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NOTÍCIAS
SESSÃO SOLENE EVOCATIVA DO 70º ANIVERSÁRIO DO ARSENAL DO ALFEITE
ARSENAL DO ALFEITE DISTINGUIDO PELA MARINHA
¬ No passado dia 4 de Maio teve lu- perfizeram vinte e cinco anos ao servi-
gar a sessão solene evocativa do 70º ço do Arsenal do Alfeite com a entrega
aniversário do Arsenal do Alfeite. de uma lembrança simbólica.
A cerimónia realizou-se na simbólica Além do CEMA, durante a sessão
Sala do Risco, recordando da inaugu- solene proferiram alocuções alusivas
ração oficial do estaleiro em 1939, com ao prestigio e tradição do Arsenal, a
a cerimónia o assentamento da quilha Presidente da Câmara Municipal de
da primeira unidade da Marinha de Almada e o Administrador do Arsenal
Guerra construída no Alfeite – navio do Alfeite. A comissão de trabalhado-
hidrográfico «D. João de Castro». res, através de um seu representante,
A efeméride foi presidida pelo Al- proferiu uma intervenção referente à
mirante Chefe do Estado-Maior da data e um trabalhador evocou os seus
Armada que, na mesa se encontrava ladea- anos de aprendizagem, trabalho e experiên-
do pela Presidente da Câmara Municipal de cia no Arsenal do Alfeite.
Almada, Sr.ª D.ª Maria Emília Neto de Sousa, Dando público testemunho da proemi-
pelo Superintendente dos Serviços do Mate- nente acção que o Arsenal desenvolveu ao
rial, VALM José Conde Baguinho, pelo Eng.º longo de 70 anos, na ocasião, o CEMA con-
Manuel Carlos da Maia, Presidente do Con- cedeu ao Arsenal do Alfeite a Medalha Mi-
selho de Administração da Arsenal do Alfei- litar de Serviços Distintos – Ouro, realçando
te, S. A e pelo Administrador do Arsenal do a actividade do estaleiro como expoente na-
Alfeite, CALM Victor Gonçalves de Brito. cional dos saberes e técnicas da reparação e
Assistiram à cerimónia altas entidades do Ministério da Defesa construção naval, contribuindo de forma determinante para ga-
Nacional e da Marinha, autarcas, comandantes das unidades na- rantir as condições necessárias à satisfação dos padrões de pron-
vais em reparação no Arsenal e representantes das muitas entida- tidão da Esquadra.
des e instituições com as quais o Arsenal se relaciona. À sessão solene seguiu-se um almoço de confraternização.
Durante a cerimónia foram homenageados os trabalhadores que (Colaboração do ARSENAL DO ALFEITE)
HOMENAGEM DA CÂMARA DE LAGOS AO ALM. LEOTTE DO REGO
¬ Teve lugar em Lagos, no passado dia 18 de Foi um dos principais defensores da partici-
Abril, numa cerimónia que decorreu na Câ- pação de Portugal na 1ª Guerra Mundial ten-
mara Municipal, a evocação de quatro per- do, na qualidade de Comandante da Divisão
sonalidades locais e nacionais, cujo nome foi Naval de Defesa, superintendido as operações
atribuído a placas toponímicas de novos ar- com vista à requisição, concretizada em 23 de
ruamentos da cidade. Fevereiro de 1916, de 35 navios alemães surtos
Entre estas personalidades, um lacobrigen- no Porto de Lisboa.
se ilustre, oficial de Marinha e deputado da É obrigado a exilar-se pelo Sidonismo, re-
nação: o Almirante Leotte do Rego. gressando ao país depois da sua queda, é
Jaime Daniel Leotte do Rego nasceu em Lagos no 1º de Dezembro de promovido a oficial general com 52 anos, uma autêntica raridade na
1867, tendo ingressado na Escola Naval em 1885, seguiu em 1888 para época.
Moçambique onde, a bordo da corveta “Mindelo”, participa nas ope- Deputado independente, assiste pesaroso às convulsões políticas da Re-
rações Pungué, em que demonstra, debaixo de fogo, as suas notáveis pública. No parlamento registam-se as suas intervenções alertando para
qualidades de combatente. Em 1890, ano do Últimato Inglês, no coman- o estado de nação e os resultados da instabilidade e confrontação partidá-
do da lancha canhoneira “Maravi”, no rio Zambeze, apoia colunas mi- ria violentas. É depois duma dessas intervenções que, em 25 de Julho de
litares em operações terrestres e no comando do vapor “Auxiliar” em 1923, sofre um ataque cardíaco vindo a falecer no dia seguinte.
acções de combate, é agraciado com o grau de cavaleiro da Ordem de Na cerimónia, em Lagos, representando o ALM CEMA esteve o CALM
Torre e Espada. Anos mais tarde, a República conceder-lhe-ia o grau de MN Rui de Abreu, Presidente da Comissão Cultural de Marinha. Igual-
comendador da mesma Ordem. Durante a sua permanência em Mo- mente presentes o CALM Leiria Pinto, biógrafo do homenageado, o
çambique participa em importantes trabalhos de hidrografia da costa CMG Marques Pereira, Capitão do Porto de Lagos e o CMG Corte-Real
e do Rio Zambeze. Negrão, sobrinho neto do Almirante, que usou da palavra representando
Convidado pelo Ministro da Marinha Jacinto Cândido da Silva foi os seus familiares entre os quais se contava o Dr. Jaime Leotte do Rego,
um dos apoiantes da renovação da Esquadra, que ocorreu na transição neto do Almirante.
do século. Após a sessão solene nos Paços do Concelho os presentes deslocaram-
Sendo Governador de S. Tomé e Príncipe nomeado pelo governo mo- -se, em cortejo automóvel, até aos respectivos arruamentos. A placa to-
nárquico, aquando da implantação da República é reconduzido pelo 1º ponímica com o nome do Almirante Leotte do Rego foi descerrada pelo
Governo do novo regime. Presidente da Edilidade e pelo CALM Rui de Abreu que usou da pa-
No comando do cruzador “Vasco da Gama” lidera a participação dos lavra e em nome da Marinha enalteceu as elevadas qualidades daquele
outros navios revoltosos, tendo assim um papel de enorme relevância que foi o chefe militar Comandante das Forças Navais Portuguesas du-
na crise revolucionária de 1915 que derrubou o governo do general Pi- rante a 1ª Guerra Mundial.
menta de Castro. (Colaboração da COMISSÃO CULTURAL DA MARINHA)
REVISTA DA ARMADA U JUNHO 2009 29