Page 193 - Revista da Armada
P. 193
ANIMAIS
ABORDO
Pelo VALM Silva Braga
AI
x-o BOI ((JOAOJJ
Volvidos quase IreS alias sobre o men/e, desliza. muilaS vcz.es com acer- Quem era este animal a que cu, com
ann;stfcio, desaparecido o inconfiuulfl'el ba, mas ren/ crueldade, afardndu/a da aparenre desrespeito, dou/aros de per-
.,Pedro Nunes,., ~'alerd, ainda, algwl10s nossa vida passada, onde se agitam. em sonalidade?
/inhas a recomcrufaçl1o do simpdlico boi mncabras coreografias, por \'eus em Nao sei, francamente.
..jOllo,.? esgares ridfculos, as personagens que Era, onaUzando o aspecto extenlO,
Eu. francamente, creio que sim. viveram ao nosso lado, as mesmas horas um boi como os outros.
Essas Iinltas serdo um preito de sau- mds que nós passdmos, as que de\'eriam Tinha Iodas as COlldiçiJes para fazer
dade prestado 11 sua memória que vive, ter sofrido as mesmas angrístias, as que feliz um lavrador, para illspirar I'crsos
ainda. no esplrito (e para que ni10 dizer semiram, certamente. como nós, a inu- bllcólicos, se eles lido estivessemjdfei-
"0 coraçl1o?) de 0lg/l115 desses vários e tilidade do nosso esforço. tos, refeitos e uansmitidos à hwnanida-
minlÍsculos factores da vitória. a quem O nosso pellsamellfo \'00, enflUJ. num de que fi para gerar o amor à paz dos
os destinos lIom;s da nossa terra eOIl- deserto que povoamos com as IIOSSas campos onde tudo é, dizem os poetas,
dUliram ao arcabouço do Cnlzador 011- evocaçbes, sem que deixemos de semir, }rannollja narural.
xi/i(lr «Pedro Nunes,., para ali viveram, lO/Vez. por causa de/as, as chicotadas di, II esse boi, vlIlgar como os seus
duraI/li! algum tempo, as incsquccfveis areia qr~e nos cJramilln à muquinha rea- semelllames, eslal'Q resen'Odo, o prosai-
horas de guerra. da Grande Guerra. lidade da vida. co destino ql~e a bordo têm todos os bois:
Eu sou daql4cles mlli/os para quem Os desmos tem. porém. odsis. Creio uma choupada sem arte, muitas \'ezes,
o recordar é viW!T. que ni/lguém duvida desta afinnarAo. at~, justificaI/do a IlIurlQfla inten'ençao
Vi\'e-se. hoje. muito, \'ivendt>-se, afi- absolutamente geogrdfica, O .. Pedro da Protectora; um retalluzmenlO feito por
nai. pouco, quase nada. Nl10 há para- Nunes .. era, ainda que povoado por mil um magarafe improl'isado e, no dia
dcxo nesta afinnaçoo, aínda que ele seja pessoas, IUn deserto na /lassa \';dn 11(11'(11, segllime, a cldssica dislribuiçdo dos
evidente. Porquê? lombinhos para o seI/irar comandante,
Vi\'c-se muito. porqrle os espfritos. Ntlo mo pergulllem. pois nem sem- do figado para as senhoras oficiais e
mesmo os de via reduzida, como o meu, pre é possfw! responder com sincerida- das mtlozin/IOS para o sellhor estado--
se isola/1/. se alheiam. para fugir ao cho- de, e, sem ela, I'O/e mais o mutismo. -menor.
Ctlr l'Íolemo das paixlJes e dos caraCle- Havia, porém, /lesse deserto flul/lim- O livro de quartos, laconicamente,
res. de cujo embale Cllda um sai, regra le, como era natural, como geogrdfico, menciona a certidi10 de óbito; os docII-
geral, baslanU Iraumatizado. um oásis. memos di, contabilidade trGllscrel'em
E"tlJo, ensimesmados no nosso fra- Havia nesse oásis um boi, ndo pas- essa certtado: "abateu-se um boi que
co ser, nós fazemos funciol/ar o cie/ora- tando. mas, sim, pac/lorremo. Esse boi produziu,,, quilos de I'aca fresca ...
ma das nossas recordaçbes e. na nossa era boi ..}o(Jo,.. Erl mmca percebi porque estranho
11