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rem diversos procedimentos de
táctica naval. Apesar do mau
tempo que se fez sentir, com
ventos superiores a força 8,
foram inclusivamente levados a
cabo exercfcios com os heli-
cópteros ~Sea King", operados
a partir do navio canadiano.
Na tarde do dia 19 de
Fevereiro, a fragata "Corte
Real" iniciou o seu segundo
período de vigilância na área
de Olranlo, antecipando em
um dia a sua integraçâo na
Força, por forma a estar na
área de patrulha antes de ter-
minar o prazo do ultimato da
NATO à Sérvia-Montenegro.
' POSTOS DE
ACÇÃO E VISTORIA. .. •
Entre 19 e 2S de Fevereiro, o
navio permaneceu no sul do
Adriático, integrando o grupo
de navios que fiscaliza a área Como a bordo da fraga ta
do estreito de Otranto, por ~Corte Real" a guarnição traba-
onde passa toda a navegação lha num regime de bordadas,
mercante que se dirige para isto é, seis horas de quarto e
portos do Adriático, numa seis horas de folga, num total
média de cerca de 80 navios de 12 horas diárias em cada
por dia. dia no mar, estão constituídas
Todos os navios têm que ser duas equipas de vistoria, uma
devidamente identificados e em cada bordada.
regislados, sendo vistoriados Ao fim de alguns dias já exis-
por equipas dos navios de tia uma saudável rivalidade
guerra, no caso de se dirigirem entre ambas, tendo cada qual o
para portos da ex-Jugoslávia, seu nome de guerra que a si
por forma a garantir que não mesmas atribufram, respectiva-
transportem mercadorias proi- mente, os "lobos Reais'" e os
bidas pelas Resoluções do "Vampiros da Corte": os pri-
Conselho de Segurança da meiros, argumentando serem
ONU, contribuíndo, dessa verdadeiros "lobos do mar" e,
forma, para que a guerra que os segundos, aludindo ao facto
assola aquele território não de deterem o maior número de
seja alimentada com mais vistorias nocturnas.
armamentos ou combustíveis. L,;~;: As acções de vistoria são
Oper.Jf50 de recolha de uma oolSd Sd/~a· L uma das tarefas mais árduas de
-~idM do,-\1lV 'Roo S'iJ~, ao liJ'8o da bordo, dado que nem sempre o
A/gaNe, em 7 de jarleiro de 1994, Quan- estado do mar é o mais cle-
do o niJ~io seguia p<Jra o Adriático
mente, além de que a entrada a
bordo dos navios mercantes é,
na maioria das vezes, dificulta-
da pela altura da borda que
tem que ser transposta por
escada tipo quebra-costas, nal-
gunS casos em cerca de 10
metros.
Outra das dificuldades é a
barreira lingufstica que se apre-
senta, quando o navio aborda-
do não tem tripulantes que
falem a Hngua inglesa. Ocorreu
mesmo uma situação em que o
oficial que dirige a equipa dos
"lobos Reais"', só conseguiu
comunicar com o capitão de
um navio mercante russo por
intermédio de desenhos, efec-
tuados na ocasião sobre um
bloco de notas.
8 ABRIL 94. • REVISTA DA ARMADA