Page 7 - Revista da Armada
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te à Japonese Escort Division, o CTF 508, co- No dia 21 de agosto, voltamos a navegar Fotos 1SAR FZ Pereiramiliares e amigos, ninguém consegue escon-
mandante da Standing NATO Maritime Group nas águas do Tejo, volvidos exatamente 5 me- der a emoção, o entusiasmo e a alegria do re-
1 e o navio da marinha sueca HSWMS CARL- ses depois de termos largado da Base Naval encontro, após este longo período de ausência.
SKRONA, da EU NAVFOR. de Lisboa (BNL), no dia 21 de março. Com
o navio a pairar próximo da Torre de Belém, COMENTÁRIO FINAL
Terminada a patrulha, no dia 4 de agosto, o General CEMGFA, a Secretária de Estado
atracamos no cais comercial do Djibouti, e Adjunta e da Defesa Nacional, o Almirante A participação da fragata Álvares Cabral na
dá-se início aos preparativos para a realização CEMA e o Vice-almirante Comandante Na- Operação ATALANTA representou o contri-
da cerimónia de entrega de comando da EU val embarcaram com um largo número de buto de Portugal, no âmbito da UE, no apoio
NAVFOR, que iria ocorrer no dia 6 de agosto. jornalistas, para acompanhar o navio até ao às resoluções do Conselho de Segurança das
seu cais de atracação na BNL. Nesta curta Nações Unidas sobre a pirataria no “Corno de
O REGRESSO viagem, o General CEMGFA e a Secretária de África”, por forma assegurar a proteção dos
Estado tiveram oportunidade de se dirigirem
A cerimónia de entrega de comando à guarnição, a quem transmitiram as boas- navios que transportam ajuda humani-
encerra o Comando Português da EU NA- -vindas e felicitações pelo cumprimento des- tária para a Somália e, simultaneamente,
VFOR, é o fim da participação da Álvares ta relevante missão. contribuir para a segurança marítima na
Cabral na Operação ATALANTA e marca região, combatendo a pirataria no Mar
o início do último capítulo desta missão - o Na chegada à bacia do Alfeite, saudada pela Vermelho, Golfo de Áden, Golfo de Omã
regresso a Portugal. Banda da Armada e com o Cais de Honra e em toda a Bacia da Somália.
emoldurado por larguíssimas centenas de fa-
Como é habitual, a cerimónia decorreu Ao longo de 4 meses, a Álvares Cabral foi
a bordo do navio que cessa funções. A en- o suporte à ação de comando do Coman-
trega de comando da EU NAVFOR, entre dante da EU NAVFOR, contribuiu para a
o Comodoro Novo Palma e o Comodoro proteção dos carregamentos e ajuda hu-
Peter Lenselink, da Marinha Holandesa, foi manitária à Somália, patrulhou o Golfo de
presidida pelo Segundo-comandante do Áden, o Golfo de Omã, e uma parte con-
Comando Operacional da Operação ATA- siderável do Oceano Índico, efetuou reco-
LANTA, Contra-almirante, Jean Martens, nhecimento e recolha de informação nos
e contou com a presença de diversas enti- campos piratas, monitorizou as atividades
dades militares e civis e representações dos de pesca ao largo da Somália, realizou
navios que integravam a EU NAVFOR. ações de abordagem, deu formação a ma-
rinhas e guardas-costeiras regionais, pres-
Pouco tempo depois do final da cerimó- tou apoio médico e primeiros-socorros,
nia, a Álvares Cabral “largou cabos” do cais mostrou a bandeira Portuguesa, divulgou a
comercial de Djibouti e iniciou o trânsito de imagem de Portugal e da União Europeia e
regresso a Lisboa, ao longo de 14 dias, com contribuiu para a segurança e liberdade da
paragem no porto da Catânia, na Sicília. navegação em toda a região.
O rumo é o inverso, mas as águas são as Na estatística, importa referir que nos 5
mesmas. Como é habitual, a navegação no meses de missão foram navegadas 2.830
Mar Vermelho faz-se sob um intenso calor, horas, o que corresponde a uma taxa de
o que não impede que se mantenham as navegação de 77%, foram voadas 94 ho-
rotinas de treino da guarnição, por forma a ras e percorridas 31.119 milhas.
sustentar a proficiência e a prontidão, para
que o navio seja empenhado em mais uma Na 14ª rotação da Operação Atalanta,
missão de índole operacional, desta feita com Comando Português e com a Álvares
no Mediterrâneo, de 11 a 19 de agosto, na Cabral como navio-almirante, não ocor-
operação de combate ao terrorismo e tráfico reu nenhum ataque pirata com sucesso
de armas de destruição maciça, conduzida e foram garantidas as escoltas aos navios
pela NATO, denominada Active Endeavour. do Programa Alimentar Mundial, criando
condições para que a ajuda chegasse ao
Concluída mais uma travessia do mítico povo da Somália de forma segura e regu-
Canal do Suez, à chegada ao Mediterrâneo lar, contribuindo para a sobrevivência de
sentimos que a Europa está mais perto. As cerca de 1,5 milhões de somalis.
temperaturas do ar e da água baixam con-
sideravelmente, melhorando de imediato O cumprimento da missão só foi possível
as condições de trabalho de quem tem fun- devido ao trabalho de toda a Marinha, que
ções no exterior do navio e que nos últimos apoiou o navio de uma forma incansável e
4 meses, operou debaixo de um calor tórri- eficaz na fase de aprontamento e durante
do e elevadíssima humidade. a presença na área de operações, numa
região a mais de 7 mil milhas do território
Com o Monte Etna em pano de fundo, no nacional. A todos que nos suportaram na
dia 14 de agosto atracamos no porto da Ca- retaguarda, deixamos o nosso reconheci-
tânia, na Sicília, em mais uma indispensável mento por esse apoio.
paragem, para reabastecer o navio, e que foi
aproveitada pela guarnição como a última Por último, uma palavra de apreço aos
oportunidade para adquirir as tradicionais que nos acompanharam no Blog e nas
lembranças para os familiares e amigos. Redes Sociais (Marinha Portuguesa e EU
NAVFOR), enviando centenas de mensagens
A missão já vai longa e os ponteiros do reló- de apoio e incentivo que motivaram ainda mais
gio teimam em não andar mais depressa. Após toda a guarnição da Álvares Cabral para o cum-
largada da Catânia, os últimos dias de mar são primento da missão.
vividos com alguma ansiedade, mas atividade
interna do navio prossegue até ao último dia de Colaboração do COMANDO DO
missão, pois é necessário preparar o programa NRP ÁLVARES CABRAL
protocolar da chegada.
REVISTA DA ARMADA • SETEMBRO-OUTUBRO 2013 7