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N.R.P. “Vasco da Gama”
N.R.P. “Vasco da Gama”
– De volta ao Atlântico –
– De volta ao Atlântico –
Conclusão
pós três meses de missão, a largada de Em 14 de Junho realizou-se a bordo do na- período de 16-23JUN08, com o objectivo
Lisboa, em 26MAI08, simbolizou o prin- vio polivalente logístico SPS “Castilha” a Pre de integrar todas as unidades preparando-as
Acípio do fim da participação do NRP Sail Conference para o exercício Loyal Mariner para conduzir todo o espectro de operações
“Vasco da Gama” no SNMG1. Na sequência (LMR 08). Este exercício contou com a participa- navais, incluindo defesa aérea, luta de super-
desta breve paragem no porto de Lisboa, a “Vas- ção de mais de 20 navios, de várias nacionalida- fície, luta anti-submarina, defesa contra ame-
co da Gama” rumou a Sul em direcção ao Me- des (Alemães, Americanos, Dinamarqueses, Es- aças assimétricas, defesa NBQ, abordagem e
diterrâneo central onde participou na Operação panhóis, Finlandeses, Ingleses, Portugueses, etc), vistoria no mar e tiro contra alvo de superfície.
Active Endeavour (OAE). A fase táctica (TACEX) decorreu
No período de 26MAI-08JUN o de 24-26JUN08, incluindo a in-
SNMG1 foi empenhado na OAE teracção com as unidades navais
com objectivo de dissuadir, através presentes no exercício aero-naval
da presença naval, actividades as- nacional SWORDFISH 08 (SF 08),
sociadas ao terrorismo, e contribuir utilizando um cenário comum a
para aumentar o conhecimento da ambos os exercícios, facto que
actividade nos espaços marítimos foi muito apreciado por todos os
do Mediterrâneo Ocidental e Cen- participantes.
tral. Paralelamente, esta Operação No dia 21 de Junho, a “Vasco
apoiou uma campanha de infor- da Gama” destacou do exercício
mação tendo em vista divulgar os para efectuar, juntamente com os
objectivos da OAE e as actividades restantes navios da classe, o dis-
do NATO Shipping Centre. paro de um míssil “NATO Sea
A participação na OAE possibilitou uma salientando-se a participação do porta-aviõe s Sparrow”, tendo como alvo o ex-NRP “Geba”.
presença efectiva numa área de patrulha onde SPS “Príncipe das Astúrias”, do navio polivalente Neste disparo, foi possível analisar por parte de
passam por dia cerca de 120 navios mercan- logístico SPS “Castilha” e três submarinos, dois uma equipa de especialistas embarcada para
tes. Paralelamente, a campanha de informação convencionais e um nuclear. o efeito, o comportamento da nova versão de
realizada, dirigida essencialmente aos navios O exercício LMR 08, planeado pelo Joint software do míssil, por recurso a dados tele-
mais valiosos ou sensíveis, como os que trans- Command Lisbon (JC Lisbon), conduzido pelo métricos recolhidos durante a fase de lança-
portavam cargas valiosas (petroleiros/LPG), os Comandante de Componente Naval Aliado se- mento e voo.
navios de cruzeiro ou os grandes porta-conten- deado em Northwood, no Reino Unido, rea- De regresso a águas espanholas, a “Vasco da
tores das principais companhias de navegação, lizado nas áreas de exercício do Cantábrico e Gama” participou na fase TACEX do LMR 08
centrou-se na divulgação do papel da Aliança do Oeste de Espanha e Portugal, teve como tendo a força em que o NRP “Vasco da Gama”
na manutenção da segurança marítima e li- objectivo a certificação pelo COMSPMAR- se inseria, defrontado a força composta pelos
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berdade de navegação numa via de comuni- FOR dos comandos dos grupos-tarefa que meios navais que participavam no SF 08. Esta
cação crítica para a ligação do Atlântico com constituem a High Readiness Force – Mariti- força era composta pelos NRP “Álvares Ca-
o Indíco-Sudeste asiático através do estreito de me (HRF-M) da NATO Response Force (NRF) bral”, NRP “Corte-Real”, SPS “Numancia”, SPS
Gibraltar e canal do Suez. 11, através da condução de uma operação de “Victoria”, MOS “Mohammed V” e BRS “Libe-
Durante a OAE foi atribuída à “Vasco da imposição de paz, conduzida ao nível do co- ral”. O embate foi intenso e aguerrido tendo as
Gama” a missão de comandar duas forças exposto todos os seus
um grupo de acção de superfície argumentos de forma a atingir um
constituído pelo navio português bom desempenho.
e pela fragata alemã FGS “Luebe- O LMR 08 constituiu-se assim,
ck” a fim de patrulhar uma área como uma valiosa oportunidade
pré-definida, monitorizando a de treino avançado para Forças
actividade marítima que cruza- Navais, com um conjunto diversi-
va a costa Norte da Argélia e da ficado de participantes, permitin-
Tunísia. Durante catorze dias a do exercitar a interoperabilidade
fragata portuguesa controlou po- quer dos meios atribuídos à NRF
sitivamente mais de 500 navios 11, quer NATO-PfP , tendo sido
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mercantes, incluindo diversos treinado procedimentos da NRF,
contactos de elevado interesse dos quais se destacam a capaci-
para a Aliança. dade expedicionária e o apoio
Terminada a Operação, os na- logístico integrado.
vios dirigiram-se para o Estreito de Gibraltar e mando de força-tarefa com capacidade expe- Após o exercício, antes dos navios atraca-
rumaram a Norte em direcção à Base Naval de dicionária a operar num ambiente litoral, com rem no porto de Leixões, o COMSNMG1,
Ferrol. Neste breve trânsito, os padrões de pron- ameaça terrorista. CALM Juan Rodriguez, visitou a “Vasco da
tidão continuaram a ser testados através da rea- O navio participou integrado no grupo-ta- Gama” com o propósito de se despedir da
lização de diversas actividades de treino inter- refa, dos escoltas, desempenhando a função guarnição, tendo tecido rasgados elogios à
no, além das habituais, tais como: tiro, técnicas de Anti -Submarine Warfare Commander da participação do navio português e dos seus
ESM (electronic support measures), TMA (target força. A fase de Combat Enhancement Trai- militares que ao longo de 4 meses navegaram
movement analysis), etc. ning-Force Integration (CET-FIT) decorreu no sob o seu comando.
8 AGOSTO 2008 U REVISTA DA ARMADA