósitos institucionais,
Pouco tempo após ter assumido funções, o Almirante CEMA em termos dos contributos para a segurança e o desenvol-
conferiu ao enunciado inicial da base valorativa da sua visão vimento nacional.
um carácter mais conciso e poderoso, de forma a concentrar a Z
acção da Marinha e a incentivar todos os seus membros para António Silva Ribeiro
aquilo que são os propósitos fundamentais do seu mandato: CMG
4 AGOSTO 2008 U REVISTA DA ARMADA