Page 48 - Revista da Armada
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Navegadores e Marinheiros (2)
aIa publicarmos o artigo uNavegadores e Mari-
nheiros na Toponimia Nacional» , Revista da
P Annada 0,° 161/Fev. de 85, baseámo-nos em in-
formações fornecidas pelas câmaras municipais e ou-
tras entidades, como referimos então.
Vasculhando agora o processo, encontrámos algu-
mas informações que julgamos de interesse divulgar,
começando pelos monumentos existentes dedicados
a navegadores e marinheiros portugueses e que
constam não s6 do processo, mas também de artigos
e notícias publicadas na Revista da Armada.
Abrimos a série com Macau, minúsculo território
chinês, sob administração portuguesa, com negocia-
ções à vista para regressar à completa jurisdição da
RepUblica Popular da China.
((Macau, três gotas de terra mergulhadas no lodo-
so delta do rio das Pérolas, hoje como ontem, depen-
de fundamentalmente das actividades ligadas ao
mar .
• Macau, estuante de vida, revela nos monumen-
tos e toporúmia de grande nÜJDero das suas artérias,
o reconhecimento dos seus filhos pelo contributo!m-
par de marinheiros ilustres, que se distinguiram nas
etapas de achamento e desenvolvimento deste porto,
contribuindo para que as culturas em presença en-
contrassem abrigo para os tufões da história, desa-
brochando num tecido social complexo e matizado de
mistério (. .. ).11 MQnum9ntode V • .tro de GtJm8.
Estas são palavras do capitão-de-fragata João
terceder pelos lusitanos. No segundo corpo, apare-
Manuel Velhinho Pereira Nobre de Carvalho, capitão
cem os baixos-relevos dos instrumentos náuticos.
dos portos e presidente do conselho de administra-
«Eis a acta dacerlm.6nia:
ção da Obra Social dos Serviços de Marinha de Ma-
cau, no prefácio do opUsculo . Antigos Navegadores cAos trinta e um dias do ml§s de Janeiro do ano de
e Marinheiros ilustres nos Monumentos e Toporúmia 1911, nesta cidade do Santo Nome de Deus deMacau
de MacaulI, editado por aquela Obra, em 8 de Julho e Avenida Vasco da Gama, sendo govemador interi-
de 1984. no o segundo-tenente da Armada Alvaro Cardoso de
As fotografias que publicamos, bem como os tex- Melo Machado, presente a este acto, bem como os
tos, são transcritos, com a devida vénia, desse opus- Conselhos do Govemo e da Provincia, o Leal Senado
culo. da CAmara, corpo consular estrangeiro, oficiah'dade
da Estação Naval, oficialidade, os membros das anti·
Monumento d. Va.co da Gama gas comissões e subcomissões dos festejos do 4. o
. No centro da Alameda Vasco da Gama, ergue-se centenário da fnma, todo o funcion6hsmo civil, mili·
um pedestal de granito, encimado pelo busto de tar, eclesiástico e cidadãos, residentes nesta cidade,
bronze de Vasco da Gama. Este foi projectado e m formada a guarda de honra por uma força da guarnj·
1898, por ocasião da celebração do IV centenário do ção da Canhoneira Pátria, se procedeu à inauguração
descobrimento do caminho marítimo para a índia. No do monumento por iniciativa e proposta da comissão
entanto, as obras s6 começaram em 1907, fazendo-se executiva local do 4.<> centenário do descobrimento
a inauguração do monumento a 31 de Janeiro de do caminho marftimo para a lodia, em sua sessão de
1911. O busto é da autoria do escultor Tomás da Cos- 3 de Fevereiro de 1893.
ta, que se serviu de um retrato existente no Museu
Nacional de Arte Antiga. eNasco da Gama. comandou a expedição que rea-
«Na face anterior do plinto está embutido um bai- lizou a primeira viagem marítima da Europa à Ásia.
xo-relevo de mármore representando o Adamastor, Largou do Tejo em 8 de Julho de 1497 e alcançou Ca-
as naus agitadas por uma tempestade, e Vénus em- lecut em 17 de Abril de 1498. Feito dos mais ilustre
punhando uma trombeta a dirigir-se a Júpiter para in- nos Anais Marítimos. a descoberta do caminho mari-
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