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ESCOLA NAVAL
CERIMÓNIA DE TRANSFERÊNCIA
DE PODERES DE MACAU
Decorreu no passado dia 20 cantil estabelecida entre a Ín-
de Dezembro de 1999, a Cerimó- dia, Malaca, China e o Japão.
nia de Transferência de Poderes Na actual realidade do terri-
de Macau, que contou com a tório, marcado por um rítmo de
presença das altas individuali- desenvolvimento extremamente
dades representantes dos países rápido em todos os domínios e
envolvidos. A cerimónia contou pelo fim da sua absoluta depen-
com a participação de uma dele- dência do mar, o território de
gação de catorze cadetes da Es- Macau é uma memória que per-
cola Naval, com a missão de in- manece no coração da Marinha
tegrar o pelotão conjunto que Portuguesa.
constituía a Guarda de Honra A presença portuguesa no
Portuguesa e um elemento para Oriente é uma consequência
integrar a escolta à Bandeira Nacional, conjuntamente com igual directa e próxima da efeméride que se evoca, pois à data em que
número de cadetes da Academia Militar e Academia da Força Aérea. cessou a administração portuguesa em Macau, 20 de Dezembro
Simbolizando uma gigantesca lanterna chinesa, o Pavilhão da Lan- de 1999, também terão decorrido quase cinco séculos desde a
terna foi o local construído para a realização de tão grandioso evento. chegada dos Portugueses às costas da China e 442 anos de con-
Uma assistência no local de três mil convidados, três mil e quinhentos tínua permanência lusitana no território da Macau.
jornalistas acreditados para acompanhar o desenrolar da cerimónia, Independentemente do papel que as autoridades chinesas lhe
mais de vinte cadeias de televisão e cinco continentes como assistência atribuírem e o tempo que lhe destinarem, Macau será sempre
virtual, são factores elucidativos da grandiosidade deste evento. uma singular memória da expressão marítimo-mercantil por-
Os treinos conjuntos com a Guarda de Honra Chinesa iniciaram- tuguesa e permanecerá no imaginário lusitano, como estão Goa e
-se, no local da cerimónia, a 13 de Dezembro e desde logo se verifi- Rio de Janeiro, Malaca e Luanda ou Diu e Maputo.
cou o elevado empenho depositado e a importância dada por parte Rui Manuel Rodrigues Teixeira
das autoridades chinesas a esta cerimónia histórica. Chefiada por 1TEN
um General, a delegação era constituída por um elevado número de
oficiais superiores e elementos ligados ao governo, que apesar da
experiência numa cerimónia similar por ocasião da entrega de
poderes em Hong Kong, não obstou que os elementos da Guarda de
Honra descurassem os treinos que vinham mantendo há 160 dias.
Para a escolta à bandeira, dispunham de um Capitão e dois
Tenentes, tendo todos os elementos do pelotão vinte e três anos e
1,85 metros, um privilégio resultante de uma população de um
bilião e duzentos mil habitantes.
A cerimónia decorreu com elevado brilhantismo e dignidade,
adquirindo um mediatismo ímpar em todo o continente Asiático.
A Bandeira Nacional foi pela última vez arriada em território de
Macau sob administração portuguesa, pela mão do representante
da Escola Naval, o cadete Saldanha Junceiro, facto que muito
honra não só esta instituição, mas também a Marinha, cuja pre-
sença na região de Macau coincide com a chegada às Costas da
China e com a própria fundação da cidade, em meados do século
XVI, consequência da necessidade de um entreposto seguro para
negociar na região de Cantão e para apoiar a rede marítimo-mer-
A delegação da Escola Naval foi constituída pelos seguintes elementos:
25487 1TEN Rui Manuel Rodrigues Teixeira
20396 CAD Pedro Miguel Vitoriano Saldanha Junceiro
20796 CAD António Gonçalo do Vale Batista
6801692 CAD Ernesto António de Jesus Alves
21596 CAD João Miguel Pereira Monteiro
22596 CAD Paula Sofia Ovelha da Costa Teles
21396 CAD Ricardo André Santana Gonçalves
24195 CAD Vitor Luís Estevinho Maltez
21496 CAD Sónia Cristina da Almeida Dias
23995 CAD Gustavo Pedro Osório das Neves Cabrita
22496 CAD Luís Filipe Teixeira Alves Teixeira
23795 CAD André Bruno Cardoso de Morais
23895 CAD Luís Miguel Zorreta Padilha Rosado
20496 CAD Pedro Luís Fernandes de Palma
22196 CAD Filipe da Rocha Rei
REVISTA DA ARMADA • ABRIL 2000 25