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Curso “Oliveira e Carmo” celebra Bodas de Ouro
Os oficiais do Curso “Oliveira e Carmo” estão a comemorar 50 anos sobre a data da sua incorporação na Marinha e a cumprir
um Programa de Comemorações, onde se incluem visitas a algumas unidades ou locais por onde passaram ao longo da sua carreira,
porque recordar é viver!
NA ESCOLA DE FUZILEIROS de fundo, as travessias de cursos de água, a tação e do serviço, eventualmente ultrapassa-
pista de lodo, a escalada na Arrábida que de- do apenas pelas extraordinárias e verdadeira-
Avisita à Escola de Fuzileiros decorreu pois foi proibida e as progressões nocturnas mente entusiásticas “salvas” dirigidas por um
no dia 6 de setembro. Tratou-se da pri- na serra. O Comandante Pinto Machado re- jovem oficial que estava presente. Seguiram-
meira visita que alguma vez um curso feriu os processos de selecção e as vicissitu- -se as visitas ao NRP Bartolomeu Dias e ao
da Escola Naval fez àquela unidade, por oca- des das comissões em África, evocando locais NRP Tridente, duas das mais modernas uni-
sião da celebração desta efeméride e as ra- como a Lumbala, o Cobué ou a ilha do Como, dades da nossa Marinha.
zões desta visita são evidentes: mais de duas prestou homenagem aos oficiais do curso que
dezenas de oficiais do Curso “Oliveira e Car- foram condecorados com a medalha da Cruz A fragata Bartolomeu Dias é comandada
mo” passaram pela Escola de Fuzileiros, dos de Guerra e, de um modo especial, saudou pelo CFR Marcelo Correia e, para a generali-
quais treze foram especializados como Fuzi- a presença do nosso camarada Comandante dade dos oficiais que a visitaram, constituiu
leiros Especiais e oito comandaram unidades AlmeidaViegas, antigo comandante da Esco- a revelação de uma unidade naval moderna,
de fuzileiros em teatros operacionais. O pro- la de Fuzileiros. muito evoluída tecnologicamente, com uma
grama da visita iniciou-se guarnição conhecedora das suas funções
com uma breve cerimónia NA BASE NAVAL DE LISBOA
de homenagem aos 74 fu- e bem treinada. O agra-
zileiros que morreram em A visita à Base Naval de Lisboa (BNL) rea decimento pela visita ao
combate nas campanhas lizou-se no dia 20 de setembro, tendo os ofi- navio foi feito pelo CMG
de África, que incluiu a ciais do Curso “Oliveira e Carmo” sido rece- Temes de Oliveira, que
deposição de uma coroa bidos na Doca da Marinha pelo respectivo foi o primeiro comandan-
de flores, a que se seguiu Comandante, CMG Dores Aresta e, para re- te das novas fragatas da
uma visita guiada ao Mu- cordar os velhos tempos em que ainda não classe “Vasco da Gama”
seu do Fuzileiro que foi havia a ponte sobre o Tejo, seguiram numa e, consequentemente, um
excelentemente orienta- vedeta até ao Alfeite para reviver as traves- precursor dos navios de
da pelo CMG FZ Rocha e sias de outros tempos. Já na BNL, a comitiva tecnologia avançada na
Abreu. Seguiu-se um brie- OCeânica foi recebida pelo CMG Proença nossa Marinha.
fing em que participou o Mendes e dirigiu-se para o CITAN onde foi
Comandante do Corpo de recebida pelo 2º Comandante Naval, CALM O submarino Tridente
Fuzileiros, CALM Cortes Mina Henriques e pelo Diretor do CITAN, é comandado pelo CTEN
Picciochi e o Comandan- CMG Croca Favinha. No CITAN realizou-se Amaral Henriques e re-
te da Escola de Fuzileiros, um briefing dirigido pelo CMG Sousa Pereira, gressou recentemente dos
CMG FZTeixeira Moreira. Chefe da Divisão de Planeamento do EMA, Estados Unidos, onde o
que abordou alguns aspetos doutrinários da seu nível de adestramen-
Foi depois proporciona- atual Marinha. Coube ao VALM Ferreira Bar- to foi muito elogiado. Os
da uma demorada visita à unidade, que per- bosa, antigo Diretor do CITAN, agradecer o visitantes percorreram de-
mitiu apreciar as principais atividades ope- acolhimento e traçar uma breve resenha sobre moradamente o navio e
racionais para as quais os Fuzileiros estão a evolução da Armada nestes últimos 50 anos. puderam apreciar a sua elevada capacidade
especialmente equipados e preparados, in- Seguiu-se uma visita ao simulador de navega- operacional, mas também o desembaraço e
cluindo o Destacamento de Ações Especiais. ção que a todos impressionou vivamente pela a confiança com que os membros da guarni-
Durante a visita, que causou uma excelente sua sofisticada tecnologia. ção se movimentavam em tão restrito espa-
impressão aos visitantes, foi possível observar ço. Em nome de todos, o antigo submarinista
algumas atividades de instrução que se desen- O almoço decorreu na velhinha Messe de Comandante Lourenço Gonçalves, agradeceu
rolavam, incluindo a “famosa” pista de lodo Oficiais e primou pela excelência da apresen- a visita e desejou boas navegações ao navio.
que simboliza o alto grau de preparação dos A impressão geral recolhida pelos oficiais
nossos Fuzileiros. do Curso “Oliveira e Carmo”, muitos dos
quais não visitavam a BNL há vinte ou trinta
Seguiu-se um almoço, durante o qual o anos, foi de grande satisfação por tudo o que
Co mandante da Escola de Fuzileiros e o viram, desde o impecável aspeto das insta-
CALM Nunes da Cruz, Chefe do Curso “Oli- lações, cais, arruamentos e espaços ajardi-
veira e Carmo”, trocaram discursos de satis- nados, até à compostura militar de todo o
fação e de agradecimento pela visita. Porém, pessoal com que se cruzaram. Por tudo isto,
a parte mais substantiva da sobremesa discur- o Curso “Oliveira e Carmo” expressa o seu
siva coube ao Comandante Pinto Machado, agradecimento aos oficiais antes mencio-
enquanto representante do primeiro grupo nados, mas também aos oficiais, sargentos
de oficiais do Curso “Oliveira e Carmo” que e praças envolvidos nesta visita, que tantas
frequentaram a Escola de Fuzileiros. O ex- emoções e tantas saudades lhes fez reviver.
celente e bem humorado discurso historiou E no regresso, feito novamente na simbólica
a passagem pelos Fuzileiros dos oficiais do vedeta, todos vinham ainda mais orgulhosos
Curso “Oliveira e Carmo”, as peripécias da da nossa Marinha e seguros de que as novas
instrução, os rigores dos instrutores e as mil gerações saberão manter e reforçar a tradição,
histórias contadas pelos veteranos. Recordou a cultura e a operacionalidade da corporação
as pistas de combate, a prova de sobrevivên- do botão de âncora!
cia, as marchas de longa duração, as corridas
28 DEZEMBRO 2012 • Revista da Armada Curso OC