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A MARINHA NA I GUERRA MUNDIAL
A MARINHA NA I GUERRA MUNDIAL
a intervenção da Marinha no primei- sublinhando a sua vasta bibliografia e activi- riu-se á participação da Marinha em pessoal
ro conflito á escala mundial (1914- dade conferencista, principalmente dedicada e navios na defesa das costas e dos principais
D1918), muito pouco hoje se fala. a Macau e á presença portuguesa na China, portos de Portugal e das três posições capitais
Parece que Portugal só participou na frente de que é prova a sua colaboração, de mais de no Atlântico: Madeira, Açores e Cabo Verde.
terrestre europeia, nomeadamente na Flan- meio século, nos Anais e também destacando Igualmente foi focado, além do desempenho
dres, sendo esquecida e por vezes omitida a a sua decisiva contribuição para a valorização das unidades navais que, enfrentando a per-
presença portuguesa no mar e nas campanhas do Museu da Marinha. Em sintese- Homem de manente ameaça submarina alemã, assegu-
militares junto ás fronteiras ultramarinas de Cultura Jaime do Inso foi até á hora da sua morte raram o transporte de tropas e o serviço de
Africa, regiões onde a Marinha já combatia um incansável Escritor de Marinha. comboios, a intervenção dos batalhões expe-
em 1914, isto é, dois anos antes do país entrar No que respeita à “ Marinha Portuguesa na dicionários de marinheiros a Angola e a Mo-
oficialmente na guerra. Grande Guerra”, o Presidente da Comissão çambique, sendo mencionada a dos navios
Assim, a Comissão Cultural da Marinha Cultural, salientando os factos mais relevan- nas águas deste território.
entendeu, no presente ano em que se comple- tes apresentados nos seus oito capítulos, refe- Citando o autor da obra, afirmou o CALM
tam nove décadas da data Leiria Pinto que a Marinha
de declaração de guerra Portuguesa fez face a todas
por parte da Alemanha, as emergências da Grande
re editar a obra “A Mari- Guerra, em condições de-
nha Portuguesa na Gran- ploráveis, por vezes inacre-
de Guerra”, da autoria do ditáveis e que poderão, sem
capitão-de-fragata Jaime exagero, classificar-se de
do Inso e publicada, por únicas entre as Marinhas
capítulos, nos Anais do beligerantes e terminando
Clube Militar Naval em as suas palavras formu-
1937, 38 e 39. lou votos que a reedição
A apresentação da re- de “A Marinha Portuguesa
edição da obra realizou- na Grande Guerra” contri-
se no passado dia 8 de Ju- bua para um melhor conhe-
nho, na Biblioteca Central cimento da valiosa partici-
de Marinha, tendo o Pre- pação da Marinha na defesa
sidente da Comissão Cul- de Portugal, durante um dos
tural, CALM Leiria Pinto, acontecimentos mais mar-
feito inicialmente uma cantes do século XX. Z
breve referência ao Co- (Colaboração da Comissão
mandante Jaime do Inso, Cultural da Marinha)
ACADEMIA DE MARINHA
Sessão Anual Conjunta
Sessão Anual Conjunta
do I.C.E.A.
do I.C.E.A.
ntre as várias Instituições com quem a nicações da parte da manhã, apresentadas res- a direcção do ICEA, tendo havido ainda a
Academia de Marinha celebrou proto- pectivamente pelos Prof. Doutor António José oportunidade do Presidente da AM oferecer
Ecolos de índole cultural figura o Insti- Telo “A mais antiga aliança do mundo”, Dr. João um exemplar do livro “Relatório do Coman-
tuto de Cultura Europeia e Atlântica (ICEA). Abel da Fonseca “ A convenção Marítima anexa dante do Contratorpedeiro “Lima”, de 15 a 31
Realizou-se em 9 de Maio, na Academia de ao Tratado de Windsor (9.5.1386), Antecedentes e de Janeiro de 1943” ao Sr. Joaquim de Almei-
Marinha, a segunda sessão anual conjunta Consequentes” e Cte José Rodrigues Pereira “A da Marrão, membro de várias instituições
com aquela instituição tendo como tema Marinha Portuguesa nos finais do séc. XVIII”. culturais da Ericeira, hoje com 90 anos, que
cultural “ O Tratado de Windsor (1386) e a A seguir ao almoço na Messe de Lisboa, foi 2SAR condutor de máquinas a bordo do
Convenção Marítima anexa”. teve lugar a segunda parte da sessão conjun- NRP “Lima”, por altura do mau tempo so-
Após a recepção dos participantes, teve ta com a comunicação do Prof. Doutor An- frido pelo navio, nos dias 30 e 31 de Janeiro
lugar a cerimónia da abertura da sessão, na tónio Pedro Vicente “A Aliança Inglesa face à de 1943, no mar dos Açores.
qual o Presidente da AM, VALM Ferraz Sac- Tempestade Napoleónica” à qual se seguiu um O Sr. Marrão, hoje muito provavelmente
chetti, apresentou as boas vindas aos parti- interessante debate geral, onde surgiram co- o único sobrevivente da guarnição daquele
cipantes, tendo-se referido ao bom acolhi- mentários e observações diversas acerca dos contratorpedeiro, pela sua extraordinária
mento recebido pela AM no ano anterior, na assuntos tratados por todos os oradores. actuação naqueles dois dias, foi louvado
Ericeira, por ocasião da realização da primei- A sessão foi, depois, encerrada com peque- pelo então CTEN Manuel Maria Sarmento
ra sessão conjunta. nas alocuções dos presidentes do ICEA e do Rodrigues, constando o seu louvor do livro
O Presidente da AM, como introdução ao AM, ficando a próxima sessão já prevista para que lhe foi oferecido, o que muito sensibili-
tema, fez uma breve exposição sobre a rea- a Ericeira, em 2007. zou os que tiveram oportunidade de assistir
lidade marítima do povo português, após o No gabinete do Presidente da AM foram a esta pequena cerimónia. Z
que deu lugar à mesa que presidiu às comu- depois trocadas algumas lembranças com (Colaboração da Academia de Marinha)
24 JULHO 2006 U REVISTA DA ARMADA