Page 82 - Revista da Armada
P. 82
para acorrerem às aflições da subida das
águas. Foi o que veio a acontecer em 8 de
Janeiro, conforme foi possível acompanhar,
quase em directo, pelos diversos meios de
comunicação social. Populações isoladas
que precisavam de ser abastecidas, cri-
anças que deviam continuar a escola e,
este ano, votos que teriam de chegar às
urnas em 14 de Janeiro, para eleger o
Presidente da República.
Na Escola Prática de Cavalaria funcionou
o posto de comando das operações e no
cais do C1 EA mantinham-se aprontados os
meios aquáticos mais pesados (lanchas e
LARC's).
Entretanto, os botes efectuaram patrulhas
e reconhecimentos nas áreas mais afec-
tadas acorrendo a todas as solicitações que
lhes foram feitas. O Primeiro Ministro, quis
inteirar-se pessoalmente da situação e visi-
tou toda a área em 10 de Janeiro, tendo
Logo em Novembro, se activa a primeira
fase de prevenção, a fase "delta", que s6
pretende lembrar aos diversos interve-
nientes do chamado "Plano Tejo~, a neces-
sidade de disponibilizãr os meios e o pes-
soal para qualquer eventualidade. Mas,
este ano, aquilo que em Novembro pare-
cia quase um sonho delirante (falar de
cheias quando a grande preocupação era a
seca imensa que assolava todo o país),
tornou-se numa realidade que só não
chegou ao pesadelo, porque a experiência
anterior, a coordenação de esforços e a uti-
lização mais correcta dos meios, permiti-
ram um ajustado controlo do que poderia
tornar-se uma calamidade.
A chamada fase "charlie ~, foi accionada
no final de Dezembro, passando a estar de
prevenção um dispositivo, envolvendo pes-
soal, viaturas, comunicações, botes, lan-
chas e LARC's. Num prazo máximo de 24
horas, pode ter que ser activado o passo
seguinte, a fase "bravo", com a deslocação
destes meios para a região de Santarém e
com a imediata disponibilização dos botes
sido acompanhado por diversos respon-
sáveis pela operação, entre os quais, o CFR
Santos Duarte, Comandante do Batalhão
de Fuzileiros n"2.
Numa acção que obriga a coordenar
esforços de diversas origens. é justo salien-
tar a eficiente coordenação com o coman·
do da EPC e Gl EA, que forneceram apoios
administrativos e logísticos, com o coman-
do distrital da PSP de Santarém e com ou-
tros elementos ligados ao Serviço de
Protecção Civil.
A água já faltava há muito tempo. Não
precisava de se manifestar com tanta força,
mas a natureza é mesmo assim.
Felizmente, não se verificaram as situa-
ções dramáticas vividas em 1989 e, em
12 de Janeiro, a fase decorrente foi
desactivada, regressando-se ã situação de
prevenção, nas unidades. O
8 MARÇO 96 • REVISTA OA ARMADA