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NOTÍCIAS
“ESTÁGIO” DE COMANDANTES DE SUBMARINO 2006
¬ÊTerminou no passado dia 2 de Junho riorização dos aspectos relacionados com
o período de preparação, treino e ava- os elementos evolutivos do submarino,
liação para Comandantes de Submari- ocorrendo em simultâneo um programa
no da classe “Albacora”. Este “estágio”, intenso de actividades que passaram por
que ao nível interno assume a designa- aspectos como: navegação em aguas res-
ção de Curso de Comandantes, havia tritas, inserção de uma equipa de mergu-
começado em 13 de Março e contou com lhadores em costa hostil, fotografia peris-
a frequência do CTEN Mamede Alves, cópica, “Target Motion Analysis” (TMA)
do CTEN Baptista Pereira e do 1TEN associado ou não ao procedimento de es-
Mendes Saraiva, sendo os dois primei- clarecimento de vinda à cota periscópica,
ros ex-Oficiais Imediatos dos NRP´s “Barracuda” e “Delfim”, e o ISR, nomeadamente junto a corredores de tráfego marítimo, simulação
terceiro o actual Oficial Imediato do NRP “Delfim”. A arquitectura de ataques com torpedos à cota periscópica com e sem disparos a ar, cál-
e a supervisão do curso esteve a cargo do CTEN Salgueiro Frutuo- culo de distância ao alvo com recurso ao método passivo “EKLUND” e
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so, Chefe do Serviço de Treino e Avaliação da Esquadrilha de Sub- “GDC” . Para que toda esta larga panóplia de exercícios e procedimen-
marinos (ES) e último comandante do NRP “Delfim”. tos se pudesse realizar em muito contribuiu o Comando Naval através
A estrutura do “estágio” compreendeu dez semanas de duração, atribuição de diversas Unidades Navais em colaboração.
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igualmente repartidas entre terra e mar . O período de terra passou Foi ainda desenvolvido treino exaustivo em outras áreas que permi-
por um conjunto de palestras com vista à consolidação teórica de ma- tiram aos oficiais treinarem a obtenção da posição do submarino com
térias já abordadas no Curso de Especialização de Oficias em Navega- recurso a navegação por sondas, manobras de Homem ao Mar, procedi-
ção Submarina e outras de âmbito mais exclusivo dos Comandantes. mentos de Limitação de Avarias e Reacção a Avarias da Plataforma. De
De entre as matérias a consolidar enfatizou-se a “segurança da plata- referir ainda a condução do exercício “Shark Hunt 06” da “US Navy”,
forma”. Na fase de terra ouve ainda oportunidade para rever e apro- no mar, no qual os oficiais conduziram uma acção ASW tendo como
fundar conhecimentos sobre as operações navais com submarinos, con- opositor um Submarino nuclear francês. Neste longo período de mar
duzindo e supervisionando planeamentos e “briefings” sobre transito os oficiais foram organizados de forma a que cada um desempenhas-
de um submarino para uma área de interesse, patrulhas e intercepções se, por períodos de 24 horas, a função de “Comandante do Dia” sendo
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ASW, operações especiais , “Intelligence Surveillance and Reconnaissance” da sua responsabilidade a condução do navio, sempre em conjugação
(ISR) em costa hostil, fotografia periscópica, recolha de informação so- com o Coordenador do Estágio e deste com o Comandante do navio. A
bre contactos de interesse que navegam em espaços marítimos nacio- última manobra expressiva do estágio foi a de “Assentamento no Fun-
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nais, cooperação com aeronaves de patrulha marítima , e preparação do”, realizado numa zona seleccionada para o efeito junto a Pinheiro
e supervisão da participação do NRP “Barracuda” no exercício “Shark da Cruz em 31 de Maio.
Hunt 06” da “US Navy”. Em jeito de balanço dir-se-á que os três oficiais ficaram certamente
Na fase de mar, os oficiais foram treinados na realização de mano- mais “ricos” em conhecimentos e melhor preparados para que, quan-
bras do submarino bem como todas as que se relacionam com a inte- do chamados a cumprir o seu “sonho de Comando” o possam realizar
de uma forma mais experiente e segura.
Este período de preparação, já na sua quarta edição, foi implementado pela pri- (Colaboração do Comando da Esquadrilha de Submarinos)
meira vez no decorrer de 1998, surgiu de uma evidente necessidade de sistematizar Notas:
os aspectos da instrução e da selecção pelo mérito para um cargo tão particular e 1 - O estágio, na parte de mar, foi inteiramente realizado a bordo do NRP “Barracuda.
exigente. O principal objectivo é o de proporcionar treino aos Oficiais que tenham 2 - Inserção de “Clearance diving team” (CDT) por bote em costa hostil
exercido ou estejam a exercer funções de Oficial Imediato de um submarino da clas- 3 - “Maritime Patrol Aircraft” (MPA). Durante o estágio foi efectuado um voo numa
se “Albacora” e sejam seleccionáveis para comandar uma destas Unidades Navais, aeronave P3P da Força Aérea Portuguesa, acção realizada oportunamente durante o
sendo a avaliação estritamente confidencial, constituindo elemento informativo não exercício “SWORDFISH 06” por forma a presenciar o “modus-operandis” deste meio
vinculativo do Comandante da Esquadrilha de Submarinos, no que respeita ao pro- de combate vs. submarino)
cesso de decisão do Exmo. Sr. Alm. CEMA, para a escolha dos oficiais que exercerão 4 - GO DEEP CIRCLE: procedimento de cálculo mental forma obter a distância míni-
ma a que um “contacto” de superfície se pode aproximar do submarino e que obriga
as funções de Comandante de Submarino classe “Albacora”.
este a ir para a “cota de segurança”, estando esta actualmente definida nos 50 mts.
CURSO DE APERFEIÇOAMENTO EM GUERRA ELECTRÓNICA NÍVEL II
¬ Decorreu na Escola de Tecnologias Navais (ETNA), entre 30 de Maio e 21 de Junho,
o Curso de Aperfeiçoamento em Guerra Electrónica nível II (ATE20) com a presença de
20 formandos, sendo 17 do Curso de Especialização de Oficiais (CEO) e 3 da Força Aé-
rea Portuguesa (FAP).
Este curso visa dotar os oficiais com valências para o desempenho de funções de che-
fia na área da Guerra Electrónica (GE) em unidades navais e de fuzileiros, no Comando
Naval e EMA, bem como de gestor do panorama de GE, como oficial de estado-maior
em Forças Navais Sendo este o segundo curso da área de GE (nível II) para oficiais, além
do aprofundar de conhecimentos com uma componente teórica, tem também por objec-
tivo dar uma visão global da GE nas FA. Numa época em que os esforços de interopera-
bilidade entre os diferentes ramos são uma prioridade, a realização de diversas visitas,
nomeadamente ao Comando Operacional da FAP, à BA 5 (Monte Real), à BA 6 (Montijo)
e a uma fragata da classe Vasco da Gama, bem como as palestras ministradas pelos res-
ponsáveis da área da GE dos EM’s dos três ramos e do EMGFA, foram um contributo
importantíssimo para que os objectivos do curso fossem amplamente atingidos.
28 NOVEMBRO 2006 U REVISTA DA ARMADA