Page 55 - Revista da Armada
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EFfMERIDES



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                                                       {2!!Parte}


          Quando, no dia 9 de Março de 1916,                  OS COMBATES
          a Alemanha declaIOu guerra a Portugal,              NO ROVUMA
          já algumas forças militares portuguesas,              Sob o comando do crEN
          incluindo um Batalhão de Marinha e                  José  de  Freitas  Ribeiro  o
                                                              cruzadçr "Adamastor" largara
          diversos navios, se encontravam nas
                                                              para a lndia  Portuguesa  no dia
          colónias africanas de Angola e Moçambique,          13 de Dezembro de 1915, tendo
          que os alemães tanto cobiçavam.                     chegado a Lourenço Marques
                                                              em  11  de Fevereiro de 1916.
          Porém, a partir de então, a Marinha passou          Porém, tendo ocorrido a de-
          a confrontar-se directamente com a acção            claração de guerra pouco tempo
          dos submarinos e das minas alemãs,                  depois, o Governo ordenou a
                                                              permanência  do  navio  em
          ao mesmo tempo que assegurava a defesa              Moçambique, onde teve como
          das nossas costas e portos continentais,            primeira missão O apresamento
          o serviço de escolta aos transportes de             dos 7 navios alemães refugiados
                                                              nos  portos  de  Lourenço
          tropas para França e para o Ultramar, além          Marques (4)  e, depois, na  Beira
          da defesa maritima dos Açores, Madeira              (1) ena Ilha de Moçambique (2),
                                                              tendo as  tripulações aprisiona-  fronteira natural entre Moçam-
          e Cabo Verde.
                                                              das sido transportadas para  bique e a antiga África Oriental
         Um segundo Batalhão de Marinha seguiu                Lourenço Marques no paquete  Alemã.  A sua missão era a de
          para Moçambique e, muitas vezes, as forças          "Portugal", que foi  escoltado  assegurar o trânsito fluvial  no
                                                              pelo " Adamastor".        Rovuma e o abastecimento dos
          de desembarque dos navios cooperaram em               Com  instruções confiden-  postos militares  portugueses
          acções de guerra ou de prevenção.                   ciais, o "Adamastor" partiu em  situados na margem sul do rio,
         Em Novembro de 1918, quando o conflito               29  de  Abril  de  Lourenço  através da neutralização dos
                                                              Marques para a costa  Norte.  postos alemães situados na
          terminou, a Marinha tinha perdido 142 dos           Tocou primeiramente na  Ilha  margem norte.
          seus homens e alguns navios.                        de Moçambique, depois em    No dia 21, uma esquadrilha
                                                              Porto Amélia, em Palma e em  de  "'  embarcações  com  37
                                                              Quionga. Na  baía de Palma  homens do "Adamastor" e da
              Texto do crEN R. Costa e fotos de arquivos diversos
                                                              reuniu-se-lhe  a canhoneira  "Chaimite", comandada  pelo
                                                              "Chaimite" e os dois navios  Cr EN  Quirino da  Fonseca,
                epois da  apreensão  donal.  Por isso, apesar da  foram fundear, no dia 20 de  efectuou  um  reconhecimento
                dos navios alemães  assumida  neutralidade por-  Maio, na foz do rio Rovuma, a  da  margem  norte  do  rio,  <
          D refugiados no  porto  tuguesa, logo em Setembro de
         de Lisboa, a  declaração de  1914, um mês depois do início
         guerra  feita  pela Alemanha  das hostilidades, tinham  par-
         era  esperada  mas, sobretudo,  tido para a África  os  primei-
         era  desejada  pelos  dois  ros contingentes  militares a
         grandes partidos políticos  fim  de protegerem os nossos
         portugueses,  com  base  na  territórios  das  ambições
         convicção  de  que  só  ela  alemãs.
         garantiria a posse das coló-  Quando, em Março de 1916
         nias depois da guerra.     se  verificou  a  entrada  de
           A entrada na guerra ao lado  Portugal  na  guerra,  já  se
         da  Inglaterra  fôra defendida  encontravam  nas  colónias
         desde  sempre  por  impor-  1217 oficiais, 30.390 soldados
         tantes sectores da sociedade  e cerca de 20.000 soldados do
         portuguesa, para os quais era  recrutamento local, enquanto
         uma  atitude inevitável e uma  o  Batalhão  de  Marinha  já   Umll fotogrllfilllllst6riclI:0s ~rtllrt$ @ClI(II-"'11Ull'  ~ Al/g1/5/0 úwi/ho" ~I/r
         questão de afirmação intema-  combatera no sul de Angola.   sr s.:r/NTllIll dtJlOl! dr 11/l1li rilgrm dr 200 /fII1M II rtrrIM, nil IIIIIrdM I\çOIT$
                                                                                       REVISTA DA ARMADA  •  Ff\'UEI~O 96  1 7
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