Page 105 - Revista da Armada
P. 105
que, naturalmente, suportam os maiores encargos
tais como os decorrentes de instalações, equipamen- ~ ..... AcçÁo-Pll,.()TO Adm_ "O A, .. naI
tos, refeições e pagamento de remunerações aos ins- 11"11'_ Concl ......
trutores (engenheiros para as disciplinas de Desenho
e Tecnologia) e monitores das práticas oficinais. - -
1980/81 54
Ao ingressarem na acção os jovens têm idades
compreendidas entre os 14 e 15 anos, durando a mes-
1.\181/82 40 - -
ma três anos. Num primeiro ano, o chamado de des-
pistagem, é realizada uma rotação pelos düerentes
sectores oficinais de aprendizagem. 11182/83 36 8 electl'ÍClStas 8electriClStas
5caldelrenOfl di tubo. 5caldeireuOfl de tubos
No segundo e terceiro anos, o jovem já fica ligado 9 serralheiros CIvil 9serralheu08C1VIS
a uma profissão, aumentando gradativamente o pe-
rlodo em que sai do Centro de Formação para tomar
1983/84 36 13 electricIStas 8 electricistaS'
contacto com o meio fabril.
IOcaldeireir08 di tubos 5 caldei.eiros de tubos
Decorridos os três anos de formação com aprovei- 9 serralheiros civis 7 serralhelfos ciVIS
tamento, é conferida ao jovem uma carteira profissio-
nal e atribuída equivalência ao 9. 0 ano.
1984/85 35 5caldeirelr08 de tubos
Dada a natureza do vinculo estabelecido, não 11 serralheiroscivis -
existe qualquer compromisso na admissão do jovem 13 tomeiros/fresadores
à empresa. No entanto, no caso do AA, 50% dos
aprendizes já foram admitidos atendendo ao grau de Tem-se verificado unanimidade a vários níveis do
preferência estabelecido para a sua admissão em estaleiro - contramestres, mestres, técnicos de en-
face da boa preparação que obtém, amplamente evi- genharia e engenheiros - em realçar a boa formação
denciada. com que se encontram apetrechados os jovens que
O quadro que a seguir se apresenta é demonstra- têm frequentado a Acção-Piloto de Formação Profis-
tivo do que foi referido, sendo de notar que os últimos sional.
aprendizes acabaram a sua formação no mês de Julho
passado. an BoJstim Informativo do EMA n. ~ 1/86)
Uma velha âncora
esquecida
Justo Guedes, director do Serviço de DocumentaçAo
Geral da Marinha (SDGM) que, por coincidência, o teve
a bordo como jornalista, quandO fez a viagem de ins-
trução de guardas-marinhas. Nélson era um homem
e humilde. Muito moreno, servia por vezes de
seus jovens colegas. Mas tudo
era possuidor de uma bela alma e de
uma extrema sensibilidade.
Nasceu em 1903 no Distrito Federal. Foi funcioná-
. da Marinha, redactor do periódico uMarinha em
D'a1ma azul do oceano ... Revista» , quando servia no SGDM. Escreveu vários
livros de poemas: aRemlgio» (1933), ccSímboloslI
Mw'ta vez, conduzida a todo o pano,
(1943), . DuminuraSl (1937), KPrelúdio de Outonoll
Beijei-lhe a face liquida e enrugada
(1942), . Por Esses Mares Sem fim . (?) e aOuando os
E, suspensa e oscilante
Fui lágrima de ferro pendurada Urios Fenecem. (1969) a que pertence o poema que
transcrevemos. Faleceu em 1979, mas mesmo longe
Nos olhos de escovéns de um brigue errante
no espaço e no tempo, achamos que este poema, ape-
Onde estará meu barco? Onde? Em que porto
sar de ser o único que conhecemos da sua obra, mere-
Adormeceupara esquecera vida?
ce que prestemos uma justa homenagem ao autor.
Tudo rolou para um passado morto ...
E eu sou uma velha A.ncora esquecida! Raros são, em língua portuguesa, versos que dete-
nham tanto sabor marinheiro.
Assinatura, Nélson de AraújO Lima. Mas quem foi
este inspirado poeta? A. EstáciodosReis,
Perguntámos ao nosso amigo comandante Max CIIp.-m .-g.
31