Page 341 - Revista da Armada
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E · pronto, acabada a conversa, amigo Cezar lá foi lado para o outro. E nós ficávamos ali de olhos
pelo corredor fora enquanto eu ficava a olhar para presos, como hipnotizados, incapazes de prestar
ele e a lembrar-me que fez parte daquela famosa atenção a qualquer outra coisa. Quase 'chorei de
equipa das Olimpíadas de Amsterdão em 1928 que raiva quando fomos eliminados pelos egípcios.
emocionou o País com as suas brilhantes exibi- - Tivemos muito azar, diz o Cezar, íamos tão bem ...
ções. Recordo-me perfeitamente. Andava eu no
Liceu de Viseu e faziam o relato dos jogos num
quadro eléctrico com uma bola que andava dum M. do Vale
-
-Ao
clenclas
artes e letras
Génio da escultura
A cabeça da dor
Depois de Miguel Ângelo, o maior
de todos os escultores foi Auguste
Rodin.
Nascido em Paris em 1840, só
à custa de muito esforço e persis-
tência conseguiria abrir caminho
no mundo da Arte.
Oriundo de uma família modesta,
foi no entanto educado e instruído
com todo o desvelo num colégio
de religiosos. Frequentou durante
anos várias escolas e trabalhou
nos estúdios de um bom número
de artistas. Quando um deles,
cuja reputação não oferecia
dúvidé;lS, o entusiasmou a frequen-
tar a célebre Escola de Belas-
-Artes de Paris, candidatou-se à
admissão. Foi rejeitado por três
vezes. Em face disso, teve que
ganhar a vida em ofícios menores,
ligados no entanto à sua voca9ão
de escultor- moldagem, ornamen-
tação, entalhador, ourives, etc.
- obtendo nessa actividade uma
exper~ncia de interesse para
a sua futura carreira de artista .
Foi empregado e ajudante de dois
escultoles célebres para poder
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