Page 325 - Revista da Armada
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Setting Sail
Setting Sail
6. APARELHO
Este segundo bordo do Setting Sail tem como objectivo des- Estribo (12) – Cabo passado entre o terço e o lais de uma ver-
fazer algumas dúvidas entretanto surgidas, relacionadas com a ga onde os marinheiros apoiam os pés quando largam ou fer-
nomenclatura essencial dos grandes veleiros. Aproveitaremos ram a vela.
ainda o ensejo para caracterizar os principais tipos de armações Lais (13) – Extremidade de uma verga redonda, nomeadamen-
de navios de vela, em cumprimento do inicialmente previsto te do cunho para fora.
para o anterior formato.
Macaco esticador (14) – Cilindro metálico em cujo interior
Amantilho (1) – Cabo que faz fixo próximo do lais de uma trabalham dois parafusos, um em cada extremidade, que permi-
verga, carangueja, pau de surriola ou pau de carga. Tem como te tesar os ovéns.
principal função permitir o movimento vertical da verga redonda Malhete (15) – Peça em ferro que mantém os ovéns de uma
de maneira a mantê-la horizontal, mesmo quando o navio segue enxárcia nas suas posições relativas, evitando que estes torçam.
adornado por acção do vento sobre o pano. Ocupa a posição mais baixa na enxárcia, iniciando-se a enfre-
Andorinho (2) – Pequeno chatura daí para cima.
cabo vertical que aguenta o Mastaréu (16) – Mastro su-
seio do estribo para a verga, plementar de menor secção,
visando diminuir a respectiva Foto CTEN António Gonçalves cujo objectivo visa prolongar
curvatura. a respectiva guinda de forma
Borla (3) – Peça circular, ge- a permitir a existência de uma
ralmente em madeira, coloca- maior superfície vélica.
da no tope do mastro. Nos seus Mastro (17) – Trata-se de
gornes fazem retorno as adriças uma haste em madeira ou me-
do embandeiramento. Também tal de forma geralmente cilín-
é conhecida como bolacha. drica, cujo pé assenta numa
Braço (4) – Cabo que existe base denominada carlinga,
aos pares, um em cada bordo, junto à sobrequilha. Para atin-
fazendo fixo no lais das ver- gir o convés atravessa os pa-
gas redondas e dizendo para vimentos através dos orifícios
ré. Ajuda a aguentar a verga na posição desejada, podendo-se, denominados enoras. A sua existência permite sustentar vergas,
através da respectiva manobra, movimentar as vergas horizon- retrancas e caranguejas, onde por sua vez são envergadas as ve-
talmente, de forma a optimizar a mareação. las do navio. A sua secção inferior toma o nome de mastro real,
a partir do qual espigam os mastaréus
Brandal (5) – Nome que se dá ao cabo que aguenta o mastro
ou mastaréu para a borda e ligeiramente para ré. Normalmente Ovém (18) – Nome dado a cada um dos cabos que com-
toma o nome do mastro ou mastaréu em que trabalha. põem a enxárcia de um mastro real ou dos mastaréus de gávea
e joanete. A sua finalidade é aguentar o mastro para os bordos
Calcês – Parte superior de um mastro ou mastaréu, por norma e ligeiramente para ré, de forma a compensar a força, em sen-
de secção quadrada, onde encapelam estais, ovéns e brandais.
tido contrário, que o vento exerce sobre as velas e aparelho
Carangueja (6) – Tipo de verga cuja extremidade de vante tra- do navio.
balha encostada por ante a ré de um mastro e onde enverga o
gurutil da vela latina quadrangular. Penol (19) – Extremidade da carangueja, também chamada de
pique ou lais da pena.
Cupês (7) – Nome dado ao último ovém de ré das enxárcias Pião – Peça que abraça exactamente a meio uma verga re-
reais. Embora não fazendo parte da enfrechatura é por norma donda, sendo por sua vez solidária com uma outra denominada
firmado a esta, uma vez em cada cinco degraus, por intermédio forquilha que faz a ligação ao mastro. Este conjunto articulado
de um enfrechate mais longo.
permite os movimentos da verga.
Enfrechate (8) – Degrau feito em cabo ou madeira que liga ho- Retranca (20) – Verga que se articula por ante a ré de um mas-
rizontalmente o conjunto de ovéns, a intervalos iguais. Subindo tro. A sua existência justifica-se pela necessidade de manter esti-
por eles os marinheiros têm acesso à parte alta da mastreação.
cada a esteira da vela latina, podendo esta aí envergar.
Enfrechatura – Conjunto de enfrechates de uma enxárcia.
Terço (21) – Parte central de uma verga de pano redondo, si-
Enxárcia (9) – Trata-se do conjunto de cabos denominados tuada entre o mastro e os respectivos laises.
ovéns que aguentam o mastro para os bordos.
Verga (22) – Peça longa em madeira ou metal que cruza a meio
Estai (10) – Cabo que encapelado no calcês do mastro serve para o por ante a vante do mastro ou mastaréu. Nela é envergada a vela
aguentar para vante. Toma o nome do ponto onde faz arreigada (es- redonda que recebe o respectivo nome, ou vice-versa.
tais de entremastro), ou da vela que nele é içada (estais de proa).
António Manuel Gonçalves
Estai real (11) – Estai do mastro real do traquete, grande, me- CTEN
zena, etc. am.sailing@hotmail.com