Page 181 - Revista da Armada
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Património Cultural da Marinha
Património Cultural da Marinha
Faróis de Portugal
31. FAROL DE SAGRES
Inaugurada em 4 de Março de 1894 para solenizar o De Março de 1916 a Dezembro de 1918 o farol este-
centenário do Infante D. Henrique, a luz de resguardo ve apagado devido à 1ª Guerra Mundial.
da ponta de Sagres começou logo desde o seu primei- A partir de 1953 o farol foi electrificado através de
ro acendimento e pelo seu diminuto alcance a provo- grupos electrogéneos, ficando como fonte luminosa a
car justos reparos e reclamações da numerosa navega- incandescência eléctrica com reserva a gás.
ção que ali passava. Muito mais avançado para o sul e Durante o ano de 1958 foi resolvido superiormente res-
tendo menos trinta metros tituir a Praça de Sagres tan-
de altitude que o Cabo de to quanto possível à traça
S. Vicente, não era com que apresentava no tempo
uma luz de três milhas do Infante e arranjá-la ur-
de alcance luminoso que banisticamente. Para isso
se devia ter assinalado o foi elaborada uma memó-
promontório de Sagres. O ria descritiva junta ao pro-
Aviso aos Navegantes nº 3 jecto das «Comemorações
de 03/03/1894 indica que do V Centenário da Morte
a luz é fixa vermelha, com do Infante D. Henrique
um alcance de 5 milhas, – Promontório de Sagres
utilizando um candeeiro – Construção de um Farol
a petróleo. de Sinalização».
Em 28 de Novembro de «Por se verificar a ne-
1906 o aparelho de luz foi cessidade imperiosa da
substituído por outro de existência dum Farol no
maior alcance. O aparelho Promontório de Sagres,
é de luz fixa vermelha, de prevê -se um pequeno fa-
horizonte, com candeeiro rol de sinalização, cujo
de 2 torcidas e 12 milhas traço arquitectónico, da
de alcance luminoso. maior simplicidade, tem
Em 30 de Junho de por objec tivo não preju-
1923 começou a funcio- dicar a majestade do lo-
nar o novo farol de Sagres. cal. O pequeno farol, será
O edifício consta de uma construído em alvenaria,
torre quadrangular de al- tendo os cunhais em can-
venaria branca, com ane- taria da região (...)»
xos de um só pavimento, Em 29 de Julho de 1959
para habitação de farolei- um ofício do Director de
ros e depósito de material. Faróis para a Direcção Ge-
A torre mede 5,5 metros ral de Marinha insurgia-se
de altura, desde o terreno contra a demolição do ve-
até à aresta superior da cornija. Sobre ela elevam-se o lho farol, para se construir a 20 metros daquele, um novo
murete cilíndrico metálico, e a lanterna, ambos pintados farol, cuja construção considerava fraca, ”muito fraca
de vermelho, ficando o plano focal da luz 7,5 metros até”, considerando um esbanjamento de dinheiro públi-
acima do solo. O aparelho lenticular é de 4ª ordem, co quando se recomendavam as maiores economias.
modelo pequeno (250 mm distância focal), e é constituí- Em 1 de Abril de 1960 começou a funcionar o novo
da por cinco lentes de 45º, cada uma, efectuando uma farol de Sagres, tendo sido demolido o velho. Importou
rotação completa em 10 segundos. A fonte luminosa é este farol na quantia de 146.890$00.
um candeeiro A fonte luminosa é a incandescência eléctrica com
de nível cons- lâmpadas de 500W, com reserva a gás e com aparelho
Local: Cabo de Sagres tante. A rotação catadióptrico de 4ª ordem, pequeno modelo em tambor
Altura: 13 m
da óptica é pro- com 11 milhas de alcance.
Altitude: 53 m duzida através O farol foi electrificado e automatizado em Agosto
Luz: Iso R 2s de um mecanis- de 1983, ficando a ser monitorizado a partir do farol
Alcance: 11 M mo de relojoa- de S. Vicente, deixando de estar guarnecido de faro-
Óptica: 4.ª Ordem – 250 mm ria e o alcance leiros.
Ano: 1896 luminoso é de
14 milhas. Direcção de Faróis