Page 206 - Revista da Armada
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Romagem ao Túmulo e Homenagem a “El-Rei D. João I”,
          Romagem ao Túmulo e Homenagem a “El-Rei D. João I”,
                      realizada pelo Curso “D. João I” (1959-62)
                      realizada pelo Curso “D. João I” (1959-62)

               o âmbito das Comemorações dos 50  época assaz díficil. A outra intervenção foi fei-  de homenagem e respeito, digno e prestigian-
               Anos da entrada na Escola Naval, o  ta pelo Araújo Brito, que deu às suas palavras,  te para a Marinha.
         NCurso D. João I (1959/62)  , decidiu  a forma de uma oração dirigida ao Patrono e   A Edilidade como os restantes convidados
         efectuar uma celebração evocativa ao seu Pa-  onde há a salientar três frases: - “ .... Patrono do  foram unânimes, em afirmar sem controvérsia,
         trono com o descerramento de uma Placa na  nosso curso, o rei D. João I, que um aparente  que foi uma forma de manifestação solene, dos
         área do Mosteiro da Batalha, para consagrar a  desenrolar de acontecimentos fortuitos o ele-  navegantes actuais à obra realizada por D. João I
         efeméride e deixar patente aos vindouros, um  ge pela grei, que o chama de Messias, criado  e seus filhos, que num período da História con-
         testemunho do nosso reconhecimento                                         turbado, em que a nacionalidade preci-
         àquela tão nobre geração, que dilatou                                      sava de sair reforçada e as condições de
         a Fé e o Império por mares nunca dan-                                      arranque para os Descobrimentos fossem
         tes navegados.                                                             consolidadas.
           Por cortesia e dever instuticional com                                     Depois foi  a ida à Sala do Capítulo,
         a Marinha foi o Almirante Chefe do Es-                                     para homenagear o “Soldado Desconhe-
         tado Maior da Armada, Almirante Melo                                       cido”, com um minuto de silêncio.
         Gomes, informado previamente da in-                                          Com intervalos entre as diferentes sole-
         tenção, o qual concedeu todas as faci-                                     nidades e ao caminharmos para a terceira
         lidades, recursos e apoios da Marinha,                                     e última, houve tempo para se visitar as
         proporcionando que o evento tivesse a                                      Capelas Inacabadas ou Imperfeitas.
         maior dignidade e relevo.                                                    Seguir-se-ia outro momento alto desta
           O grupo que trabalhou e preparou                                         visita à Batalha. Seria aquele em que se
         o conjunto das cerimónias, coordenou                                       programara descerrar uma Placa, peça
         com as Entidades locais um programa                                        artistica em alvenaria criada pelo Araújo
         para a realização das Cerimónias do dia                                    Brito e executada pela Gárgula Gótica da
         5 de Abril de 2009, Domingo de Ramos,                                      Batalha, onde figuram o brazão de El-Rei
         e véspera da comemoração da aclama-                                        D. João I com um listel tendo inscrito o
         ção de D. João I, como rei, pelas Cortes                                   mote “pour biẽ” e no outro lado a Cruz
         de Coimbra. No conjunto das personali-                                     de Cristo envolvida com outro listel onde
         dades locais, o empenhamento e desejo                                      o lema do curso “Agora a vígilia é nossa”
         de contribuir para o sucesso do aconte-                                    está patente. A legenda. – “Escola Naval
         cimento foi notório e sensibilizou-nos.                                    Curso D. João I 1959-2009”, que identifi-
         Vieram dos elementos mais relevantes                                       ca o Curso e a longa amarra, envolvendo
         da comunidade como das mais simples                                        o emblema heráldico da “Sagres”, que
         e anónimas pessoas locais. No entan-                                       representa os Membros do Curso.
         to, merecem destaque especial a acção                                        A placa branca em contraste com o
         do Cor. Valente dos Santos, fundador                                       preto do ferro naval onde está monta-
         da Fundação Aljubarrota, pessoa  com                                       da, forma um conjunto demonstrativo
         quem o  Araújo Brito estabeleceu os                                        de criatividade e beleza, que irá chamar
         contactos iniciais, contribuindo com a                                     a atenção dos visitantes, oriundos de to-
         sua eficaz acção para a boa ligação com                                     dos os lugares do nosso planeta. Temos
         as Presidências da Câmara e da Junta de                                    a certeza de que se o Curso estabeleceu
         Freguesia da Batalha, com o Director do                                    a ligação com o passado, à época do seu
         Mosteiro, e com o investigador e histo-                                    Patrono, pela relação de duas gerações
         riador Sr. Travaços, entre outras pessoas,                                 afastadas no tempo, a Placa irá eternizar
         mostrando todos eles dinamismo, cola-                                      essa união e perpetuará, para o futuro, a
         boração e interesse no evento inovador                                     presença da Marinha, num espaço histó-
         apresentado.                                                               rico de tão grande significado e dimen-
           A cerimónia assentou em quatro mo-                                       são como é o do Mosteiro da Batalha..
         mentos de referência.              para Mestre, não para rei, acabou por sê-lo nas   Todos os participantes neste acontecimento
           O inicial, de grande importância, correspon-  duas vertentes.       inusitado, reuniram-se num almoço “buffet”
         dendo à Celebração na Capela do Fundador.   Sem o povo e o Santo Condestável, não seria  no restaurante “Aldeia de Santo Antão”, onde
         Começou com duas intervenções, uma do  rei, e este, sem o rei não seria santo.   se confraternizou e houve ocasião para troca
         Martins Guerreiro enaltecendo e justifican-  Sem D. João e D. Filipa não haveria D. Hen-  de lembranças, entre as Entidades locais e o
         do o acto, relacionando-o ao afirmar: - “ ....  rique e sem este, seria improvável a gesta das  Curso “D. João I”.
         fomos claramente felizes no patrono que nos  descobertas. .... ”.       O dia finalizou com uma visita ao Campo de
         atribuíram, para nos inspirarmos no seu exem-  Na sequência desta cerimónia, depuseram-  S. Jorge, sítio da Batalha de Aljubarrota, com ex-
         plo e nas suas virtudes no sentido de melhor  se duas coroas de flores, uma na base do Tú-  plicações pelo Cor. Valente dos Santos, e ao cair
         servirmos  Portugal ....” e para mais adiante  mulo de El-Rei e outra no do seu filho, o In-  da tarde com uma interpretação do concerto
         dizer: - “ .... D. João foi o nosso primeiro rei  fante D. Henrique. Só depois foram prestadas  sinfónico de Haydn, nas Capelas Inacabadas.
         que soube valorizar devidamente a dimensão  honras com “apresentar de armas” por uma   Foi um dia bem passado, com satisfação e
         oceânica de Portugal ....” e “ .... Foi a primei-  Secção de Fuzileiros e se fez ouvir o Terno de  emoção, mas que trouxe lustre e sucesso para a
         ra fase da globalização comercial no mundo.  Clarins, com o toque de “Silêncio”, seguido  Marinha, que desde o início nos ajudou.
         .... ”. Terminou dando enfoque ao que signifi-  do “Dos mortos em combate” e terminando                Z
         ca para o Curso o exemplo de D. João I numa  com o da “Alvorada”. Foi um instante solene,   (Colaboração do CURSO “D. JOÃO I”)

         24  JUNHO 2009 U REVISTA DA ARMADA
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