Page 224 - Revista da Armada

actuar evitando tiros; quando Kabila está a cinquenta, ... a
reagir a agressões e como; quarenta , ... a trinta quilóme-
enfim, um conjunto de defi- tros de entrar em Kinshasa.
nições que são indispensáveis Corre o boato de que já
l1uma missão, que não é pro- entrou no aeroporto .... Vê-se
priamente de guerra, mas um helicóptero dos franceses
onde pode ser necessá rio a voar para Kinshasa. Será
empregar a força, para garan- que desencadearam a ope-
tir a segurança e o cumpri- ração de evacuação? ... Não!
mento dos objectivos. Entre- O acordado é que ninguém
tanto da embaixada de Kin- desencadeia seja o que for
shasa chovem as infonnações sem informar os outros con-
sobre a situação. Trocam-se tingentes. Há que aguar-
instruções com os contingentes dar! ... Paciência e a calma
estrangeiros. Os briefi/lgs são possível. São assim mesmo
quase constantes porque o estes momentos de espera e
evoluir da situação é rápido e ansiedade.
é preciso estar a par de tudo. Quinze, des.1sseis, desassete

de Maio são os dias de maior dos pelo regresso ii calma e à
tensão. Depois vêm as notí- actividade normal. Poucos
cias de que tudo parece estar dias depois são retiradas uma
a correr bem. Kabila nao quer parte das forças e, dentro em
desaca tos e para além das breve, todos vão a caminho
acções desesperadas dos mi- de Lisboa com mais uma mis-
litares fiéis a Mobutu, que não sâo cumprida. Desta vez era
podem acompanhar os seus uma missâo muito especial:
chefes e ficam à deriva numa proteger a vida de cidadãos
cidade onde tudo passa a ser portugueses que vivem em
inimigo, nada mais há para Kinshasa. O
regislar.
Os momentos de angústia e I. Semedo de Matos
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