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NRP ÁLVARES CABRAL NA OPERAÇÃO ATALANTA
DE NOVO O DJIBOUTI No dia em que a Álvares Cabral completou CONCLUSÃO
100 dias na área de operações, foram reali-
Após mais uma missão de patrulha, reconhe- zadas duas Friendly Approaches a Dhows Antes de atracarmos no porto seguinte - Sa-
cimento e dissuasão ao longo da costa este da de carga regionais, ao largo da costa norte da lalah, foi levada a cabo uma atividade de in-
Somália, a Álvares Cabral dirigiu-se para próxi- Somália. Para além do objetivo de recolha de tercâmbio com a fragata chinesa CNS Harbin,
mo porto de escala, o Djibouti, onde atracou informação, estas ações de abordagem “ami- integrada no Grupo de Tarefa de Escoltas Chi-
no dia 5 de julho para proporcionar algum neses 112 (ETG 112). No caso concreto, foi
descanso à guarnição e reabastecer o navio realizada uma troca de delegações, tendo em-
com combustível, aguada e mantimentos.
barcado na Álvares Cabral o Contra-almi-
Esta paragem permitiu ao Comandante rante Yuan Yubai, Comandante da ETG112,
da Força Naval da União Europeia (EU NA- e respetiva delegação, e em contrapartida
VFOR), Comodoro Novo Palma, no âmbito uma delegação constituída por militares do
das suas funções, realizar visitas protocola- Estado-Maior da EU NAVFOR e da Álvares
res e apresentar cumprimentos a entidades Cabral deslocou-se ao navio chinês.
locais e representantes diplomáticos e mili-
tares estrangeiros no Djibouti, e foi também O KHAREEF EM SALALAH
a oportunidade para realizar a cerimónia
militar de imposição da medalha da Ope- Pela segunda vez nesta missão, atracamos
ração ATALANTA. Nesta cerimónia, presidi- no porto de Salalah, em Omã, porto comer-
da pelo Comodoro português e que contou cial de grandes dimensões e que garante as
com a presença de alguns convidados, fo- condições necessárias para um adequado
ram agraciados os militares Portugueses da apoio logístico. Foi uma curta paragem,
Álvares Cabral, o Estado-Maior da EU NA- mas suficiente para abastecermos o navio
VFOR e militares estrangeiros destacados no para os próximos dias de mar na área de
Djibouti ao serviço da EU NAVFOR. Desig- operações.
nada por “Common Security and Defence
Policy Service Medal”, a medalha é conce- No artigo do mês de Junho, fizemos refe-
dida pela UE a militares e civis integrados na rência a um fenómeno climatérico, desig-
EU NAVFOR, como reconhecimento pela nado por Khareef, que ocorre no período
participação na Operação ATALANTA. de Junho a Setembro, colocando Salalah,
nesta altura, no roteiro dos destinos a visi-
Durante esta visita de porto, foi realiza- tar na Península Arábica. Foi assim, com
da mais uma iniciativa de Local Maritime muito agrado, que voltámos a este porto e
Capacity Building, que teve a participação pudemos testemunhar e usufruir deste fenó-
de 15 elementos da Marinha e da Guarda- meno, com temperaturas médias de 28˚C,
-Costeira do Djibouti. Como foi referido céu encoberto e um chuvisco constante,
em artigos anteriores, estas ações de for- que contrastam com o calor sufocante que
mação enquadram-se na estratégia da UE se faz sentir na restante Península Arábica.
para a edificação das capacidades regio-
nais no âmbito da segurança marítima, e A ÚLTIMA PATRULHA
neste caso concreto as instruções aborda-
ram as áreas da navegação costeira e da No dia 21 de julho, largamos de Salalah,
emergência médica. rumo a sul em direção ao IRTC, naquela
que seria a nossa última navegação, como
PATRULHA NO GOLFO gável” permitem divulgar a presença das forças navio-almirante, na Operação ATALANTA.
DE ÁDEN contra-pirataria, divulgar o contributo da Mari- Os primeiros dias foram marcados por uma
nha Portuguesa e da UE no apoio à seguran- forte ondulação, desagradável para nós mas
No dia 9 de julho largámos em direção ça na região e reforçar a relação de confian- um aliado no combate à pirataria, pois con-
às áreas de patrulha atribuídas no Corredor ça entre as forças militares da EU NAVFOR e diciona severamente a saída de pequenas
Internacional de Tráfego Recomendado aqueles que, naquela zona, fazem do mar a embarcações para o mar e não permite os
(IRTC), no Golfo de Áden. Neste período, a sua profissão. ataques aos navios mercantes.
Álvares Cabral marcou presença maiorita-
riamente nesta área que reúne as melhores Após “vencer” o mar de sul no trânsito de
condições para a prática da pirataria, por Salalah para o IRTC, entramos no Golfo de
ser uma zona que está abrigada dos fortes Áden, e são retomadas as ações de patrulha
ventos da monção de sudoeste. nas áreas atribuídas, monitorizando e acom-
panhando a navegação mercante e manten-
Para além da patrulha da área, con- do as operações de recolha de informação
tinuaram a ser conduzidas atividades de na costa norte da Somália.
recolha de informação junto a costa, com es-
pecial atenção às zonas dos campos piratas, Nesta patrulha foi ainda cumprido um
através da utilização do nosso helicóptero preenchido programa de interação no mar
em voos diários, com o objetivo de detetar com diversas entidades e unidades navais,
indícios ou preparativos para largada de em- concretamente, o navio da marinha turca
barcações piratas. TCG GOKSU, navio-almirante da TF 151 das
Combined Maritime Forces, o navio hospital
da marinha chinesa PEACE ARK, o navio da
marinha japonesa JNS AKEBONO, pertencen-
6 SETEMBRO-OUTUBRO 2013 • REVISTA DA ARMADA