Page 7 - Revista da Armada
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Mensagem de Ano Novo
                                      Mensagem de Ano Novo

               do Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada
               do Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada


                    proximamo-nos do início de um novo ano. Após  Batalha Anfíbio da União Europeia e as fragatas para o
                    a quadra natalícia, dedicada essencialmente à  comando da força naval permanente da NATO, ambos
             Afamília, o fim do ano é normalmente aproveita-   no início de 2009. No âmbito das estruturas, teremos que
             do para fazer um balanço daquilo que foi conseguido e  remodelar a Esquadrilha de Submarinos para podermos
             para concentrar energias num novo ciclo que nos per-  operar os novos meios, cuja entrega é já em 2010, e pro-
             mita prosseguir na realização dos objectivos a que nos  curaremos dar passos significativos na reestruturação da
             propusemos.                                      nossa estrutura logística, incluindo o Arsenal do A lfeite
               É com esta finalidade que me dirijo a todos os militares,  e o Reordenamento do Parque Escolar, cujo atraso na
             militarizados e civis da Marinha para, em primeiro lu-  concretização e decorrente prejuízo, já ultrapassam os
             gar, vos transmitir uma palavra de merecido apreço pela  limites do razoável.
             forma dedicada e competente como conseguimos tirar   Será um ano de muito trabalho, exigindo o empenho
             o melhor proveito dos meios que                                   de todos. Será, porém, um ano para
             os Portugueses puseram ao nosso                                   realizarmos tarefas de grande im-
             dispor e com eles cumprir a nossa                                 portância para a Marinha do futu-
             missão ao serviço do País.                                        ro, o que será, por certo, razão de
               Foi mais um ano de que nos po-                                  sobra para nos orgulharmos ainda
             demos orgulhar! Conseguimos fa-                                   mais da Marinha que somos.
             zer mais missões com os mesmos                                      Mas se os aspectos materiais são
             recursos; conseguimos fazer me-                                   fundamentais, a preparação, a dis-
             lhor com os mesmos meios, alguns                                  ciplina e a motivação do pessoal
             dos quais em fase muito adiantada                                 serão sempre ainda mais importan-
             de obsolescência logística e opera-                               tes. Para tal, teremos que ter sempre
             cional; e conseguimos estar entre                                 presente a necessidade de procurar
             os melhores nas mais diversas ins-                                incutir os valores que nos enfor-
             tâncias em que pudemos partici-                                   mam naqueles que, em cada incor-
             par. Temos, portanto, excelentes ra-                              poração, se juntam à família naval,
             zões para estarmos de consciência                                 assim dando continuidade ao sen-
             tranquila e, ao mesmo tempo, uma                                  tir marinheiro que nos caracteriza e
             responsabilidade acrescida para o                                 distingue. Paralelamente, teremos
             futuro que agora começa.                                          que criar condições no âmbito indi-
               Na concepção da marinha de du-                                  vidual e familiar que permitam que
             plo uso, os meios da Esquadra e da                                cada um se concentre na sua tarefa
             Autoridade Marítima cumpriram, em simultâneo, as mis-  sem estar preocupado com incertezas desproporciona-
             sões de carácter exclusivamente militar e de autoridade  das em relação a si próprio e aos seus. Empenhar-me-ei,
             do Estado, agora não só nas nossas áreas de soberania e  como tenho feito, na procura da estabilidade e na defe-
             jurisdição, mas também nas alargadas fronteiras da União  sa da condição militar, porque estas são condições bási-
             Europeia. Honrámos, com os recursos disponíveis, os nos-  cas para o sucesso que almejamos em várias e exigentes
             sos compromissos de nível interno, para com os demais  frentes. Nem tudo estará bem, mas tenho como certo que
             Departamentos do Estado com interesses no mar, e para  é em nós que reside a capacidade para ultrapassar as di-
             com as alianças de que somos parte.              ficuldades que se nos deparam.
               O ano de 2008 irá ser muito importante para a Mari-  Ao terminar, faço votos para que o Novo Ano traga,
             nha, pelo que me permito apelar a todos para concen-  a todos e a cada um, aquilo que mais anseiam, quer do
             trarmos esforços naquilo que é fundamental, porque já  ponto de vista profissional, quer pessoal e familiar. Por-
             será muito!                                      tugal e os Portugueses necessitam de uma Marinha mo-
               Neste ano, temos que preparar guarnições para as  derna e eficiente, que só pode ser construída por todos,
             duas fragatas da futura classe “Bartolomeu Dias” cuja  com esforço, dedicação e saber. Como já disse, “o vento
             primeira unidade vamos aumentar ao efectivo em De-  sopra demasiado forte para podermos descansar”.  Z
             zembro, treinar guarnições para os dois novos patru-
             lhas, esperando que a entrega do primeiro navio possa
             ocorrer ainda este ano, e continuar o processo de reno-
             vação da Esquadra, contratando a construção dos res-
             tantes patrulhas, das lanchas de fiscalização costeira e
             do navio polivalente logístico. Paralelamente, teremos        Fernando de Melo Gomes
             que preparar os Fuzileiros para integrarem o Grupo de               Almirante


                                                                                       REVISTA DA ARMADA U JANEIRO 2008  5
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